Caderno Saúde

Quiropraxia garante espaço em Pelotas como opção de tratamento às dores nas articulações

Profissão ainda não é regulamentada no país, mas difunde-se ano após ano; profissional que atua no município afirma ter tratado 15 mil pacientes ao longo de 17 anos

Foto: Volmer Perez - DP - Bruno Diaz Pinto atua há 17 anos e afirma ter tratado 15 mil pacientes em Pelotas

Por Heitor Araujo
[email protected]

Indiferente às polêmicas históricas, o tratamento quiroprático tem sido uma alternativa consistente àqueles que convivem com dores nas articulações. A especialidade é centenária, criada na América do Norte, e em Pelotas existem aproximadamente 10 profissionais da área.

A quiropraxia chegou ao Brasil em 1981, segundo a Associação Brasileira de Quiropraxia. Apesar disso, ainda tramita no Congresso Nacional a regulamentação da profissão, objeto de discussão que envolve profissionais de diversas áreas da saúde.

O Rio Grande do Sul é um dos cinco estados brasileiros a ter o curso de bacharelado em quiropraxia: na Feevale, em Novo Hamburgo, com duração de cinco anos. A região do Vale dos Sinos, inclusive, oferece o tratamento pelo Serviço Único de Saúde (SUS).

Bruno Diaz Pinto é um dos quiropratas que atendem em Pelotas. Ele é formado em quiropraxia desde 2006 pela Feevale, curso reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC). Bruno afirma que, em 17 anos de atuação, já atendeu mais de 15 mil pacientes – alguns, inclusive, desde que iniciou a trajetória profissional. Diariamente, ele afirma realizar de 10 a 15 sessões.

Faculdades que oferecem o curso de bacharelado em quiropraxia:

Feevale – Novo Hamburgo, RS
Anhambi Morumbi – São Paulo, SP
UCEFF – Chapecó, SC
Unigama – Rio de Janeiro, RJ
Fametro – Manaus, AM

Tratamento

No primeiro contato do quiroprata com o paciente é feita uma espécie de entrevista, aliada às análises de exames (ressonância, tomografia…) e postural. Assim, encontra-se os focos de dores localizadas, para ser feito o alinhamento da coluna. “A partir dos primeiros ajustes é que se define o protocolo de tratamento, que varia de paciente para paciente”, afirma Bruno.

“Temos pacientes em que o tratamento varia de duas, quatro, oito sessões. A gente trabalha com pacientes com dores crônicas ou agudas, e essa análise inicial feita ajuda a prescrever o diagnóstico. A primeira sessão, de avaliação, é muito importante”, completa.

É mais comum, entre os pacientes que optam pela quiropraxia, as dores nas costas, mas o profissional da área está habilitado para tratar todas as articulações do corpo, como os punhos, os cotovelos, joelhos e tornozelos.

“O foco do tratamento é mais na coluna. Quando a gente tem algo que não está de acordo na coluna, um mau posicionamento ou perda de função em articulação, interfere em todo o sistema nervoso central. Dali, todas essas informações não são levadas de forma correta ao cérebro, que causa a perda de movimento em múltiplos locais”, explica Bruno.

Situações em que a dor localizada é em outra articulação, como nos cotovelos ou na cervical, podem ser resolvidas em ajustes na coluna, sem que necessariamente o local dolorido seja manipulado pelo quiroprata. O contrário também pode acontecer. “Nem sempre a gente mexe na coluna, não há essa obrigação de manipular o local só porque o paciente relata a dor, apesar de ser o mais comum na coluna vertebral”, diz Bruno. “Muitas vezes a gente começa a mexer na coluna e o paciente relata melhoras na cervical, no ombro, cotovelo e punho”, completa.

Dores mais comuns de quem procura o atendimento:

Dor lombar
Dor cervical/pescoço
Dor de cabeça
Hérnia de Disco
Dor nos ombros
Torcicolo
Cotovelo

Melhor qualidade de vida

Pacientes indicam melhoria na qualidade de vida após iniciar o tratamento quiroprático. É o caso do professor de história, educador físico e corredor, Érico Lopes Ança, 45 anos. Há 8 anos ele começou com as sessões e afirma que curou dores que exames não conseguiam apontar qual era a causa específica.

“Fui a muitos médicos, até em Porto Alegre. Fiz vários exames e eu simplesmente não melhorava. Pensei que nunca passaria esse desconforto. Eu não conseguia ficar sentado, para viajar a Porto Alegre eu tinha que parar de quatro a cinco vezes para caminhar em volta do carro, a dor começava no tornozelo e subia”, relata.

Após iniciar o tratamento com quiroprático, as coisas foram melhorando. “Cheguei desalinhado, comecei a ter consultas semanais, fui melhorando, voltando a treinar, o alinhamento começou a se manter, apresentar melhora e o incomodo a reduzir. Aí foi espaçando mais as consultas, de 15 em 15 dias, mensalmente…”, diz Érico. “Outro dia, viajei de Curitiba até Pelotas e não senti nada de dor”.

“A transformação vai muito além da dor. Melhora do movimento e da qualidade de vida. Até coisas que não estão relacionadas à coluna ou articulações como a melhora do sono e das atividades diárias”, acrescenta Bruno.

Relação com outros tratamentos

O quiroprata Bruno Diaz Pinto afirma que muitos médicos recomendam pacientes a ele para tratar as dores. Em uma via de mão dupla, ele mesmo indica outras formas de terapia para lidar com os desajustes nas articulações.

“Recomendo aos pacientes que façam tratamentos em conjunto, pode ser com a acupuntura ou da parte de educação física com o personal trainer, por exemplo. É um tratamento que funciona muito bem multidisciplinarmente”.

Há casos, também, em que o quiroprata identifica que não pode auxiliar o paciente. “Acontece diversas vezes. Aí indico para outros profissionais da área da saúde, um ortopedista, traumatologista, neurologista. O profissional da quiropraxia também é de primeiro contato, ele pode fazer o diagnóstico e encaminhar a outro profissional”, conclui Bruno.

Érico relata que a qualidade de vida melhorou bastante desde que iniciou o tratamento. “A sessão, em si, é sensacional. Eu me sinto muito bem, nunca tive incômodo, eu saio da sessão muito melhor do que quando chego. Fico mais solto e relaxado. É uma série de coisas que a gente percebe, sensação de bem-estar, melhora de qualidade de vida, para caminhar, trabalhar e dormir”.


Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

UFPel é a maior universidade depositante de patentes do Estado Anterior

UFPel é a maior universidade depositante de patentes do Estado

Mulheres na ciência: um dia para refletir sobre desafios e oportunidades Próximo

Mulheres na ciência: um dia para refletir sobre desafios e oportunidades

Deixe seu comentário