Gabriela Menna Barreto é presença frequente em torneios nacionais, continentais e mundiais de padel. Referência da modalidade, a atleta pelotense foi bicampeã em outubro do Pan-Americano Absoluto, em Caracas, na Venezuela, representando a seleção. Ao lado de Fernanda Abarzúa, com quem costuma formar dupla, ela soma 6.880 pontos e divide a segunda colocação do ranking individual da Confederação Brasileira de Padel (Cobrapa). 

Adepta dos esportes de raquete desde a infância, Gabriela também pratica beach tennis – no início deste mês, por exemplo, participou da categoria profissional do Campeonato Brasileiro, em Recife (PE). A seguir, confira uma entrevista sobre trajetória pessoal, passado, presente e futuro, especificamente do padel, além da importância da renovação no cenário local.

Como foi teu começo nos esportes de raquete? Os primeiros contatos…
Sempre fui uma criança apaixonada por esportes. Desde que nasci meus pais sempre me incentivaram a praticar esporte e me apresentaram todos possíveis para que eu tivesse a experiência esportiva. Comecei a praticar esportes de raquete bem nova, com sete anos fiz minha primeira aula de tênis,.Na época, minha mãe era professora de padel na cidade, mas optou em me colocar na aula de tênis. Esporte que treinei e participei de diversas competições estaduais, brasileiras e regionais. Acabei parando de treinar quando ingressei na faculdade de Educação Física. Então após me formar decidi começar a treinar padel, como já havia jogado tênis durante bastante tempo, tive bastante facilidade.

Pelotas é um dos polos do padel no Brasil. Quais fatores que tu acha que levaram a essa consolidação do esporte por aqui?
Pelotas sempre foi sinônimo de qualidade no quesito padel. Me recordo quando era pequena que Pelotas era um dos maiores polos do esporte na época de 90, alguns dos melhores jogadores do mundo moravam aqui. Acredito que desde essa época Pelotas viveu o padel, fazendo com que cada vez mais pessoas fossem adeptas à modalidade. Como o padel é um esporte muito familiar, acredito que todo esse boom na época de 90 seja um fator positivo, que influencia a nova geração a estar praticando a modalidade. Vejo hoje novamente o padel em Pelotas em uma grande crescente de atletas.

O que falta para existirem mais atletas profissionais de padel na nossa região? Acredita que vai ser possível chegarem no mais alto nível do mundo, em todos os aspectos, sem sair daqui?
Acredito que a renovação com certeza é a chave para o sucesso de qualquer esporte. Penso que torneios fora da região possam ajudar no desenvolvimento e amadurecimento de novos atletas de alto rendimento. Pelotas tem grandes treinadores de padel, com bastante dedicação e um trabalho multidisciplinar bem feito. Confio que podemos colher muitos talentos e novos atletas de ponta. Apoio o atleta de ir fazer uma temporada na Espanha e viver o melhor do padel mundial de perto, penso que essa experiência possa dar ainda mais motivação para seguir se dedicando aos treinos.

Individualmente, tens muitas convocações à seleção e conquistas. Na tua opinião, o que te levou tão longe? Parte técnica, física, mental…?
Acredito que minha maior qualidade como jogadora seja a resiliência. Sou uma atleta que tem muita vontade de melhorar, de lutar, que consegue se reerguer mesmo quando as coisas não estão indo bem. Hoje em dia o esporte evoluiu muito, então precisamos que o atleta seja completo. Físico, técnico e mental pra mim são os fatores principais em um atleta de padel.

Vemos alguns jovens da região convocados ao Mundial de Menores. Essa cultura de fomento desde a juventude pode tornar o padel ainda mais forte nos próximos anos e décadas?
Com certeza, essa cultura de Pelotas ter muitos talentos jovens é muito importante e essencial para o desenvolvimento e aumento de nível do esporte. Precisamos de renovação tanto na seleção feminina quanto na masculina profissional. Para o esporte seguir evoluindo e sendo uma potência mundial, precisamos ir aos poucos fazendo essa renovação, mesclando os atletas mais experientes com os atletas de menores. Bora seguir se dedicando, gurizada, que estamos esperando vocês.