O desemprego continua. Informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgadas na tarde desta quinta-feira (29) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), apontam 482 postos de trabalho fechados em Pelotas de janeiro a novembro de 2016. Em Rio Grande a situação é ainda pior, com menos 1.689 vagas.

Porém, o mês de novembro foi positivo em Pelotas. O comércio e a indústria do pêssego foram os principais responsáveis pela abertura de 1.472 vagas, insuficientes, porém, para que se fale em recuperação, informa o coordenador-geral de Estatísticas do Trabalho em Brasília, Mário Magalhães. Ele, que prefere ser cauteloso quanto a 2017, diz que o futuro de cada cidade se deve às perspectivas do município. No caso de Pelotas, o fechamento de vagas tem diminuído no geral, mas só o levantamento de dezembro poderá dar um panorama completo.

Para o professor da Universidade Federal (UFPel) e coordenador do Observatório Social do Trabalho, Francisco Vargas, a crise econômica e o conturbado momento político são os principais influenciadores desse problema social. “É uma destruição de vagas”, analisa ele, que aponta ainda a crise naval como agravante específico da região. Toda essa conjuntura dificulta a atração de investidores e a abertura de novos postos de trabalho.

Quem recentemente passou a fazer parte do grande grupo de desempregados foi Deise Costa, que na tarde desta quinta-feira estava na agência do Sine de Pelotas para encaminhar o seguro-desemprego. Ela trabalhava como vendedora, e foi demitida em função dos cortes de gasto e pessoal dentro da empresa, mas já pensa em iniciar a procura por um novo emprego. “Nessa situação, não posso ficar parada”, contou ela.

Rio Grande
A cidade também fechará o ano com o saldo vermelho. A diminuição de vagas se agravou com a demissão de 3,2 mil trabalhadores da Ecovix na primeira quinzena de dezembro. O corte massivo de pessoal afetará também outros setores relacionados: metalúrgico, mecânico e o comércio. O tamanho do déficit, no entanto, só será conhecido em janeiro, quando o MT divulgará os resultados referentes do último mês de 2016.

O impacto nos setores:

Pelotas - Construção Civil

Mês - Saldo de vagas
Janeiro: - 60
Fevereiro: + 31
Março: - 75
Abril: - 22
Maio: - 68
Junho: + 11
Julho: - 35
Agosto: - 4
Setembro: - 69
Outubro: - 84
Novembro: -86

Acumulado: - 461
Mesmo período em 2015: - 485

Pelotas - Comércio

Mês - Saldo de vagas
Janeiro: - 163
Fevereiro:- 86
Março: - 38
Abril: - 61
Maio: - 90
Junho: - 167
Julho: - 80
Agosto: - 2
Setembro: - 153
Outubro: + 82
Novembro: + 105

Acumulado: - 653
Mesmo período em 2015: - 827

Saldo de empregos em Pelotas, em todos os setores - 2016: - 482
Saldo de empregos em Pelotas, em todos os setores - 2015: - 1.845

Rio Grande - Setor metalúrgico

Mês - Saldo de vagas
Janeiro: - 34
Fevereiro: + 12
Março: + 8
Abril: + 7
Maio: 0
Junho: + 8
Julho: - 21
Agosto: - 11
Setembro: - 11
Outubro: - 10
Novembro: - 4

Acumulado: - 56
Mesmo período em 2015: - 103

Rio Grande - Setor mecânico

Mês - Saldo de vagas
Janeiro: - 33
Fevereiro: + 33
Março: + 9
Abril: - 17
Maio: + 5
Junho: - 25
Julho: - 45
Agosto: + 26
Setembro: + 5
Outubro: + 20
Novembro: - 26

Acumulado: - 48
Mesmo período em 2015: - 67

Saldo de empregos em Rio Grande, em todos os setores - 2016: - 1.689
Saldo de empregos em Rio Grande, em todos os setores - 2015: - 2.575