Problemas

Produtores ainda contabilizam as perdas com o vendaval

Passagem do ciclone na última semana destruiu estruturas de estufas em Pelotas e Rio Grande

Foto: Divulgação - Cultura do morango é a mais atingida em Rio Grande devido à destruição de estufas

Nem bem se recuperam de um longo período de estiagem, ocorrido no último verão, os produtores de morango e hortaliças de Pelotas e Rio Grande têm agora que lidar com as perdas ocasionadas pelo ciclone da última semana. De acordo com o extensionista da Emater de Rio Grande, Aldair Gaiardo, no município foram sete estufas danificadas e cinco produtores de morango atingidos nas localidades do Bolaxa, Palma, Domingos Petroline e Arraial, este último com dois produtores.

Em Pelotas, a situação também foi de muitas perdas, de acordo com o chefe do escritório municipal da Emater, Francisco Arruda. A falta de luz e internet na maioria das localidades ainda dificulta a comunicação com os produtores. Dados preliminares da Emater, indicam 40 estufas agrícolas atingidas, principalmente de morango. Nas hortaliças, foram atingidos um total de 124 hectares de alface, beterraba, couve-flor, repolho, rúcula, couve e brócolis, o que refletirá em perdas de 870 toneladas destes produtos, diz. “Após restabelecida a comunicação teremos uma ideia melhor das perdas”, diz.

Segundo informações da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) Pelotas, as principais estradas do interior do município estão liberadas e devem receber patrolamento assim que as condições climáticas possibilitarem. Conforme levantamento consolidado no domingo (16), cinco pontes secundárias - que possuem rotas alternativas – precisarão de manutenção. A falta de luz ainda atinge todos os distritos, com casos pontuais. “Não tem um distrito inteiro sem luz, mas em todos temos relatos de locais sem luz aguardando atendimento pela Equatorial”, explica o diretor-executivo da SDR, Romualdo Cunha Júnior.

No Sitio Silva, localizado no distrito do Bolaxa, em Rio Grande, o produtor Gilvane Araújo Silva ainda está inconformado. “Perdemos uma estrutura com três mil pés e tivemos danos materiais nas outras cinco estufas”, ressalta. Segundo ele, o valor estimado das perdas é de R$ 20 mil. “Nosso sítio fica no Bolaxa, bairro entre o centro e o Cassino. O que mais nos entristece é que assim como outros agricultores de nossa cidade, nós tivemos perdas com a estiagem do verão, reinvestimos através do plano safra Pronaf e agora veio este ciclone nos trazendo mais perdas”, lamenta.

Este financiamento começa a ser pago por ele em fevereiro. “A princípio não há seguro, mas como é via Pronaf, então pode vir algum tipo de ajuda, muito difícil mas pode vir”, ressalta. O Sitio Silva tem base na agricultura familiar e produz morangos sem agrotóxicos há 15 anos. “Paramos dois anos por motivo de doença e voltamos a produzir há três”, explica Silva. Segundo ele, a família já passou por outras situações parecidas com temporais e granizo, não só no morango mas em outras culturas como o tomate e alface.”As perdas fazem parte da vida do agricultor e a gente acaba se acostumando, seja com a seca, com a chuva ou geada, coisas que vimos nossos pais passarem e vamos passar para nossos filhos”, ressalta.

Ele explica que a fruta produzida por eles é totalmente sem agrotóxico e por isso precisa ficar sob ambiente protegido por causa do excesso de umidade e chuvas que estragam a fruta, a flor e o pé também, ao contrário dos cultivos convencionais que utilizam fungicidas bastante agressivos e conseguem conter as doenças, explica o produtor. “Já a nossa produção é bastante afetada sem a proteção superior”, ressalta.

Segundo ele, a Emater realiza o levantamento de perdas para a longo prazo buscar alguma ajuda governamental. “A curto prazo é rezar para que não aconteça mais nada e tenhamos uma boa produção”, diz.

Em Pelotas, pela mesma situação passa a família Born, com propriedade localizada na Colônia São Francisco, 4º distrito. O casal Delmar e Cleia tocam a propriedade ao lado do filho Matheus e estimam que o seu prejuízo ultrapasse os R$ 10 mil. No local foram avariadas cinco das oito estufas de morango. “Com a força do vento a lona não suportou e acabou se desprendendo das estufas”, relata. Em duas delas, os arcos que seguram a lona chegaram a dobrar com a força do vento, conta.

“Foram estragos consideráveis”, conta. Além disso, outros prejuízos devem vir com a fruta ao relento, que com o passar dos dias sem a cobertura acaba sendo prejudicada pelo frio e umidade. Ele relata ainda muitas árvores caídas e perdas na lavoura de tabaco, danificada pelo excesso de água

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