Decepção

Com virada sofrida no fim, Inter toma 2 a 1 do Fluminense e está fora da Libertadores

Colorado sai na frente, desperdiça chances de ampliar no Beira-Rio lotado e vê os cariocas avançarem com gols a partir dos 36 da segunda etapa

Foto: Marcelo Gonçalves - FFC - Flu, de Marcelo (foto), aguarda o ganhador de Palmeiras e Boca Juniors, que se enfrentam nesta quinta em SP

O Internacional está fora da decisão da Copa Libertadores da América 2023. Nesta quarta-feira (4), no Beira-Rio com 50 mil pessoas e grande festa da torcida desde o início do dia, o Colorado saiu na frente do Fluminense com gol de Mercado aos nove minutos. Mas no apagar das luzes, John Kennedy e Cano viraram o jogo: 2 a 1. Ao fim do jogo, aplausos se ouviram das arquibancadas.

O Tricolor do Rio de Janeiro vai disputar a decisão em casa, no Maracanã, em partida única contra Palmeiras ou Boca Juniors, que se enfrentam nesta quinta-feira, às 21h30min, no Allianz Parque, em São Paulo, após 0 a 0 em Buenos Aires. A final está marcada para 4 de novembro, um sábado.

Agora, o Inter concentra suas forças em se recuperar no Brasileirão. O time de Eduardo Coudet é 14º colocado com 29 pontos, apenas três acima da zona de rebaixamento. Faltam 13 rodadas e na próxima há um clássico Gre-Nal, às 16h deste domingo, no Beira-Rio.

Ruas de fogo

Para recepcionar a delegação, a torcida do Internacional organizou uma das maiores festas da história. As já tradicionais ruas de fogo cobriram o Beira-Rio de fumaça vermelha. Antes disso, uma fumaça branca invadiu o estádio e tirou toda a visão das cabines de imprensa e das arquibancadas para o campo.

Enquanto isso acontecia do lado externo, a torcida do Fluminense já estava em grande número no espaço reservado, de quatro mil lugares. O duelo começou fora de campo, com colorados e tricolores competindo na voz e dando o indício do tamanho do jogo que iniciaria em instantes.

Vantagem via bola aérea

Com o Beira-Rio pulsando, o Inter começou a partida tentando pressionar. Nos primeiros cinco minutos, apertou a saída de bola do Tricolor, o que também se viu em outros momentos. Em seguida, apesar da primeira finalização ter sido dos cariocas, com Cano, de fora da área, aos oito minutos, o lance seguinte mudou o andamento do jogo.

No contra-ataque do lance anterior, defendido por Rochet, Wanderson recebeu de Alan Patrick, driblou Guga e concluiu forte, rasteiro, para defesa de Fábio. Escanteio. Na cobrança do camisa 10 do Inter, o experiente goleiro do Flu saiu mal do gol. Errou o tempo e viu Mercado, esperto, tocar de cabeça para a meta vazia. Nino se esticou para tentar salvar, sem sucesso: 1 a 0 aos nove minutos.

O gol aumentou a pressão das arquibancadas e o Colorado quase ampliou aos 14. Em contragolpe, Mauricio foi acionado, tirou Marcelo da jogada e mandou cruzado. Fábio, dessa vez, espalmou. Pouco depois, em novo lance de transição ofensiva rápida, Alan Patrick conduziu a bola pelo meio e tinha a opção de passe para Wanderson. Buscou a finalização de fora da área e errou o alvo.

Dos 30 minutos em diante, a equipe de Fernando Diniz cresceu. O Tricolor do Rio de Janeiro ganhou terreno em campo e conseguiu, pela primeira vez no confronto, empurrar o Inter para a defesa. Apesar disso, só ameaçou aos 42. Cano recebeu lançamento longo, procurou espaço na zaga e arrematou com desvio. A bola subiu, encobriu Rochet e tocou na trave, mansamente. Na sequência, o auxiliar indicou impedimento do argentino, com atraso.

Ao longo da etapa inicial, também chamou a atenção que as duas torcidas acenderam sinalizadores em determinados momentos. Isso é proibido pela Conmebol, e o sistema de som do estádio alertou repetidamente sobre o assunto. Em uma dessas ocasiões, a ambulância localizada atrás do gol defendido por Rochet foi atingida pelo instrumento, em incidente rapidamente solucionado.

Virada com requintes de crueldade

Na volta dos vestiários, Diniz tornou o Fluminense mais ofensivo ao sacar Felipe Melo e Alexsander para as entradas de Martinelli e John Kennedy. Assim, André passou a formar dupla de zaga com Nino, e o time visitante trocou um meio-campista por um atacante, em companhia a Cano. Como já vinha acontecendo desde o fim do primeiro tempo, Marcelo virou um meia pela direita, sem um lateral-esquerdo fixo. O Inter se manteve sem alterações.

Um chute de Cano, de fora da área, à esquerda de Rochet, nem chegou a assustar. Com muito mais volume, a equipe carioca circulava a bola e deixava o ambiente nervoso, mas foram do Inter as principais chances da sequência. Aos 23, uma arrancada de Valencia só não terminou em gol de placa porque Nino, dentro da área, deu um carrinho providencial. O próprio equatoriano, aos 25, em cabeçada após falta batida por Alan Patrick, quase ampliou.

Pelo desgaste, Coudet fez as primeiras substituições, sem trocar de esquema tático. Aos 28, saíram Aránguiz e Mauricio e entraram Bruno Henrique e Carlos de Pena. Com a defesa do Fluminense aberta, o Inter teve uma chance de ouro com seu goleador, mas ele desperdiçou. Acionado por De Pena, Valencia saiu na cara de Fábio e chutou para fora. Foi a deixada para Diniz ir com tudo para cima: tirou o lateral-direito Guga e colocou o atacante Yony González – Lima, meio-campista, passou para a lateral.

Na reta final, os gols perdidos custaram caro. Cano recebeu livre por dentro e acionou John Kennedy. Na saída de Rochet, o camisa 9 deu uma cavadinha. Bruno Henrique quase conseguiu salvar, mas a bola entrou aos 36: 1 a 1. O VAR fez checagem demorada e confirmou a validade do lance. Imediatamente, Diniz tirou Keno e botou o zagueiro Marlon.

Em uma bola longa para o ataque, ela sobrou para o matador. Cano não perdoou e fez 2 a 1. Coudet mandou Lucca e Luiz Adriano, em ofensiva total. O segundo, de cabeça, parou em ótima defesa de Fábio aos 46. Não deu para o Inter, que está eliminado e agora foca em se recuperar no Campeonato Brasileiro.

Ficha técnica

Internacional (1): Rochet; Hugo Mallo, Vitão, Mercado e Renê; Johnny (Luiz Adriano – 44’ 2T); Mauricio (Carlos de Pena 28’ 2T), Aránguiz (Bruno Henrique – 28’ 2T) e Wanderson (Lucca – 44’ 2T); Alan Patrick e Enner Valencia. Técnico: Eduardo Coudet.

Fluminense (2): Fábio; Guga (Yony González – 34’ 2T), Nino, Felipe Melo (Martinelli – intervalo) e Marcelo; André, Alexsander (John Kennedy – intervalo) e Ganso (Lima – 20’ 2T); Arias, Keno (Marlon – 39’ 2T) e Cano. Técnico: Fernando Diniz.

Gols: Mercado, aos 9’ 1T (I); John Kennedy, aos 36’ 2T, e Cano, aos 42’ 2T (F).

Cartões amarelos: Bruno Henrique (I) e Martinelli (F).

Árbitro: Jesús Valenzuela (VEN).

Local: estádio Beira-Rio.

Público oficial: 50.002 pessoas.

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