O mês de julho é o escolhido para férias por muitas pessoas que buscam descansar e fugir do frio, mas o momento de recessão no país, que tem afetado o bolso da população, reflete também no turismo. Com a alta do dólar, a procura pelos pacotes de viagem tem diminuído e os destinos mais populares se modificado. É o que aponta a pesquisa Sondagem do consumidor - Intenção de viagem, realizada em maio pelo Ministério do Turismo. O número de brasileiros que pretendem viajar nos próximos seis meses caiu 4,7% em relação ao ano passado, enquanto a opção por viagens nacionais cresceu 5,6%.

Se antes muitos turistas escolhiam o verão europeu para passar seus dias de folga, agora destinos na América do Sul, como Chile, Colômbia e Argentina, e no próprio Brasil - Rio de Janeiro e as praias do nordeste - são os mais requisitados. As promoções também são alvo dos interessados em viajar nas férias, que procuram ofertas com antecedência e aproveitam os pacotes especiais.

De acordo com Andréa Chies, sócia de uma agência de viagens, a alta da moeda norte-americana tem afetado o tempo de duração dos passeios. Para não aumentar os preços, o número de dias tem diminuído. Em 2015, um pacote tradicional para o Nordeste durava oito dias e sete noites, agora são cinco. A insegurança cresceu, afirma Andrea, por isso a viagem perfeita agora é aquela que cabe no orçamento, sem pesar.

Outras agências de turismo da cidade têm percebido esta mudança. Em 2016 os destinos nacionais - especialmente Maceió, Fortaleza e Natal - estão sendo os mais procurados, segundo a assistente de vendas de outra empresa, Paula Ferreira. O tempo máximo de viagem diminuiu, relata Paula, e agora dura em média oito dias.

Pacotes

Por ser especializado em viagens nacionais, desde junho do último ano o Sesc viu sua venda de pacotes crescer, ao contrário das agências. Os passeios para o Pantanal estão quase esgotados e novas excursões para o Rio de Janeiro, Gramado e Canela estão sendo organizadas. Porém, houve um aumento nos preços. Os valores aéreos subiram, bem como as diárias de alguns hotéis, relata Natália da Silva, agente de cultura e lazer da entidade.