Educação

O futuro (indefinido) das salas de lata

Na quinta-feira, Secretaria de Educação (Smed) e Procuradoria Geral do Município discutem a proposta de compra dos contêineres

Jô Folha -

Está programada para esta quinta-feira uma reunião entre o secretário de Educação, José Francisco Madruga da Conceição, e o procurador-geral de Pelotas, Flávio Machado, para discutirem a compra de cinco contêineres hoje usados como salas de aula nas escolas Piratinino de Almeida e Mário Meneghetti. No mês passado a prefeitura tornou as estruturas utilidade pública do município, para viabilizar o processo de aquisição.

A Modular Containers foi informada da decisão por um ofício, mas ainda não recebeu propostas para negociar os módulos nem o valor devido pela prefeitura, referente ao período sem contrato em que seus módulos foram utilizados. O sócio-gerente da empresa, Leandro Fontoura, está incomodado com a situação. Ele ressalta que com o decreto em aberto, não tem mais poder sobre os contêineres. “Não me perguntaram se eu queria vender”, afirma Fontoura, que agora aguarda uma definição do Poder Público.

O secretário da Educação confirmou que o pagamento ainda não foi feito, mas garante que todas as questões em aberto serão discutidas na quinta-feira, em conjunto com o procurador-geral. Quanto à construção das novas salas - prometidas desde 2014 - Conceição informou que os projetos estão em fase de readequação e logo uma nova licitação será aberta. No entanto, ele não apontou datas.

No final de setembro a Secretaria de Educação e Desporto (Smed) apresentou a planta das futuras instalações da escola Piratinino de Almeida, informou a vice-diretora Cyntia Gancez da Rosa. O projeto foi pensado respeitando o pedido da coordenação, de que as estruturas existentes fossem mantidas e se utilizasse um espaço atrás do educandário. A nova construção contará com cinco salas, laboratório de informática e banheiros.

Na Mário Meneghetti nada foi discutido. O espaço destinado à construção das quatro salas necessárias para suprir a demanda existe, mas não há uma data para que a obra ocorra. Enquanto isso, as três salas modulares do educandário apresentam problemas na estrutura, como janelas quebradas e fios desencapados. Em dias chuvosos, a água entra nas salas, conta a vice-diretora Marli Schulz Pereira, que aponta o barulho como outra interferência nas aulas. “O que é dito em uma turma pode ser ouvido na outra”, afirma Marli, que também culpa a falta de estrutura como responsável pela não abertura de novas vagas na escola.

A Smed informou que o projeto da escola ainda não foi apresentado porque a segurança precisa ser revista para garantir que a empresa vencedora da licitação possa ter condições de trabalhar.

Relembre
- Em fevereiro de 2014 contêineres foram distribuídos entre as escolas Jornalista Deogar Soares, Mário Meneghetti, Jacob Brod, Piratinino de Almeida, Osvaldo Cruz, Antônio Ronna e Santa Terezinha, como solução temporária até a construção de 40 salas, num prazo de seis meses.

- Na Piratinino de Almeida, que possui dois contêineres, e na Mário Meneghetti, que tem três, as obras não começaram por causa da falta de interessados na última licitação.

- Até o início de agosto o contrato com a Modular Containers foi sendo renovado. A empresa então entrou em contato com a Smed, que não manifestou interesse em continuar utilizando o serviço, o que gerou indignação entre estudantes, pais e professores.

- Com a pressão popular, um contrato emergencial foi fechado, com duração de dez dias, a fim de que empresa e Secretaria pudessem negociar a continuidade dos serviços.

- No dia 9 de setembro, a prefeitura tornou os contêineres utilidade pública e declarou o interesse em adquiri-los para que se tornem de uso exclusivo da Secretaria de Educação, podendo ser realocados conforme a necessidade.

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