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Ensino
Professora pelotense é finalista em prêmio de educação transformadora
O projeto de Jéssica Mafaldo faz parte dos 70 finalistas entre 2.897 inscrições
Foto: Carlos Queiroz - DP - Chapas de casca de arroz surgiram nos laboratórios do curso de Engenharia Madeireira da UFPel
Por Vitória de Góes
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Educar para além da sala de aula é o propósito de muitos professores. Para a pelotense Jéssica Mafaldo, professora de matemática na Escola Sesi de Ensino Médio, os conteúdos ensinados podem levar a trabalhos práticos e com propósito social. Essa dedicação foi reconhecida e agora ela é finalista no Prêmio Educador Transformador, oferecido pelo Sebrae em parceria com o Instituto Significare e o evento Bett Brasil.
A partir das aulas de geometria plana, a professora propôs aos alunos a análise de quantas caixas de leite seriam necessárias para revestir uma casa. A conexão partiu do conhecimento do trabalho de ONGs, que utilizam o material para revestir moradias de pessoas em vulnerabilidade social. Dessa forma, o conteúdo estaria ligado a um contexto social. Em seguida, surgiu a ideia de produzir um material que pudesse substituir essas caixas, nesse caso, Jéssica pensou na casca de arroz. A escolha se deu através da reflexão da produção local.
Jéssica explica que a casca de arroz é um material descartado e que a decomposição libera metano, que é prejudicial para o efeito estufa. Dessa forma, é necessário pensar em maneiras de reutilizar esse produto. Diante disso, um grupo de cinco alunos resolveu pesquisar e ir atrás de uma empresa que fornecesse o material e um espaço para o desenvolvimento do projeto.
"Os alunos começaram a desenvolver aqui na escola, mas conforme a pesquisa cresceu eles perceberam que precisavam de uma estrutura ainda mais sofisticada. Eles procuraram então o curso de Engenharia Madeireira da UFPel e nos laboratórios de lá surgiram as chapas de casca de arroz", relata.
A professora destaca que o projeto trouxe mais autonomia e motivação para os estudantes, que fizeram grande parte do ensino médio à distância em decorrência da pandemia. "Quando eles começaram a produzir o projeto, se sentiram mais atuantes no meio acadêmico. Era o estudo deles voltado para um contexto social que eles conhecem", diz Jéssica.
O fato é confirmado por Felipe Santos, agora estudante de Eletromecânica no Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFsul). Ele conta que conta que ao chegar no terceiro ano do Ensino Médio ainda não havia se envolvido em nenhum projeto e que viu uma boa oportunidade na proposta da professora. "Se não fosse a Jéssica esse projeto não existiria porque ela trouxe a ideia, deu o empurrãozinho, falou que nos apoiava e então partimos para as pesquisas", relata.
Ele se motivou tanto com o desenvolvimento do protótipo que agora deseja dar continuidade mesmo fora da escola. O objetivo da professora e de Felipe é buscar parcerias que intensifiquem a pesquisa para realizar mais testes e desenvolver as chapas em maior escala. Por isso, Jéssica destaca a importância que esse projeto trouxe para a sua profissão. "Eu sempre falei para os alunos que esse era um projeto de vida deles e agora também é o meu".
A premiação
O Prêmio Educador Transformador surgiu a partir da união entre o Prêmio Sebrae de Educação Empreendedora, com o Instituto Significare e o evento Bett Brasil. Essa edição recebeu quase 3.000 inscrições para as sete modalidades (educação infantil, fundamental - anos iniciais, fundamental - anos finais, ensino médio regular, educação profissional, EJA e educação superior).
Ao todo, 70 foram selecionadas como finalistas, dez dentro de cada modalidade. A divisão é feita por regiões do Brasil, sendo dois finalistas de cada. Com o projeto da professora Jéssica Mafaldo, concorre outro também aqui do estado, da cidade de Sinimbu.
A entrega das premiações ocorrerá durante o maior evento de educação e tecnologia da América Latina, o Bett Brasil, que acontece entre os dias 9 e 12 de maio em São Paulo. Todos os finalistas ganharam passagem aérea, acesso livre ao evento e todas as despesas arcadas pela organização.
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