Debates

Embrapa lança cultivares de pêssego e amora preta durante 28º Congresso

Evento nacional de fruticultura ocorre até sexta-feira no Centro de Eventos Fenadoce em Pelotas

Foto: Francisco Lima - BRS Sarau é destinada ao consumo in natura

Até sexta-feira (10), Pelotas recebe o 28° Congresso Brasileiro de Fruticultura, evento realizado pela Sociedade Brasileira de Fruticultura com o apoio da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), em conjunto com Embrapa Clima Temperado, Universidades Federais do Rio Grande do Sul (UFRGS), de Santa Maria (UFSM), do Pampa (UniPampa) e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense (IFSUL). Com os temas Tecnologia e Sustentabilidade, o maior encontro nacional da área ocorre nos pavilhões do Centro de Eventos Fenadoce, em Pelotas. Paralelamente, ocorre o 5º Encontro Nacional de Olivicultura.

De acordo com o coordenador local, o professor de Fruticultura da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (Faem/UFPel), Vagner Brasil, devem participar durante os cinco dias do evento de mil a 1,2 mil pessoas, oriundas de todos os estados brasileiros e de pelo menos sete países. Segundo ele, o Rio Grande do Sul e principalmente a Metade Sul do Estado é uma grande produtora de frutas diversificadas. “O objetivo do evento é trazer durante esta semana à discussão os temas da fruticultura, voltadas especialmente à inovação e sustentabilidade, propiciando uma atualização aos produtores”, ressalta.

Na noite de ontem, foi realizada a abertura oficial do evento. Na solenidade, foi homenageado o professor da UFPel, José Carlos Fachinello, falecido em 2016, pela sua contribuição à fruticultura brasileira e local. Foi entregue uma placa de reconhecimento ao filho do professor, André Fachinello. O professor também é homenageado no trofeu que recebe o seu nome e será entregue, na tarde de hoje, a startups por projetos de inovação na área.

A segunda-feira (6), primeiro dia do evento, foi reservada a visitas técnicas a produtores de vinhos, azeites, nogueira pecã, pequenas frutas e frutas de caroço, nos municípios de Encruzilhada do Sul e Morro Redondo. Para hoje, está previsto o início das atividades do 5º Encontro Nacional de Olivicultura e a realização de mini curso de Análise sensorial de vinhos, ministrado pelo professor Marcos Gabardo.

Entre os temas abordados durante as palestras da semana, estão A fruticultura brasileira de baixo carbono, Sustentabilidade da fruticultura brasileira, O uso de defensivos biológicos na Fruticultura, Tecnologias de pós-colheita aplicadas em embalagens para armazenamento e transporte de frutas, Cases de sucesso na comercialização de frutas no Brasil, Rastreabilidade na fruticultura: o que falta para avançarmos mais?, A cadeia emergente da olivicultura no Brasil e A inteligência artificial aplicada na Fruticultura.

Participam da área de exposição fornecedores de insumos, equipamentos e serviços para a Fruticultura, comerciantes e associações de produtores do Rio Grande do Sul e Brasil. Estão previstas ainda rodadas de negócios entre expositores, produtores e comerciantes e Momento Gourmet, com análise sensorial de vinhos e azeites produzidos no Estado.
Na programação de ontem, além das palestras técnicas, a Embrapa Clima Temperado lançou duas novas cultivares de frutíferas, uma de pêssego e outra de amora-preta. A fruta da nova variedade de pessegueiro, a cultivar BRs Sarau, é própria para consumo in natura e permite colheitas após o período da safra, permitindo a oferta da fruta no fim do ano, quando as variedades convencionais não produzem mais. De alta qualidade, o novo pêssego é capaz de preencher uma lacuna de oferta da fruta bem na época de festas.

A cultivar BRS Sarau é adaptada para cultivo nas Regiões Sul e Sudeste, com produtividade em torno de 20 toneladas por hectare. O pomar apresenta baixa incidência de fungos e doenças que afetam a cultura e a projeção econômica prevê que, com uma nova cultivar, o produtor poderá faturar entre R$ 30 mil e R$ 40 mil por hectare. A Embrapa busca viveiristas para que reproduzam a cultivar, as multipliquem e as vendam aos fruticultores. Por isso, a nova fruta deve levar ainda um tempo até chegar às gôndolas dos mercados. Os interessados já podem se candidatar.

Amora-preta

A cultivar de amora preta BRS Ticuna tem fruto de tamanho atraente e acidez utilizada para fins industriais. A produtividade é de até 20 toneladas por hectare. Produtores que a testaram obtiveram produtividade entre 20% a 30% maior que as cultivares mais usadas. A nova amoreira é adaptada aos estados da Região Sul do Brasil e pode ser produzida em sistema orgânico. Com alta acidez, permite a produção de doces sem adição de ácidos. Desenvolvida com foco no processamento, a amoreira-preta BRS Ticuna chega ao mercado de frutas como opção para a produção de geleias e sucos. Um hectare pode render até 20 toneladas de frutas, o que o posiciona entre as cultivares mais produtivas e superior ao material de referência, a amoreira BRS Tupy.


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