Sem data desde julho, quando foram adiados, os depoimentos de vítimas e testemunhas do caso Rai Duarte estão reagendados. Portanto, será retomada a apuração da Justiça Militar para investigar os 17 agentes que viraram réus após denúncia do Ministério Público do Estado. Em 1º de maio, as agressões contra Rai e outros 11 torcedores xavantes no estádio Francisco Noveletto, em Porto Alegre, completarão dois anos.

As rodadas de oitivas acontecerão na sede do Tribunal de Justiça Militar do Rio Grande do Sul (TJM/RS), na capital, nos dias 25 de março, 10 e 25 de abril e 6 de maio. O adiamento ocorrido em 2023 se deu depois do pedido de habeas corpus da defesa de um dos réus. Mais tarde, sob alegação de falta de fundamentação, o TJM/RS anulou o recebimento da denúncia.

Uma nova denúncia foi recebida parcialmente em novembro. Houve rejeição quanto ao crime de falsidade ideológica, mas acabaram reconhecidos os pressupostos processuais e a justa causa no que se refere aos delitos de tortura, tortura qualificada, injúria e ameaça. Os policiais que viraram réus permaneceram afastados das atividades até maio do ano passado, quando foram reintegrados ao policiamento ostensivo.

Rai segue no aguardo

Como já noticiou o DP, Rai Duarte, que é agente municipal de saúde em Pelotas, segue afastado do trabalho. Segundo ele, sua perda mensal por conta da situação fica em torno de R$ 2 mil. “O que está me arrebentando é que em licença saúde a pessoa ganha muito pouco. No meu caso estou perdendo 50% do salário e sem vale-refeição ainda. Só o vale-refeição é R$ 400”, disse ao Jornal em novembro.

O torcedor do Brasil fará consulta em Porto Alegre no dia 29 de maio. Está agendada, também, uma tomografia para o dia 2 de julho na capital. Rai, que precisa realizar nova cirurgia na região abdominal (seria a 15ª desde o incidente de 2022) afirma ter dores para dormir. Sua esposa está grávida e o pequeno Hyantony está perto de completar dois anos.