Renegociação
Acordo da direção do Brasil para parcelar salários de atletas supera R$ 400 mil
Ex-vice de finanças, José Argoud afirma que não foram antecipadas cotas do próximo Gauchão e que clube não contraiu novas dívidas trabalhistas com jogadores em 2023
Foto: Carlos Queiroz - DP - Campo do Bento Freitas só voltará a receber jogos do Xavante no Gauchão 2024; ainda este ano, Farroupilha mandará por lá partidas da Terceirona
Sem futebol desde o início de agosto, o Grêmio Esportivo Brasil sofre os naturais impactos econômicos do calendário encerrado. Conforme José Argoud, ex-vice de finanças, atualmente cerca de 1,2 mil sócios seguem pagando as mensalidades, quando o ideal seriam cinco mil. A queda de receitas também vem dos patrocinadores: sem exposição no uniforme, o acordo com o Banrisul terminou após a eliminação na Série D. O dirigente citou Mr. Jack Bet e Vetorial como empresas que ainda depositam valores nos cofres rubro-negros.
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Ainda segundo Argoud, apenas um atleta não formalizou – por enquanto – o acerto para o parcelamento dos salários de 2023. O valor destinado ao último elenco deve girar em torno de R$ 56 mil durante cada um dos próximos sete meses, totalizando quase R$ 450 mil. A primeira das oito parcelas já foi quitada.
O ex-vice de finanças disse, também, que a cota paga pela Federação Gaúcha de Futebol (FGF) relativa ao Estadual 2024 não foi antecipada – o montante bruto deve se aproximar de R$ 900 mil. De acordo com Argoud, para garantir a viabilidade do Xavante durante a competição, é necessário complementar os recursos. “Pro Gauchão, teríamos uns 60% já da necessidade financeira. Estariam faltando uns 40% que precisaria buscar com patrocinadores, investidores, campanha de sócios…”, afirma.
Argoud não retornará
Ao atender a reportagem, José Argoud também traçou um panorama dos últimos três meses, quando esteve à frente do Brasil. “É gratificante e cansativo, porque tu consegue trabalhar por aquilo que tu gosta, que é o clube, e ao mesmo tempo tu deixa de estar com a família, deixa de trabalhar”, avalia.
O ex-dirigente disse que o trio considerou “irresponsabilidade” e até mesmo “covardia” deixar a Executiva durante a Série D, e que a renegociação do pagamento dos salários atrasados tornou mais demorada a entrega da carta de renúncia. Argoud relata não terem sido adquiridas novas dívidas trabalhistas recentes ao longo da gestão iniciada em 2022.
“É claro que o clube tem dívidas. Na verdade nós só ficamos transferindo essa questão. Não conseguimos pagar dívidas antigas. O clube hoje só se preocupa com custos, com despesas. A gente não investe, e pra que se tenha retorno a gente tem que investir. A dívida anterior ficou, embora não tenham existido dívidas em termos de atletas nesse período, de novembro do ano passado até agora”, complementa.
Questionado a respeito do futuro, o ex-vice de finanças confirmou que não se envolverá em nenhuma chapa no processo eleitoral. “Eu não falo por eles [Ricardinho e Sanabria], mas eu já dei minha contribuição. O Ricardo talvez forme alguma chapa. Pra [Ricardinho] ficar, teria que ter núcleos de trabalho, porque é muito pesado só pra três pessoas”, argumenta.
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