Incentivo

Projeto da Ospa propicia a revelação de novos talentos da música lírica

Ópera Estúdio produzirá quatro recitais e uma ópera para apresentar a evolução dos alunos

(Foto: Gustavo Mansur - Secom) - Os professores são referência no ensino da música no cenário nacional e internacional.

Com uma série de espetáculos que ocorrem de junho a setembro no Teatro Oficina Olga Reverbel, do Complexo Cultural Theatro São Pedro, a Escola de Música da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) abre uma oportunidade para apreciação gratuita de ópera, além de aproximar crianças e adolescentes da música lírica. A primeira apresentação do Vozes do Ópera Estúdio ocorreu semana passada.

O Ópera Estúdio é um projeto de musicalização para jovens realizado pela Escola de Música da Ospa e está em sua segunda edição. Coordenado pelo maestro Evandro Matté e com direção pedagógica de Flávio Leite e Eiko Senda, oferece treinamento para formação de cantores líricos iniciantes, que passam por um treinamento intensivo ao longo de seis meses.

“Isso é muito importante porque é uma fase de ganho de experiência profissional e de ganho de ferramentas técnicas, musicais e estilísticas que são necessárias para o desenvolvimento da carreira e que normalmente o ensino superior tradicional não dá conta de suprir”, explicou Leite.

Durante o período letivo, os cantores participam de aulas semanais de canto, repertório, expressão corporal e cênica, entre outros assuntos, que somam uma carga horária superior a mil horas. Os professores são referência no ensino da música no cenário nacional e internacional.

Para demonstrar a evolução dos 27 alunos selecionados, quatro recitais serão realizados nas últimas quartas-feiras de julho a setembro. Nelas, os cantores fazem intervenções e interagem com objetos cenográficos para explicar sobre seus personagens, ampliando o conhecimento acerca das peças apresentadas. Além disso, em novembro o grupo realiza o grande espetáculo de encerramento, a montagem completa da ópera Carmen, de Georges Bizet.

“Os recitais fazem parte do processo pedagógico porque uma coisa é o rendimento na sala de aula com o professor e outra, quando vai para o palco. Tudo precisa ser treinado, então, nesta edição, temos previsto quatro recitais para os alunos ganharem esse tipo de experiência de interação com o público. Eles estão em formação, e essas apresentações são importantes para o desenvolvimento deles, que se colocam em teste”, comentou Leite.

Quando a seleção é realizada, os alunos são divididos entre ativos e suplentes, mas, conforme Leite, a divisão é apenas formalidade. “Isso do suplente é pró-forma, porque nós orientamos todos. No ano passado um rapaz era suplente e interpretou um dos protagonistas da ópera que apresentamos no final do ano”, lembrou.

Dos selecionados para esta edição, oito já participaram do Ópera Estúdio em 2022. Segundo Leite, a melhora é perceptível, se comparar a condição em que esses alunos chegaram ao projeto e como estão atualmente. Alguns dos que retornaram eram suplentes na primeira edição e agora foram selecionados como ativos.

Ópera Estúdio   Eiko Senda

A professora Eiko Senda e o pianista Patrick Menuzzi durante um dos ensaios do projeto Ópera Estúdio - Foto: Gustavo Mansur/Secom

O projeto, realizado em parceria com a Companhia de Ópera do Rio Grande do Sul (Cors) e a Fundação Theatro São Pedro (FTSP), é uma oportunidade sem precedentes no Rio Grande do Sul, conforme Leite, e ajuda que mais talentos sejam descobertos, proporcionando um conhecimento que, de outra forma, os alunos teriam que desembolsar grandes quantias para ter acesso.

“Os alunos foram selecionados por uma audição rigorosa e todos recebem formação sem desembolsar nada. Uma formação desse nível, com professores de fora do Estado e muitas aulas, se cada um deles fosse desembolsar seria de R$ 60 mil a R$ 70 mil para ter acesso ao mesmo volume de conhecimento”, afirmou.

O Ópera Estúdio já revelou um grande talento em sua primeira edição. Segundo a professora e coordenadora pedagógica, Eiko Senda, uma aluna preparada durante as oficinas do projeto em 2022 conquistou o primeiro lugar no Instituto Superior do Teatro Colón, na Argentina.

Trata-se de Paolla Soneghetti, natural do Rio de Janeiro, que se formou como solista do Ópera Estúdio e realizou o teste na renomada casa de óperas. A cantora foi uma de apenas três selecionados para ingressar diretamente no Segundo Ciclo, nível que exige bastante experiência prévia.

Os professores explicaram os motivos que levaram a escolher Carmen como peça a ser apresentada pelos alunos no encerramento, em novembro.

“É uma das óperas mais populares e faz sucesso no mundo inteiro. Tem também o fato de todos os cantores e cantoras poderem participar, porque há muitos papéis que são diversos”, comentou Eiko.

Carmen é um título bom porque tem papéis grandes que devem ser defendidos por cantores com mais experiência, mais preparados, mas também tem papéis menores, igualmente excelentes, para cantores mais no início da jornada de desenvolvimento”, detalha Leite. “Quando decidimos as obras que fazemos no Ópera Estúdio, é muito importante que sejam títulos que deem oportunidade para o maior número de alunos.”

No primeiro recital de 2023,  acompanhados pelo pianista Patrick Menuzzi, os cantores interpretaram obras de Händel, Mozart, Donizetti, Puccini, Verdi, Gounod e Bizet, entre outros.

Os recitais ocorrem em duas sessões em cada data. A primeira é à tarde, para alunos de escolas. A segunda, à noite, é aberta ao público em geral mediante a doação de 2 quilos de alimentos não perecíveis.

As escolas podem inscrever suas turmas pelo e-mail [email protected]. O público em geral adquire os ingressos no site do Theatro São Pedro e leva os alimentos no dia do evento. A classificação das peças é livre.


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