Futuro

Por repercussão negativa, direção xavante recua sobre a recuperação judicial

Presidente e vice administrativo do Brasil se pronunciaram a respeito da RJ

Foto: Reprodução - A Executiva do Brasil também reclamou de vazamento de conselheiro, que teria prejudicado o andamento da pauta

Os bastidores do Bento Freitas seguem agitados com a possibilidade do clube pedir recuperação judicial (RJ). O assunto, que surgiu na segunda-feira de forma pública, ganhou um novo capítulo nesta sexta, com o presidente Evânio Tavares, o vice administrativo Júlio Sanabria e o vice de futebol Ricardo Fonseca discursando sobre o assunto em live nas redes sociais do clube. 

Sem entrar em valores, Sanabria explicou que a instituição tem uma dívida bem elevada e que vai piorando conforme os juros incidem. Ele também afirmou que para ter um clube financeiramente saudável, a direção executiva estudou algumas possibilidades para poder recuperar o Brasil. “Para isso acontecer a primeira coisa é estancar as dívidas. Herdamos dívidas, as próximas [direções] podem vir a herdar novas dívidas e isso não é saudável. […] Estudamos diversas possibilidades, entre elas a recuperação judicial”. O vice administrativo reitera que pensaram em outras hipóteses para recuperar o clube, mas que nenhuma era possível por diversos fatores. 

Para defender a RJ, Sanabria explica que a imagem do clube precisa mudar para facilitar a negociação do departamento de futebol com futuros atletas e da direção com patrocinadores e investidores. “Temos que mudar essa ideia que o Brasil não paga ninguém, nós precisamos ter uma imagem de um clube que cumpre com as promessas e tenha responsabilidade. […] Hoje o clube está em uma situação difícil em razão dessas penhoras e dívidas, então se levantou a possibilidade da recuperação judicial”, disse. 

O dirigente explicou que a ideia da RJ no Brasil está sendo estudada desde o início do ano. O vice conta que o presidente buscou um escritório especializado que elaborou a recuperação judicial de outras equipes do País como Chapecoense, Paraná, Coritiba e Joinville. Sanabria ressaltou que o escritório não foi contratado pelo clube. A empresa prestou uma assessoria gratuita para que o Xavante tivesse uma análise inicial. Posteriormente, se a decisão fosse seguir esse caminho, o clube contrataria essa empresa. 

Já Evânio Tavares cita pontos positivos para optar pela recuperação judicial como uma forma de “obrigar” que o clube siga sempre pagando suas contas. “Seria muito bom pro Brasil esse plano, até porque o Brasil precisa parar de não pagar. Tem que ter uma responsabilidade. Quem entra pra cá tem que ser responsável. Tem que chegar sabendo. No mínimo tem que manter o salário em dia, funcionários, patrimônio e a parcela da RJ”, disse o presidente no pronunciamento. 

Debate com o Conselho 

Evânio e Sanabria disseram que pelo estatuto do clube seria possível colocar em prática a ideia da RJ, mas preferiram abrir a pauta com o Conselho Deliberativo. Eles explicaram que foi feita uma reunião virtual com os advogados consultados, que explicaram todos os questionamentos. O departamento jurídico também participou para falar dos pontos positivos e negativos. Os dirigentes ressaltaram que a ideia da recuperação judicial é uma possibilidade e não uma proposta. “Estamos sendo responsabilizados por algo que nós não dissemos que faríamos. Falamos que estamos estudando”, disse o vice administrativo. 

Vazamento de informações 

A ideia era discutir a possibilidade da RJ de forma sigilosa com o Conselho Deliberativo. Porém a informação vazou durante a semana, incomodando a direção, e a repercussão não foi positiva por grande parte da torcida devido ao risco do clube fechar caso não pague as dívidas após entrar com a RJ. 

De acordo com Sanabria, o vazamento aconteceu por culpa de um conselheiro e isso teria atrapalhado a atual gestão. “O torcedor está entendendo que estamos fazendo uma gestão sem responsabilidade e não é isso que está acontecendo”. O dirigente então afirmou que, por toda a repercussão, vão seguir administrando o clube da mesma forma. “Decidimos então, por todas essas questões expostas, essas desinformações ou informações equivocadas, essa diretoria optou por continuar com o nosso planejamento financeiro, continuar tentando empurrar as dívidas e pagamentos com a barriga como sempre andou, e aprofundar mais estudos e tentar achar uma possibilidade viável para poder alavancar o clube”, sustentou. 

Evânio seguiu pelo mesmo caminho e disse que pela forma como a informação chegou à torcida, a melhor opção é recuar e focar no futebol. “A gente entende que deu uma repercussão que não deveria ter dado por esse vazamento, então a gente retorna, dá um passo atrás. Pensa no campeonato que temos pela frente. Temos que focar nos esforços na Copa do Brasil e depois na Série D”, declarou o presidente. 

O vice administrativo também relatou que a informação da RJ fez até mesmo os credores contestarem. “Nossos credores também ficaram sabendo e entenderam que o clube queria dar um calote, mas é muito pelo contrário. Não é a ideia do clube dar calote em ninguém. Nossa ideia é pagar essas dívidas de uma maneira saudável, sem que vá matando o clube aos poucos”. 

Valores da Copa do Brasil 

Questionado por torcedores na live sobre os prêmios da Copa do Brasil, Júlio Sanabria explicou que dos R$ 3 milhões que o clube ganhou por passar das duas primeiras fases da competição nacional, apenas R$ 900 mil vão entrar nos cofres, em função de valores que ficam retidos no condomínio de credores, mais valores que vão para a Federação Gaúcha de Futebol (FGF), premiações para os atletas e dívidas cotidianas. 

Sobre os salários, Evânio afirmou que o Brasil está em dia com os atletas, comissão técnica e funcionários.

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