Está disponível no Youtube o audiovisual Roda de Mulheres no Circo, do projeto Hayllander Circo - Transformando Vidas, o vídeo leva ao público um bate-papo entre mulheres que vivenciam a vida neste universo particular da arte: Lea Benvenuto Almeida (Circo-Teatro Serelepe), Vanessa Bonaldo (Circo Bonaldo D'Italia), Inês Marcolan (Hayllander Circo) e Ermínia Silva (historiadora). A iniciativa é das artistas circenses Inês Marcolan e Patrícia Sacchet, da Cia. Ondina & Tufoni - Cultura e Arte e do Teatro Hebraica, de Porto Alegre. A proposta tem financiamento do Procultura-RS, através do FAC, do Governo do Estado.

O projeto foi pensado para reunir mulheres que são significativas para o circo no Rio Grande do Sul, explica uma das proponentes, Patrícia Sacchet. A produtora e palhaça comenta que, em geral, falam sobre a mulher como a partner dos homens que estão em destaque nos picadeiros, mas a atuação delas vai muito além. "O olhar que só vê isso, às vezes é muito mais machista, do que de fato é o papel delas no circo. Por isso foi bacana conversar e desmistificar."

Patrícia comenta que o trabalho das mulheres é vital dentro da função circense, desde o cuidado com a família, passando pelos cuidados com os bastidores. "Elas estão na parte administrativa também, na montagem dos espetáculos e tem as crianças, que são o futuro do circo. E quem educa? São essas mulheres", argumenta Patrícia

Diferentes trajetórias

"O objetivo é passar a realidade e o empoderamento da mulher no circo", explica Inês, mulher do proprietário do Hayllander Circo, que esteve em Pelotas até este domingo, e atua como a palhaça Tintilin. A roda de conversa apresenta mulheres com trajetórias diferentes, mas que têm em comum a vida cotidiana nos circos.

Inês diz que a intenção é levar a mais pessoas um pouco do que é a rotina das mulheres dentro do circo e a evolução das atribuições que elas podem ter neste ramo do entretenimento. "As pessoas podem ver que no circo uma mulher pode estar à frente de qualquer setor."

"Somos produtoras de projetos,mestras e educadoras e formadoras e somos sabidas. É falando, narrando, contando as nossas histórias que nós vamos desmistificar o papel da mulher no circo", fala historiadora Ermínia Silva, que faz a mediação da conversa.