O 28° Congresso Brasileiro de Fruticultura tem nesta sexta-feira (10) o seu último dia. Realizado desde segunda-feira (6), os mais de 1,2 mil participantes devem levar para casa bem mais do que conhecimentos e network. Oriundos de 25 estados brasileiros e de outros sete países - Uruguai, México, Colômbia, Estados Unidos, Itália, Espanha e Argentina - eles tiveram ao longo da abertura oficial e coqueteis de final de tarde, contato com as tradições gaúcha e doceira de Pelotas.

"Tivemos a participação de cavalarianos e invernada juvenil da União Gaúcha na abertura oficial na noite de terça-feira, programações culturais com música gaúcha e também a presença das doceiras no espaço da Cidade do Doce", ressalta o presidente do Congresso, o professor de Fruticultura da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (Faem/UFPel), Vagner Brasil Costa, destacando a imersão cultural proporcionada aos visitantes.

Segundo ele, o objetivo é desenvolver cada vez mais a fruticultura, mas não deixar de demonstrar o potencial turístico e cultural do município. "Temos um polo de fruticultura em toda a Metade Sul, além do pêssego tem toda uma diversificação, seja de pequenas frutas, olivicultura, pecanicultura, citricultura, vitivinicultura e pudemos proporcionar aos produtores a inserção, qualificação e oportunidade de acesso a novas tecnologias e novos produtos lançados pelas empresas presentes", destacou.

A organização procurou trazer temas novos como uso de bioinsumos, fertirrigação, mudanças climáticas, melhoramento genético tudo aplicado à fruticultura, além de abrir espaço a alunos e pesquisadores apresentarem seus trabalhos, proporcionando aos produtores a tão almejada transferência de tecnologia, salienta.

Também foram entregues os prêmios Professor José Carlos Fachinello à startup que mais se destacou em projetos destinados a atender demandas do setor, e Jovem Cientista, concedido ao melhor trabalho de iniciação científica e às melhores teses de mestrado e doutorado, desenvolvidos na área de fruticultura nos últimos cinco anos. O objetivo é incentivar os jovens pesquisadores, além de destacar a importância do evento como fórum de formação, discussão e divulgação de tecnologias desenvolvidas para fortalecer a fruticultura brasileira.

Oliveiras ganham destaque entre as frutas

Com realização paralela do 5º Encontro Nacional de Olivicultura, o potencial da olivicultura regional está representado em espaço organizado pelo Sebrae e que tem a participação de expositores de Pelotas, Canguçu, Pedras Altas e outros municípios produtores.

Entre eles, está a Fazenda Serra dos Tapes, de Canguçu, detentora da linha Potenza de azeite blend frutado, reconhecido recentemente como o melhor azeite do Hemisfério Sul no Prêmio de Qualidade Mario Solinas, principal reconhecimento do mundo do azeite.

A Fazenda Serra dos Tapes teve seus primeiros pomares implantados em 2016. Hoje conta com 210 hectares divididos em dois olivais: o Paraíso com 150 hectares, na Fazenda Serra dos Tapes e o Trapeira com 60 hectares, próximo a Morro Redondo, conta o responsável técnico e agrônomo, Andreis Brusamarello. Segundo ele, os pomares têm idades médias de cinco a oito anos e estão em plena expansão.

Em sua segunda safra produtiva, foram processados este ano 800 mil quilos de azeitonas e a expectativa para a próxima safra é de chegar a um milhão de quilos. "No nosso lagar, além dos nossos, são produzidos os azeites de produtores de toda a região", explica.

Além da linha Potenza nas versões frutado intenso e suave, possuem ainda a linha Pecora Nera, com as monovarietais Arbequina, Koroneiki, Frantoio, Picual e Arbosana. Possui ainda uma linha exclusiva assinada pelo chef Claude Troisgros.

A fazenda está aberta a visitações pois integra a Rota dos Olivais da Serra dos Tapes e oferece experiência completa de imersão na cultura milenar do azeite de oliva, além de visual privilegiado e pôr do sol magnífíco.

Participam ainda da área de exposição fornecedores de insumos, equipamentos e serviços para a Fruticultura, comerciantes e associações de produtores do Rio Grande do Sul e Brasil. Estão previstas ainda rodadas de negócios entre expositores, produtores e comerciantes e Momento Gourmet, com análise sensorial de vinhos e azeites produzidos no Estado.

Sobre a SBF

Fundada em 1970, a Sociedade Brasileira de Fruticultura (SBF) é uma sociedade científica sem ­fins lucrativos que tem como principal missão apoiar o desenvolvimento da fruticultura nacional e propor medidas em defesa do setor, contribuindo com o fortalecimento do segmento. A SBF congrega atualmente mais de mil associados e publica periodicamente sua revista científica, a Revista Brasileira de Fruticultura (RBF), de alto impacto na ciência nacional.

O Congresso Brasileiro de Fruticultura (CBF) é realizado a cada dois anos e, em sua 28ª edição, tornou-se o maior e mais tradicional evento técnico-cientí­fico desta área no Brasil. Desde a sua primeira edição realizada em Campinas em 1971, reúne um número expressivo de profissionais de pesquisa, ensino e extensão, produtores, empresários e empresas públicas e privadas direta e indiretamente interessadas neste setor do agronegócio brasileiro, que vem se transformando numa das principais fontes de renda do país. Durante estes 53 anos de história da SBF e do CBF, Pelotas foi a cidade escolhida depois de 43 anos, para sediar pela segunda vez o evento. O primeiro foi em 1979, com a quinta edição.

O evento tem o apoio da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), em conjunto com Embrapa Clima Temperado, Universidades Federais do Rio Grande do Sul (UFRGS), de Santa Maria (UFSM), do Pampa (UniPampa) e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense (IFSUL). Com os temas Tecnologia e Sustentabilidade, o maior encontro nacional da área ocorre nos pavilhões do Centro de Eventos Fenadoce, em Pelotas.