Política

Ricardo Fonseca afirma que, sem apoio, triunvirato do Brasil renunciará

Dirigente volta a falar em deixar a Executiva ao lado dos outros dois vices; estatuto do clube indica que, neste caso, Conselho assumiria por 30 dias

Foto: Jô Folha - DP - Um dos vices que compõem o triunvirato após a destituição de Evânio Tavares, ex-mandatário é taxativo ao responder sobre a possibilidade de renúncia: "tem chance"

Às vésperas de completar 112 anos de história, com aniversário celebrado no feriado desta quinta-feira (7), o Brasil permanece em situação de incerteza administrativa. Um dos vices que compõem o triunvirato após a destituição de Evânio Tavares, Ricardo Fonseca é taxativo ao responder sobre a possibilidade de renúncia. "Tem [chance]. Total. De não continuar. Não tem como, não tem apoio. Não tendo apoio, não tem como qualquer presidente tocar", disse nesta terça em conversa com a reportagem.

O discurso do dirigente reforça o que ele próprio já havia dito ao DP, em junho. Conforme Ricardinho, os demais vice-presidentes empossados no ano passado, Júlio Sanabria e José Argoud, concordam com a decisão. Ainda segundo ele, a atual Executiva aguarda o recebimento de valores oriundos de patrocinadores e da CBF - o Xavante garantiu o direito de embolsar cerca de R$ 55 mil líquidos por conta da classificação aos mata-matas da Série D. Depois disso, persistindo o mesmo cenário, seria entregue a carta de renúncia.

"É o momento de agora todo mundo se aglutinar. Já venho há horas colocando isso na imprensa: tínhamos que nos reunir, pensar no Brasil daqui pra frente, e não tive nenhuma resposta até agora. Ninguém me ligou. Então ninguém quer saber do Brasil", sustenta o presidente dos acessos estaduais e nacionais entre 2011 e 2020. Para o vice de futebol da última temporada, o Rubro-Negro hoje é uma "bomba-relógio", mas que "tem solução".

No artigo 40º, o estatuto do clube atribui ao Conselho Deliberativo (CD) a administração do Rubro-Negro por 30 dias em caso de demissão do presidente e seus substitutos eleitos - neste cenário, os vices. Se a perspectiva da renúncia for confirmada, o CD poderia convocar novas eleições presidenciais após um mês. Vale lembrar que está agendado para os próximos dias o processo eleitoral dentro do próprio Conselho, atualmente presidido por Pablo Chagas.

Credibilidade

A palavra acima foi uma das mais citadas na cobertura do Xavante ao longo dos últimos anos. O dirigente julga ser necessária a atuação conjunta de nomes experientes para ajudar a recuperar a imagem da instituição. "[O Brasil] Tem condições de sair das dificuldades, mas tem que ter gente pesada trabalhando junto. Quando digo pessoas pesadas, são pessoas com credibilidade na cidade, que conhecem o Brasil, já passaram pelo clube", defende Ricardinho.

O ex-mandatário usa o exemplo do Caxias, recuperado de uma crise semelhante durante a última década. Outro assunto comentado por Fonseca foi o papel do Conselho Deliberativo. De acordo com ele, a função do CD é fiscalizar e apoiar a Executiva. Sob a ótica do dirigente, a exposição recente da imagem do clube está entre os principais problemas institucionais.

"O clube está sem credibilidade. É Ministério Público [que investiga o processo de destituição de Evânio Tavares desde o fim de julho], é presidente duas temporadas com renúncia. Quem vai acreditar que vai chegar um novo presidente e ele vai durar os dois anos? Ninguém. Como o empresário vai investir no Brasil?", reflete.

De futebol, quase nada

Em 2022, a pré-temporada do Xavante para o Gauchão começou presencialmente em 15 de novembro. Agora, porém, as indefinições políticas impedem uma projeção sobre o assunto. Conforme Ricardo Fonseca, quase nenhum contato foi feito a respeito de formação do departamento de futebol ou de construção do novo elenco.

"Sete ou oito" jogadores do último plantel chegaram a conversar com os dirigentes. Alguns integrantes do grupo dirigido por Rogério Zimmermann durante o ano, como Marcelo Pitol, Rafael Dumas, Amaral e Márcio Jonatan, manifestaram publicamente um interesse em, dependendo de condições, continuar para 2024. São nomes que podem seguir vestindo vermelho e preto.

A permanência do gerente de futebol Luis Fernando Hannecker também foi comentada por Ricardinho. É uma possibilidade atrelada inicialmente à continuidade da atual Executiva. Já foram homologados quase todos os acordos com os atletas que defenderam o Brasil na temporada encerrada, com os salários atrasados sendo parcelados em oito vezes.

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