Em entrevista coletiva, o técnico Rogério Zimmermann projetou o duelo deste domingo, às 16h, diante do Novo Hamburgo, no Bento Freitas. O técnico também falou sobre não estar no banco de reservas por estar suspenso.

RZ convocou a torcida para comparecer na Baixada e comentou sobre a situações dos jogadores machucados, entre outros assuntos. Confira os principais trechos da entrevista:

Ausência da beira do campo

"Eu já fiquei de fora de algumas partidas, mas não me lembraria se era um jogo decisivo. Você tem que usar toda a semana, fazer todas as orientações, deixar também o próprio jogador tomar decisões nos treinos, se afastar um pouquinho. É estranho. Isso do meu ponto de vista, mas com relação aos atletas você vai ter na área técnica não um auxiliar, um assistente. Um treinador. O Gustavo Papa é um treinador, já dirigiu o Brasil em situações bem difíceis. É mais com relação a essa questão diferente. Minha preocupação é preparar bem a equipe."

Dúvidas na escalação

"São dúvidas mesmo. Mesmo se eu quisesse esconder alguma coisa, não tem. É batida no joelho, questão muscular, fica naquele limite se é desconforto, estiramento, ruptura. Tá bem complicado. É certo que não tem como contar com todos. Alguns vão ficar fora. Falo desses jogadores com dúvida. Eles fazem alguns treinos separados, fazem movimentos de jogo, e a cada dia vão relatando se aumenta a dor. Às vezes você faz o trabalho e não é na hora [que se nota], é no dia seguinte. Realmente, vamos ter, além desses dois [suspensos], alguns desses não vão jogar. A ideia é tentar colocar um ou outro jogador à disposição, mas sempre com o alvo do departamento médico, aval do atleta. Não costumo colocar um jogador que possa agravar a lesão."

Papel do torcedor

"Essa partida é decisiva, as outras não vão ter importância se a gente não tiver um bom resultado. E aí falando do torcedor, com todas essas dificuldades, o nosso grande reforço vai ser do nosso torcedor. Vou passar um pouco da responsabilidade pro torcedor. O torcedor foi importante contra o Caxias, mas precisamos de mais gente. Sei das dificuldades. Às vezes um ou outro torcedor dá uma desanimada por todo o contexto que o clube está vivendo nos últimos anos. Estamos decidindo se a gente continua na competição, então é importante a presença. Se está com dúvida, que venha, que traga mais gente. […] A falta de algum jogador, a falta do treinador na beira do campo, tem que ser compensada com casa cheia, incentivo. Eu sempre valorizei o torcedor."

Novo Hamburgo

"O Novo Hamburgo vem fazendo bons jogos. Empatou contra o Concórdia fora de casa. Venceu 4 a 1 o clássico – nós não conseguimos vencer o Aimoré e eles golearam. Eles estão jogando a Copinha. Um jogo no Bento Freitas, com casa cheia, é um grande teste. Se eu tivesse lá, eu usaria isso como ‘puxa, é um grande confronto’. Amanhã, talvez num mata-mata [da Copinha], talvez não pegue um adversário tão forte como o Brasil com sua torcida. Eles vão valorizar muito esse jogo."

Patrick, Beléa, Da Silva e Rafael Costa jogando juntos

"Sempre existe essa possibilidade. Contra o Aimoré jogaram Patrick e Beléa. Ainda não tivemos a oportunidade de jogar com Da Silva e Rafael porque o Rafael está voltando, então sempre um substitui o outro. Vai depender do contexto. Se vou ter esses jogadores à disposição, se não vou ter. Se tivesse, valeria a pena colocar dois ou três jogadores que não estariam 100%… Patrick, Beléa e Rafael são dúvidas. Têm até possibilidade maior de não jogar. Na teoria, em boas condições, não tem por que não jogar. Tudo é uma questão de treino."

Novo Hamburgo sem peso no jogo

"É muito difícil dizer. Às vezes o jogador mais tranquilo, sem tanta responsabilidade, arrisca mais. Se errar não afeta tanto… O Novo Hamburgo está motivado por estar jogando a competição, porque isso é um bom confronto. Normalmente é perigoso porque o time está mais solto, mais leve. Os times são muito parecidos, não vejo muita diferença. Às vezes é uma questão só de momento. Se para e começa tudo de novo, daqui a pouco o próprio Brasil, Novo Hamburgo, Aimoré, poderiam estar buscando a classificação. É um gol aqui, um gol ali."

Afonso

"É um segundo homem de meio de campo, sim. Tem treinado. Temos feitos muitos testes, muitas variações. Quem vai estar na lateral-direita, quem vai ser o segundo homem, o meia. Porque a gente não sabe com quem vai contar. A gente tem que ter variações. Aquela equipe que normalmente vem jogando está entrosada. O Afonso realmente é um dos mais parecidos com o Germano. O que às vezes falta, e você não consegue fazer isso com todo mundo, é uma sequência maior, como aconteceu com o Beléa. O Afonso é um jogador com talento. Numa partida como essa, a gente pensa em aproveitá-lo."

Elenco curto

"Existe um orçamento financeiro. Não temos essa condição de contratar um lateral, isso já está definido. Na lateral-direita, talvez seja a única posição que a gente tem que fazer uma improvisação, embora esses jogadores atuaram ali. Até não foge muito do Lailson na lateral-esquerda, que está sendo mais utilizado como lateral. O que a gente vai fazer? São adaptações. Acho que não teríamos problemas de achar uma solução se todo mundo estivesse 100%. A questão é isso, Gutierrez, o Amaral pediu pra sair na última partida. Gostaria de estar jogando o Amaral e ter outro Amaral no banco. Isso é sempre dentro do contexto. Quando você tem um grupo pequeno você fica sujeito a perder jogador por cartão, ter um ou outro lesionado, mas se conseguiu uma vitória diante do Caxias sem alguns jogadores."

"É hora do grupo. Todos os jogadores treinaram, sempre se deu muita atenção pra todos, mesmo os que não participavam. São dificuldades que você tem que superar. Eu acredito que mesmo que se coloque um jogador um pouquinho fora da posição, mesmo que não tenha treinado, pra uma partida você consegue. Existe a superação. Por isso a presença do torcedor é muito importante. Prefiro um desfalque do lateral-direito e improvisar do que ter todo mundo à disposição e o estádio vazio, como nas primeiras três partidas em casa. Nessa hora você tem que pensar nas coisas positivas."

Torcida

"Eu sempre procuro explicar pro atleta que o estádio pode começar com um número pequeno, mas a cada jogo vai aumentando se a gente tiver resultado. Eu espero que não me engane, e falei pros atletas que vamos ter mais torcedores que contra o Caxias. A gente entende o torcedor. A gente sempre exige muito, então a gente tem que entender o contexto dos últimos anos, de estar jogando uma divisão, hoje, diferente. Mas aos poucos, o torcedor tem que entender que essa é a realidade e que, pra que melhore, vai ter que ter sucesso nesses jogos e nessa competição. E a gente valoriza muito o torcedor que veio contra o Caxias, o Camboriú."

"Embora a gente espere mais torcedor, o torcedor está identificado com esse grupo assim como o grupo está identificado com o torcedor. O atleta consegue separar algumas dificuldades que o clube enfrenta de jogar no Brasil e da torcida do Brasil. Hoje o nosso jogador ele gosta muito da torcida. Ele joga pela torcida. Ele tem uma identificação, gosta de terminar o jogo e ir lá cumprimentar o torcedor."

"A dedicação dos jogadores é imensa. Eles passam por vários problemas, e buscam a força no torcedor. Se entrarem em campo e tiverem o torcedor, isso torna eles mais fortes. Sem a presença do treinador, acho que o torcedor vai ter que empurrar mais. É importante dar força pro clube quando ele está precisando. A força sempre vem da arquibancada e isso contagia os atletas."

"É mais um domingo às 16 horas. Amanhã ou depois, se não tivermos sucesso, no final do mês não tem mais nada. Então a presença dele nos fortalece e é com isso que nós contamos."