Protesto

Servidores da UFPel e IFSul paralisam atividades em adesão a campanha nacional

Desde 2023, categoria e governo federal realizam mesas de negociações, mas sem aprovação de nenhuma proposta; professores e técnicos denunciam perdas salariais significativas

Foto: Jô Folha - DP - Servidores se manifestaram em frente a campi do IFSul e da UFPel

A quinta-feira (22) foi de mobilização de docentes e técnicos administrativos em educação da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e do Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul). Com o tema: "Se não reestruturar, a educação vai parar!", os servidores realizaram atos em diferentes campi reivindicando reestruturação de carreiras, reposição salarial e maior valorização da educação. Até o momento sem previsão de reajuste em 2024, caso as negociações com o governo não avancem para reverter o cenário, há indicativo de greve iniciando no dia 11 de março.

Com a integração das entidades representativas do funcionalismo federal de Pelotas, Asufpel, Adufpel e Sinasefe, foram realizados atos no início da manhã no campus Anglo da UFPel, um "salchipão" ao meio-dia que reuniu cerca de 50 pessoas em frente ao IFSul campus Pelotas e um outro movimento a tarde no Cavg.

A paralisação das atividades no dia 22 de fevereiro fez parte do Dia Nacional de Mobilização em Defesa da Carreira e da Educação Pública com a realização de manifestações e debates em todo o país. Em paralelo às ações, em Brasília ocorriam as mesas de negociações entre os sindicatos nacionais e o governo federal para o debate de propostas.

Reposição salarial

O último reajuste dos vencimentos dos servidores foi de 9% em 2023. Além do valor ser considerado pela categoria como insuficiente para cobrir as perdas inflacionárias dos últimos anos, outra constatação se refere à falta de previsão de uma reposição para este ano. "Dentro da carreira dos docentes de 40 horas, os sete primeiros níveis estão abaixo do piso nacional da educação, tem uma defasagem de 34%. Desde 2010 a carreira dos técnicos administrativos conta com 60,9% de perda inflacionária", argumenta o coordenador de organização do Sinasefe, Francilon Simões.

Conforme a coordenadora geral da Asufpel, Tereza Fujii, a última proposta apresentada pela União foi de um reajuste geral para todos os servidores federais de 4,5% em 2025 e o mesmo índice em 2026, o que foi rejeitado por não apresentar nenhuma correção para este ano. "Estamos em estado de greve, já temos uma data, a partir do dia 11 de março, se até lá não conseguirmos nenhum acordo com o governo". A representante aponta ainda que cerca de 80% dos servidores da UFPel estavam paralisados.

Reestruturação de carreira

Outra pauta reivindicada pelo funcionalismo federal da educação há alguns anos é a atualização dos planos de carreiras. Francilon aponta que a última reestruturação para os técnicos administrativos em educação ocorreu em 2005 e no setor do docentes em 2012. "O governo tem que sentar conosco para a reestruturação, ainda estamos pedindo muito menos do que se teve nas carreiras da Polícia Federal. Uma proposta para educação somente em 2025 e 2026, congelando os nossos salários neste ano, enquanto para as polícias teve reajuste chegando a 60%", menciona.

Já o presidente da Adufpel, Carlos Rogério Mauch, cita que a categoria demanda também um plano de carreira único para o magistrado do ensino superior e do ensino básico tecnológico. Assim como melhores condições de trabalho e a garantia de um orçamento compatível às necessidades das instituições de ensino. "Precisamos de uma estrutura de trabalho adequada para dar à sociedade um retorno adequado em termos de formação. Nós não aceitamos, diante de uma situação crítica, mais um ano sem reajuste salarial".

A próxima mesa de negociação com o governo federal está marcada para o dia 28.

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