Inaugura nesta segunda-feira (9) a 8ª edição do Arte na Rural, projeto que integra a 97ª Expofeira. Este ano a mostra reúne obras de artistas da região, são eles Cristina Cruz, Eliana Bonini, Ritta Martins e Ronaldo Fossati. A comissão de curadoria é formada por Lauer dos Santos, Lúcia Weymar, Nicola Caringi e Eleonora Campos da Motta Santos. Vernissage ocorre às 18h, no Salão Nobre da Associação Rural de Pelotas, com apresentação musical da Camerata Negrinho Martins, com Kethelen Bilhalva (violino) e Luiza Tajes (violoncelo).

"Esta mostra de arte se alia à missão da Associação Rural de Pelotas, de integrar a população urbana ao trabalho e cultura da área rural. Nada como a arte para encantar e trazer o público para perto", comenta a médica e produtora rural Ana Carolina Issler Ferreira Kessler, organizadora do Arte na Rural.

O Arte na Rural é uma realização da Associação Rural de Pelotas e tem a parceria da Pró-Reitoria Extensão e Cultura da Universidade Federal de Pelotas. Recentemente, recebeu o Prêmio Mérito em Extensão UFPel 2017-2020 e a Medalha Ordem do Mérito da Academia Pelotense de Letras. O evento tem o apoio da, Estância da Gruta, Estância São José, Fazenda Calafate, Fazenda Sarandy, Fazenda Posto Branco, Estâncias Cerro Jarau-Pascoa-Tapera, FW Agropecuária e Fecomércio-Sesc/RS.

Quem são os artistas

Eliana Bonini
A artista participa pela primeira vez desta coletiva com três óleos sobre tela. "A minha obra é realista, com temática do campo", explica. Este ano, uma obra de Eliana também integrou a mostra da Estância da Arte, projeto da Expofeira, em Esteio.
Eliana se dedica à pintura a óleo há mais de 20 anos, mas agora é que tem tirado sua arte do ateliê. Nesta mostra traz ao público telas inspiradas pelos elementos do trabalho rural, como o gado Hereford e os cavalos. "Longe de buscar agradar escolas ou vertentes da arte, seu foco está no puro prazer de analisar as peculiaridades do que chega ao nosso olhar e traduzi-las em pinceladas", analisa o designer Eduardo Bonini Hoewell.

Cristina Cruz
Com quase 30 anos de carreira artística, Cristina estreia agora no Arte na Rural. Para esta exposição a artista apresenta duas telas no estilo contemporâneo, na quais utiliza técnicas como colagem, cartão e madeira em acrílica sobre tela. "Os trabalhos têm a ver com natureza, com a força da terra, as minhas cores são os tons terrosos", descreve.
A artista é formada em Música e Pintura, especializada em Preservação de Patrimônio, pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Feliz com o convite para participar dessa coletiva, Cristina conta que estava fora do circuito de exposições desde 2019. "Eu estava afastada do grupo e esse convite foi muito bom", diz.

Ritta Martins
É fotógrafa documentalista movida pela aventura humana de perpetuar histórias e guardar os tempos. Apaixonada por "portrait", apresenta, nesta mostra, traços de personalidade e de lifestyle no mesmo retrato. Para a artista o Retrato contemporâneo ganhou um nível de espontaneidade e naturalidade. "O meu objetivo sempre é mostrar estilo de vida e caráter na mesma imagem, com mais casualidade e informalidade de pose e luz. Nessa mostra tem um pouco de mim, tem um pouco do outro e tem um tanto de nós."

Ronaldo Fossati
O pelotense, que volta ao Arte na Rural, é formado em Engenharia Civil na UFRGS e bacharel em Artes Plásticas - Habilitação: Pintura pela mesma Universidade. Atualmente dedica-se exclusivamente ao trabalho de atelier onde executa uma pintura figurativa e realista em que deseja a simulação da realidade com sua marca.

Lançamento de livro

Neste ano abertura do evento contará também com o lançamento de livro intitulado A ponte e seus desdobramentos, da artista plástica Graça Marques. A obra tem origem em colagens feitas pela artista sob a temática da Ponte Internacional Mauá, que corta o rio Jaguarão, unindo o Brasil ao Uruguai. A obra faz um resgate de correspondências e testemunhos históricos de seus ancestrais, que contribuíram para a construção e preservação desta ponte.

A artista, que viveu a infância e adolescência em Jaguarão, é Licenciada em Educação Artística pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e doutora em Belas Artes na Universidade Complutense de Madri (UCM), Espanha. Em sua poética, Graça se apropria tanto de objetos reais desgastados pelo uso quanto de imagens sugestivas em paredes e muros abandonados, para resgatá-los do anonimato, através da fotografia digital, sobre as quais intervém com outros procedimentos pictóricos.