Fim de ciclo
Rafael Almeida se aposenta do futsal: "Dei a minha vida por esse esporte"
Um dos pelotenses de maior projeção na história da modalidade, agora ex-jogador confirma despedida das quadras aos 42 anos
Foto: Pedro Lopes - Especial - Última partida foi pelo Municipal, defendendo o BR
Um dos pelotenses com maior projeção na história do futsal, Rafael Almeida se despediu das quadras. Aos 42 anos, o agora ex-pivô, que construiu carreira de destaque no Estado e até mesmo fora do País, disputou a última partida da carreira no domingo passado. Pouco antes da derrota do BR para o Kastilho City, na decisão do Municipal, ele confirmou a aposentadoria.
"Chega uma hora que a gente tem que deixar pras novas gerações que vêm. [...] Dei a minha vida por esse esporte. Levei essa cidade com muito orgulho por todos os lugares que eu tive, no Brasil e no mundo, e estou muito feliz que essa aposentadoria seja aqui nessa cidade e com meus amigos na arquibancada", disse ao repórter Tallis Machado durante a transmissão do Canal do Eduardo Torres no YouTube.
Carreira
Após passagens nas bases de Cepel, APE, Brilhante e AABB, Rafael iniciou a trajetória profissional em 1998 na Ulbra, de Canoas. No ano seguinte, experimentou o futsal espanhol pela primeira vez ao se transferir para o Benicarló. Retornou à Ulbra, foi ao Goiás e, em 2003, ganhou destaque ao ser artilheiro e melhor jogador do Estadual Série Ouro pela UPF, de Passo Fundo.
Depois de voltar ao time de Canoas na temporada seguinte, passou de 2005 a 2007 no Barcelona. Defendeu ainda os gaúchos John Deere e a Cortiana UCS, esteve na equipe da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) e vestiu a camisa do Jaguarão. Desde 2014, participou de projetos locais: DC, Pelotas, Paulista e BR.
Ao Diário Popular, Rafael falou a respeito da decisão de retornar na faixa dos 30 anos para casa. "Voltei relativamente cedo por escolha minha. Ainda tinha um mercado grande para jogar, mas voltei justamente porque queria que Pelotas voltasse a ter um time adulto, que não tinha na época. Voltei para jogar, estudar em Pelotas, e participar de projetos para que o futsal retomasse aqui. E nessa batalha fiquei até hoje", relembra.
Falta investimento
Se sobra "matéria-prima" de qualidade nas quadras pelotenses, a cidade carece de apoio para alavancar iniciativas no futsal. É o que opina o agora ex-atleta, questionado sobre as razões pelas quais o município não tem nenhuma equipe capaz de colocar em prática um regime 100% profissional de atuação, pagando os jogadores.
"Primeiro, a comunidade tem que abraçar mais o projeto. Tínhamos o BR, sem remuneração, mas disputando uma Liga 2 [Série B da Liga Gaúcha] em altíssimo nível. E pouquíssima gente na arquibancada. Precisa de um clube identificado para atrair a população. Está morrendo o futsal na cidade. Tem que atrair marcas, que vejam isso como investimento", avalia.
Projetos fora das quadras
A transição de Rafael Almeida para a vida de ex-jogador já começou há alguns anos. Atualmente, ele é coordenador de esportes da Escola Mário Quintana, onde trabalha com equipes de futsal. Músico no Samba do Rei e em outros projetos, também atua como produtor de eventos na região.
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