Movimento

UFPel e IFSul podem ter greve de professores e servidores

Sindicatos das categorias cobram reposição salarial e reestruturação das carreiras

Carlos Queiroz - DP - Asufpel realiza assembleia geral para deliberar paralisação

Por Douglas Dutra
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Um movimento nacional de servidores e professores de universidades e institutos federais de educação pode deflagrar greves na Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e no Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul) nas próximas semanas. Entre as demandas das categorias estão a recomposição salarial diante de perdas inflacionárias ao longo dos últimos anos e a reestruturação das carreiras.

Hoje, o Asufpel, sindicato que representa os servidores da UFPel, realiza uma assembleia geral para deliberar sobre a paralisação das atividades. Na quarta-feira, o Adufpel, sindicato que representa os professores da universidade, realizará convenção para discutir a possibilidade de greve. Enquanto isso, no IFSul, o sindicato dos servidores, o Sinasefe-IFSul, aguarda as deliberações de uma plenária nacional da categoria que será realizada nos próximos dias 16 e 17 e pode sinalizar o indicativo de greve.

Segundo o Andes, sindicato nacional dos professores de universidades federais, a categoria acumula uma perda inflacionária superior a 22% desde o governo de Michel Temer (MDB). A professora e secretária da Adufpel, Fernanda Figueira, explica que o Andes deliberou há uma semana a construção da greve dos professores, tendo como pauta, além da reposição salarial e da carreira, todo o contexto de dificuldades enfrentado pelas universidades federais.

Fernanda destaca que o orçamento das instituições federais em 2024 é inferior aos valores dos dois anos anteriores. "Em 2022 e 2023 passamos por apertos orçamentários, no sentido de não saber mais se a gente ia ter dinheiro para custear restaurante universitário, ônibus de apoio. Infelizmente, com esse orçamento previsto para 2024, vamos passar pelos mesmos apertos orçamentários", diz.

A coordenadora da Asufpel, Maria Tereza Fujii explica que os técnico-administrativos das universidades estão em duas mesas de negociação com o governo federal. Na primeira, sobre benefícios e reposição salarial através do Fórum Nacional dos Servidores Públicos do Executivo (Fonasefe), não houve avanços com o governo. "O governo, depois de muita negociação, fez uma proposta de 4,5% de aumento em 2025 e o mesmo em 2026 e nada em 2024; nos benefícios, aumento no auxílio alimentação (que os aposentados não recebem), no auxílio creche e no auxílio saúde, sendo que o reivindicado pelo Fonasefe é reajuste de 34,32% dividido em três parcelas iguais de 10,34,% em 2024, 2025, 2026", detalha.

Já na frente de discussão sobre a reestruturação da carreira, a coordenadora do sindicato afirma que a categoria tem o menor salário do serviço público. Após o indicativo de greve, o governo formou um grupo de trabalho sobre o assunto e o ministro da Educação, Camilo Santana, pediu 30 dias para dar uma resposta. "Nesse momento a categoria acha difícil aceitar mais 30 dias, e a maioria da base da Fasubra [federação que congrega sindicatos de servidores federais] já votou por manter a deflagração da greve dia 11", diz Maria Tereza.

Já o Sinasefe-IFSul, que representa os servidores do instituto federal, aguarda o que será deliberado na plenária nacional dos dias 16 e 17 para, então, realizar uma assembleia com os trabalhadores daqui. A tendência é de que, caso aprovadas as greves da universidade, o IFSul confirme a paralisação alguns dias depois.

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