Um descaso permanente

Se eficientes são para atazanar nossas vidas diariamente com suas irritantes ligações via robôs, bem que as empresas de telefonia poderiam ser mais eficientes e responsáveis pelo zelo daquilo com que contribuem para o visual urbano. São os fios de suas redes. Na foto, situação na quadra da rua Uruguai, entre as ruas General Osório e Marechal Deodoro. Tem fio caído com distância não superior a dois metros do chão. Moradores já amarraram outros em árvores. É só querer ver. Uma boa fiscalização por quem de direito se faz necessário. Em toda a cidade.


TRATATIVAS
Digamos que seguem “as conjuminações” envolvendo a composição da Mesa Diretora da Câmara de Vereadores para 2023. As principais decisões estão tomadas e os arremates são encaminhados.

POSSIBILIDADE
A partir do documento assinado por 14 dos 17 vereadores da base e em função de tudo o que aconteceu, não é ousado afirmar que a Mesa terá o vereador Cesinha (PSB) como presidente, Márcio Santos (PSDB) como primeiro vice, Rafael Barriga (UB) como segundo vice, Paulo Coitinho (Cidadania) como primeiro secretário e Jone Soares (PSDB) como segundo secretário.

TALVEZ
Pode ocorrer mudança na segunda vice-presidência em função de fechar um maior número de votos. Na mesma expectativa, pelo comportamento dos cinco vereadores de oposição e mais os dois do PSD. Em se tratando da Câmara de Pelotas tudo pode acontecer. Ou nada.

QUALIFICAÇÃO
Entra na reta final a obra no Hospital Dr. Ernesto Maurício Arndt, em Morro Redondo. Para a ampliação do número de leitos visando o recredenciamento junto à Secretaria Estadual da Saúde para a retomada das internações hospitalares via SUS. Contribuições são aceitas.

PONTO
Só para registrar. Às 8h30min desta quinta (1º) estavam no plenário da Câmara de Pelotas os vereadores Jone Soares (PSDB), Paulo Coitinho (Cidadania), Dila Bandeira (PSDB), Carla Cassais (PT) e Fernanda Miranda (PSOL). Sem quórum. Vereador Cesinha (PSB) chegou às 8h40min e o vereador Marcos Ferreira (sem partido), às 8h43min. E aí tudo começou.

GESTO
Comunidade Católica Santa Edwiges realiza nos próximos dias 7 e 8 mais um Brechó Solidário. Das 10h às 18h, na rua Alberto Rosa, 2225. Informações: 3026-2050.

MEMÓRIA
Exposição Bordando Simões Lopes Neto é a atração no Museu do Doce da UFPel, no Casarão 8 da praça Coronel Pedro Osório. Até fevereiro do ano que vem.

MEMÓRIA II
São 19 bordados confeccionados pelo Grupo Doces Bordadeiras. Apresentam as histórias da obra Lendas do Sul, a partir de gravuras de Nélson Faedrich.

CEP
Projeto da vereadora Carla Cassais (PT) dá o nome de rua Vera Goulart à rua 10 do Loteamento Residencial Domingos de Almeida, no Areal.

ENTENDA

O pelotense Rodrigo de Sousa Costa (foto) está eleito presidente da Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Sul, a Federasul. Sua eleição ocorreu na quarta-feira para mandato de dois anos. Ele ocupava a vice-presidência de Integração. Rodrigo presidiu o Sindicato Rural de Pedro Osório, a Associação Rural de Pelotas e foi coordenador da Aliança Pelotas. O vice-presidente de Infraestrutura reeleito é Antônio Carlos Bacchieri Duarte, o vice-presidente Regional é Lindonor Peruzzo Júnior e um dos diretores na Zona Sul é Jorge Almeida.


ESPETO ENTREVISTA

Em sua primeira incursão eleitoral, Mateus Bandeira concorreu a governador do Rio Grande do Sul em 2018 e recebeu 200.877 votos. Se diz vitorioso pela defesa de pautas vinculadas ao liberalismo. No livro Quem roubou nossa coragem?, faz relatos pessoais e de acontecimentos na campanha. Não poupa críticas ao comportamento do Supremo Tribunal Federal e afirma não ter aptidão nem paciência para a política. Bandeira participou do Espeto Entrevista do dia 29 e, a seguir, o resumo de sua manifestação.

Na recente Feira do Livro de Pelotas, o senhor lançou e autografou a obra Quem roubou nossa coragem?, que trata de aspectos da sua candidatura ao governo do Estado em 2018. Foram 200.877 votos e, para uma primeira incursão, não foi um mau resultado...
Eu acho que foi extraordinário. A minha candidatura era algo improvável. Não era filiado a nenhum partido, muito menos ao Novo, quando me convidaram. Não era um objetivo de vida. Ingressei na política para ser candidato e não para ser um meio de vida, para me tornar um político profissional.

Por que então?
Porque 2018 era um ano decisivo para o Brasil, com uma eleição importante, como a de 2022, onde se tinha dois projetos em disputa que representam dois modelos de sociedade completamente distintos. Havia uma janela de oportunidade para pessoas que vinham de fora da política. Essa janela se chamava Partido Novo.

Quais os objetivos?
O Novo tinha sido constituído, era a sua primeira disputa em eleições gerais e foi feito todo um esforço para trazer pessoas de fora da política para defender uma bandeira, valores e princípios que nunca foram defendidos na política. Era algo inusitado pessoas fazendo campanha e falando absolutamente a verdade, sem mentir à população, aos eleitores, sem prometer nada. Ancorado em princípios, defendíamos as privatizações, um Estado menor, com menos intervenção na economia, as liberdades individuais, o livre mercado, o acesso legal a arma de fogo. Uma pauta genuinamente liberal.

Como isso aconteceu?
Decidi concorrer e fazer um ano sabático viajando sabendo que estaria ombreando com pessoas ficha limpa, sabendo que estaria defendendo as coisas que acredito, sem freios e limitações. Mas ao mesmo tempo sabendo que não teria tempo de TV, não usaria Fundo Partidário e Fundo Eleitoral, porque o partido e eu também somos contra. É um instrumento de preservação política de quem já está lá.

Como chegou ao livro?
Eu nunca pensei em ser candidato e também em escrever um livro. Um amigo me convenceu a escrever. A minha primeira reação foi a do cara que perdeu a eleição e vai escrever um livro. Ele me disse que não havia perdido e que visse o ganho, como a defesa dos valores, os mandatos de deputados, a semente lançada, a defesa da pauta de privatizações e concessões que ninguém atacou de frente. Era tudo escamoteado.

O que é o livro então?
É uma defesa de princípios, de valores. Uma análise contundente da política brasileira. É uma biografia política, mas uma defesa contundente dos fundamentos de uma economia de mercado.

Tendo o exemplo do governador Romeu Zema, em Minas Gerais, eleito e reeleito pelo Novo, o senhor entende que o caminho está aberto para este tipo de proposta?
O caminho continua aberto. O Novo, como instituição, sofreu muito. O resultado das urnas mostra isso. Na eleição passada elegeu um governador, oito deputados federais e vários estaduais. Nessa, fez um governador, três federais e os dois deputados estaduais gaúchos, um foi para federal (Fábio Ostermann) e não se elegeu e o outro (Giuseppe Riesgo) não se reelegeu.
O partido sofreu um arranhão reputacional daquela que era a sua principal liderança, que ficou mais conhecido, o João Amoedo. O caminho está aberto no ponto de vista dessas pautas, que não se defendia antes, como o liberalismo econômico. Era muito difícil defender privatização, porque tira voto, funcionário da estatal não vota nesse candidato.

Reflexos mundiais?
Das principais economias do mundo, dos países que mais se desenvolveram, que mais enriqueceram a sua gente, que mais promoveram as liberdades, são os que despontam em todos os rankings de desenvolvimento econômico, de desenvolvimento humano.

Há um outro lado?
Do outro lado, com modelos políticos e econômicos, do lado do socialismo, qual o país que deu certo? Qual o país em que as pessoas se desenvolveram e enriqueceram? Nenhum. Há uma diferença muito grande entre desenvolvimento e renda per capita e igualdade. Quem defende o socialismo, defende a igualdade. O problema não é a desigualdade, as pessoas são desiguais. O problema é a miséria, a pobreza, a fome. Cuba não é um país desigual, a Venezuela hoje não é um país desigual. Eles conseguiram resolver o problema da desigualdade. Lá todo mundo é igualmente pobre e miserável.

O empresário se envolve na formação de lideranças?
Era para ter muitos. Salim Mattar, que é o maior adepto do liberalismo, é o maior financiador de institutos liberais, de formação liberal. É uma pessoa. Os outros que são defensores da causa, não patrocinam. Isso talvez seja a principal explicação para o fato do Brasil estar na situação que está. Não tem empresários capitalistas. Capitalismo é sinônimo de liberalismo. Tem muitos empresários que gostam de mamar nas tetas das estatais, gostam da proteção. Eles se aproximam do Estado, seja qual for o presidente, para ter o seu favor.

Tem o caso das corporações.
As corporações são um câncer no País. O Brasil é um país capturado pelas oligarquias, públicas e privadas. O Conselho Nacional de Justiça decidiu que os juízes federais devem receber aquele penduricalho antigo, o quinquênio. Eles decidiram que vão pagar o quinquênio retroativo a 2006 ou antes disso, algo de R$ 2 milhões para cada juiz federal. Isso é uma afronta à Constituição, é um tapa na cara do brasileiro. Na Constituição é bem claro que não é possível criar despesa sem lei. Eles estão criando vantagens, privilégios, penduricalhos, despesa pública sem lei. Ninguém os elegeu.

Como isso ocorre?
É a famosa luta das minorias contra as maiorias. A maioria acaba perdendo, pois a minoria vive disso, vive do privilégio, vive do subsídio. Ela se mobiliza, tem poder político, conquista os seus privilégios e consagra na Constituição e na lei. A maioria tá preocupada em cuidar da vida, em botar comida na mesa, trabalha de dia para pagar a conta de noite.

Passada a eleição, o senhor desfiliou-se do Novo. Essa fala é de quem participou e gostou do jogo. O Mateus tem novas aspirações eleitorais, pensa em novas candidaturas?
Não e vou dizer porquê. Não tenho nem talento nem vocação para o Parlamento. Nem paciência. Eu sempre fui executivo. Gostei da experiência, de ter defendido as pautas que defendi. Para disputar uma eleição, também tem que ter a vontade de fazer isso. Na política tu tem que dizer pra todo mundo que tu vai fazer um bom trabalho, dizer a verdade, que muitos não querem ouvir.
Não sou capaz de produzir um estelionato eleitoral. Não gostaria de me coligar e jamais me coligaria com políticos corruptos, com partidos corruptos. Então eu não sirvo para a política. Eu peguei o gosto pela participação ativa no debate público e faço isso até o limite de não me prejudicar profissionalmente.

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