Produção

Produtores de Turuçu esperam colher 120 toneladas de pimenta

Em oito hectares, distribuídos por 20 propriedades familiares, são cultivadas mais de 15 variedades do condimento

Foto: Jô Folha - DP - Irrigação e boas práticas garantem qualidade ao produto final

O período é de colheita da pimenta nas propriedades familiares de Turuçu. Devido ao grande número de variedades cultivadas, a colheita se estende de janeiro a maio, por isso a área colhida é variável entre uma propriedade e outra, diz a a engenheira agrônoma, Janaína Rosa. A expectativa para este ano, mesmo com a estiagem, é de colher 120 toneladas de pimenta. “No ano passado foi colhido 115 toneladas, e este ano, com a mesma área, é esperado um incremento de 5%, já que há um incentivo por causa da boa comercialização, e com isso os produtores procuram levar a colheita por mais tempo”, explica.

“Algumas propriedades vão até a metade de abril colhendo e outras até o final, isto depende da variedade que foi plantada”, ressalta. Segundo ela, há aquelas que iniciaram a colheita bem cedo, em janeiro, com a variedade bico doce e outras, com a dedo de moça, vão até um pouco mais tarde, diz. “Há produtores com 20% e outros com 5% colhidos”, aponta.

A área de cultivo da pimenta no município é de 8 hectares e se mantém estável já há alguns anos, distribuída em 20 pequenas propriedades. Há famílias que cultivam de sete a oito variedades distintas. “A expressividade da cultura não está mais na área cultivada, sim na grande variedade, qualidade e no processamento da cultura nas agroindústrias familiares do município”, diz a chefe do escritório de Emater Turuçu, Alessandra Storch. São produzidas mais de 15 variedades, entre elas, Carolina Reaper, bhut jolokia, jalapeño, bico doce, cayena, habanero, cambuci, Bico doce e pimenta aromática. Entre os destaques estão a dedo de moça e a malagueta, que são produzidas em maior quantidade. A produtora Raquel Ollermann conta que neste ano plantou menos, somente para a demanda da agroindústria, e espera colher em torno de 1,5 tonelada. “Como o clima foi favorável, acredito que vou colher bem”, avalia.

Boa parte do beneficiamento desta produção ocorre nas agroindústrias familiares, o que agrega valor ao produto. A pimenta é desidratada moída ou inteira e também utilizada para compor conservas, molhos, azeites, doces, geleias, panificados e queijos que são produtos comercializados na Casa da Pimenta, sede da Cooperativa das Atividades Agroindustriais e Artesanais dos Agricultores Familiares de Turuçu (Cooperturuçu), localizada na BR-116.

Algumas famílias possuem bons mercados para a pimenta desidratada, em maiores volumes. Por isso, aderiram a desidratadores fechados, em alvenaria, tecnologia social criada pela Emater e que aboliu o uso dos antigos pisos de cimento. “A tecnologia é muito simples, construído em alvenaria com paredes duplicadas com chapas de aço galvanizado, onde circula o ar quente, resultante da queima de lenha, sem entrar em contato com o produto”, explica a extensionista. Com o desidratador, utilizado desde 2017, tornou-se possível obter um produto de maior qualidade com menor tempo e sem depender do clima, ressalta.

A apresentação e a variedade na qual é ofertada vai influenciar no valor do produto, diz. “Algumas famílias encontram concorrência com produtos de fora do país, o que deixa o preço mais baixo”. Valor alto dos insumos reflete no custo total de produção e exige preços mais remuneradores.

Grande parte das lavouras são irrigadas, o que garante uma ótima qualidade do produto, que não sentiu os efeitos da estiagem. “A variedade bico doce rende colheitas semanais até o mês de abril. A produção de pimenta é histórica no município de Turuçu, e, além da grande diversidade de variedades cultivadas, possui muita tecnologia envolvida e uma gama enorme de produtos agroindustrializados, que têm as pimentas como base. “Na última década a pimenta consolidou-se como uma opção de renda e diversificação de cultivos aos agricultores familiares de Turuçu”, diz.

As famílias estão sempre preocupadas em melhorar o produto comercializado, com a adoção de tecnologias e boas práticas e cuidados nas agroindústrias, que estão sempre buscando produzir novidades como os recentes molhos gourmet (molhos agridoce de pimenta com morango, pimenta com maracujá e outros). A geleia de pimenta foi o produto precursor das agroindústrias familiares do município.

A pimenta de Turuçu tem diferentes mercados e destinos, e possui compradores desde o Rio Grande Sul até outros estados, como Minas Gerais. “Os mercados consumidores têm também diferentes exigências, alguns adquirem o produto in natura, outros solicitam que seja desidratada e/ou moída”, ressaltam. Para o uso na agroindústria familiar, a pimenta é desidratada e armazenada para utilização como matéria-prima de molhos, conservas, doces e outros produtos. ​

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