Áureo-Cerúleo

Paulo Porto: “O pessoal está notando que o Pelotas precisa de todos”

Treinador do Lobo comenta novo retorno ao clube e fala de assuntos que vão da união interna até os processos de prospecção de jogadores para 2024

Foto: Carlos Queiroz - DP - Profissional falou da importância da união interna para a administração, do passado na Avenida e, principalmente, do processo de construção de um novo elenco

Paulo Porto conhece a Boca do Lobo como poucos. Responsável por comandar o time do Pelotas em parte das conquistas mais recentes do clube, o treinador de 72 anos está de volta. Anunciado há um mês, ele concedeu entrevista exclusiva ao Diário Popular. Falou da importância da união interna para a administração, do passado na Avenida e, principalmente, do processo de construção de um novo elenco.

Com a Divisão de Acesso marcada para começar apenas no meio de abril, o técnico ainda não está morando em Pelotas. “Trabalhar a gente está trabalhando, só que online”, resumiu. Depois de atender a reportagem, teria uma das várias reuniões virtuais com integrantes do departamento de futebol do Áureo-Cerúleo.

Ao lado do auxiliar Ariel Lanzini, do gerente executivo Filipi Cruz e do analista de desempenho Vinícius Nascente, Paulo vasculha o mercado de atletas. É sobre esse e outros temas que ele discorre na entrevista. Confira.

Como tu enxergas o clube depois de cinco anos da passagem anterior?
Existia, no Pelotas, a direção sempre de um lado. Ou eram os mais jovens, e aquele pessoal que na verdade são aquelas pessoas que tiveram importância muito grande por muito tempo estavam um pouco afastados. Esse ano, todo mundo viu que é importante que se juntem para unir forças. É importante que as pessoas que prestaram grandes serviços continuem a ajudar o Pelotas. São muito importantes em todos os sentidos, e também essa renovação de jovens, pessoas que precisam estar no Pelotas. Dar continuidade à história. Estou muito otimista nesse sentido. O doutor Tavares [Carlos Augusto, diretor de futebol] está capitaneando isso. O [Flávio] Gastaud está chegando. O Aleixo também. Com eles também já vêm outras pessoas. O Rodrigo [Brito, presidente] e o Vinícius [Conrad, vice-presidente] representam um pouco mais essa ala nova. Para continuar esse caminho de grandeza, precisa de todos. Claro que precisa ser um trabalho de todos. Ser dividido para poder ser carregado. Acredito muito que vai dar certo.

O teu retorno traz a lembrança de momentos vitoriosos da história do clube. Tens recebido contatos de torcedores? Nota-se uma certa desconfiança de parcela da torcida pelos resultados recentes… Teu retorno pode ajudar a mudar esse sentimento do torcedor?
Eu não diria que é o meu retorno. O pessoal está notando que o Pelotas precisa de todos. Não pode sobrecarregar ninguém, precisa ser um trabalho dividido. Quando se junta mais pessoas, se divide mais e se torna o trabalho mais leve. Tive essa constatação naquele jantar da apresentação. Vi um ambiente muito bom, um clima muito bom, muita gente com o olho brilhando para fazer um grande campeonato no ano que vem e retomar o Pelotas. Quero fazer parte disso. Ajudar. Vivi momentos muito bons aí e estou engajado. Quero ajudar, fazer com que o pessoal se aproxime e dê uma colaboração. Evidente que a gente já tem manifestações de apoio, de disponibilidade de ajudar. É uma sensação muito boa.

Ainda faltam quase quatro meses para começar a Divisão de Acesso. Quais dificuldades o mercado do futebol impõe a um clube como o Pelotas, que só oferece calendário a partir de abril?
Nesse primeiro momento, como é final de ano, existe uma atenção muito grande dos jogadores em querer jogar a primeira divisão. Não adianta agora ir para Pelotas e tentar contratar os caras que não querem ser contratados porque têm expectativa de jogar a primeira divisão. Estamos nos organizando nesse sentido, e no início de janeiro a gente pretende ir a Pelotas, fazer uma reunião presencial com todo mundo para aí sim esquematizar, ver o andamento de tudo. O Filipi [Cruz], nosso gerente, passa o dia inteiro fazendo contato. A gente já mapeou alguns jogadores aqui. Alguns não têm interesse, porque querem jogar primeira divisão, depois ir para Série C. Mas com esse novo regulamento, que permite juntar oito jogadores e inscrever na primeira divisão, se a gente pensar bem, se juntarmos oito certamente faremos um time forte. Só que pensamos em não arriscar muito nessa história de vincular. A gente não está com foco em vincular jogador. Se aparecer oportunidade de vincular, vamos vincular. Até já tem um caso ou outro. Vamos acompanhar o Gauchão, o momento dos jogadores. Daqui a pouco tu corres um risco, vincula um atleta e ele machuca. Precisamos ter muita cautela, mas isso não quer dizer que a gente não esteja trabalhando.

Trabalham com qual data aproximada para começar a pré-temporada? Por essa lógica citada, não faria sentido começar antes de março…
Vamos fazer aquilo que todo mundo faz. A intenção é começar a pré-temporada 45 dias antes da competição, que é o que a maioria dos clubes vai fazer. Estou à frente do meu computador desde as oito horas fazendo isso. O Vinícius [Nascente, analista], o Filipi, o Ariel [Lanzini, auxiliar], estão buscando nomes. Para cada função, por exemplo goleiro, tenho três prioridades. Zagueiros, temos três prioridades aqui. Volantes: temos três prioridades e mais um jogador que seria o primeiro após esses três. São jogadores com os quais já fizemos o primeiro contato. A gente está trabalhando muito nisso. Não estamos parados. Centroavante, temos três relacionados aqui como prioridades. Mas no banco de dados tenho dez. Estou selecionando, o Filipi faz a mesma coisa. Vai trazer para a discussão jogadores que mapeou e vai passando. A gente já tem um mapa de jogador. E podemos de repente anunciar um ou outro atleta até o final do ano. Estamos muito motivados, muito a fim de fazer o melhor time possível, trabalhando muito para isso.

Como funciona esse processo de captação e prospecção de jogadores? Usam plataformas de atletas, de dados, de vídeos?
É uma boa oportunidade para eu dar um crédito ao Vinícius Nascente, nosso analista. Ele tem o Wyscout na mão. Ontem à tarde, eu pedi para ele pesquisar no Wyscout sobre um jogador. Um zagueiro. À noite, três horas depois, ele me passou tudo do cara. Os lances do cara. Ele selecionou lances de dois ou três jogos. Não aquele negócio de o empresário mandar a seleção dos melhores lances do atleta. A maioria dos jogadores a gente consegue. Os lances de acertos, os lances de erros, para me entregar prontinho. A gente usa todas as ferramentas, hoje está muito fácil. Sobre esse jogador que estou falando, falei com um ex-treinador dele, falei com um amigo meu que foi meu auxiliar técnico, da minha confiança e que hoje é gerente executivo de um clube em Santa Catarina. A análise desse zagueiro que falei essa pessoa também passou, porque acompanhou o início da carreira dele. Estamos cercando [o atleta], para tomarmos a decisão correta. Muito atualizados. O Filipi tem um conhecimento enorme de jogadores e empresários. O Vinícius também, eu não conhecia ele. Tem muito conhecimento, acompanha muito. O Ariel também tem um conhecimento muito grande. Nosso trabalho é bem criterioso para errar o mínimo possível.

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