Por Fernando Rascado
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Durante a preparação para a partida contra o Ypiranga, o técnico Rogério Zimmermann concedeu nesta quarta-feira (15) a tradicional entrevista coletiva de véspera do jogo. Apesar do duelo ser apenas no sábado, a delegação xavante viaja hoje pela manhã para Erechim. O clube preferiu ir com antecedência, já que a cidade do Norte do Rio Grande do Sul fica a 575 quilômetros de Pelotas. 

Em um tom bem mais tranquilo que no sábado, Zimmermann falou sobre a preparação para enfrentar o Canarinho, a escolha de Anderson Daronco para apitar o confronto do Colosso da Lagoa, defendeu o centroavante Da Silva, que ainda não balançou as redes no Gauchão, e também falou da importância dos próximos jogos para o futuro do clube em 2023 e 2024. 

O vice-líder pela frente 

O Brasil terá o Ypiranga pela frente. O Canarinho é atualmente o segundo colocado com 13 pontos e em casa está 100%. Em caso de vitória do Xavante, a diferença na tabela cairia para apenas dois pontos. “O Ypiranga vem de três vitórias. É o atual vice-campeão, manteve a base, comissão técnica. Sempre é difícil jogar em Erechim. É aquelas situações que você sabe com antecedência quem vai enfrentar. É um tipo de jogo bom de se ver, participar. A gente sabe de todas as dificuldades. Espero fazer uma boa partida e buscar o resultado que nos ajuda a melhorar a nossa campanha”, disse RZ sobre o adversário de sábado. 

Arbitragem para sábado 

Para apitar o jogo, a FGF escolheu Anderson Daronco. Rogério elogiou a escolha e disse se tratar de um dos “principais árbitros da América do Sul”. Diferente do discurso após o jogo diante do Inter, o treinador diz que é momento de pensar no Ypiranga. “Ótimo que é o Daronco. Pela experiência, é um dos melhores árbitros. Até porque Ypiranga e Brasil é um grande jogo também. […] Já passou, não adianta. Há momentos de se pensar na arbitragem e há momentos que temos que dedicar ao Ypiranga, que é o mais importante agora. Fica o registro da crítica feita após o jogo. A gente entende que isso pode ocorrer. Árbitro mais novo, ou com mais experiência, a gente quer é que tanto Ypiranga e Brasil saiam satisfeitos”. 

Momento decisivo da temporada 

Em sétimo na tabela do Gauchão com oito pontos, o Brasil tem ainda pela frente confrontos no Bento Freitas com Avenida e São Luiz, além de uma longa viagem ao Maranhão para enfrentar o Cordino, pela Copa do Brasil, dia 1º de março, às 19h. O clube luta para avançar de fase, escapar do rebaixamento, garantir uma vaga na Série D do ano que vem e, também, avançar de fase na competição nacional, em que o Brasil poderá garantir mais R$ 900 mil com a classificação. Tudo isso em jogo nos próximos dias faz Rogério Zimmermnan considerar esse recorte de duelos fundamental. “Esses quatro jogos definem a temporada 2023 e 2024”, disse o treinador rubro-negro. 

Semana “cheia” 

Após o jogo de sábado contra o Internacional, o Brasil teve a primeira semana sem compromissos desde o começo do Gauchão. O técnico comemora o fato e diz estar aproveitando da forma que considera ideal.
“Foi muito bom esse tempo. Se não me engano estava quase um mês que o jogador não tinha um dia de folga. Teve as sete partidas e anteriormente teve uma semana de treinamentos para a estreia. Fechou um mês sem o jogador ter um dia de folga. Foi o que aconteceu no domingo. Pela primeira vez depois de um mês o jogador pôde ficar um dia sem vir no clube”, destaca o técnico, que disse que utilizou segunda e terça para dar treinos leves aos jogadores que atuaram na maioria dos sete confrontos. 

O substituto de Rafael Dumas 

Sem Rafael Dumas, suspenso após ser expulso diante do Inter, Rogério terá que escolher entre Tony Lucas e Cézar Henrique para iniciar ao lado de João Marcus no sábado. O treinador xavante não confirmou o escolhido, mas disse que ambos estão preparados. “O Tony Lucas e o Cézar Henrique são jogadores jovens e com potencial. […] Qualquer um dos dois está pronto. Se vai atuar bem ou não vai, é do jogo. Poderia ter um veterano na zaga e ir mal. Talvez falte um pouco de ritmo, mas estão treinando próximo daquilo que vocês viram nos amistosos”. 

Rogério defende Da Silva 

Ainda sem marcar gol no Gauchão, o centroavante Da Silva vem sendo contestado por parte da torcida. Rogério fez questão de defender o jogador, dizendo que as finalizações estão corretas e que o mérito é dos goleiros. “A cobrança em cima do centroavante tem que ter, normalmente é isso que se espera. Eu tenho que analisar se está concluindo e se estiver concluindo bem. Contra o Caxias foi bem feita. Ele roubou a bola, driblou o zagueiro, caiu no pé esquerdo, chutou e o goleiro fez uma grande defesa. As conclusões contra o Inter teve um chute de esquerda, fora da área, o goleiro fez uma grande defesa, a bola bateu no poste. A conclusão aquela no segundo tempo era pra fazer aquilo. Aí é mérito do goleiro. Se ele chuta pra fora, chuta fraco, conclui mal, chuta de tornozelo... As conclusões foram bem feitas. Vejo mérito do goleiro”. 

Copa do Brasil não será prioridade

Avançar de fase na Copa do Brasil é de extrema importância para o Xavante na questão financeira. Mesmo sabendo disso, Zimmermann diz que hoje o clube não está em situação de priorizar nenhuma competição. “Estamos com uma pontuação que precisa melhorar. Nós estamos preocupados com isso. […] Eu acho que não somos um clube que podemos nos dar um luxo de escolher prioridade. A prioridade é o Campeonato Gaúcho porque envolve calendário. A prioridade é a Copa do Brasil porque envolve uma questão financeira, então não tem como. Decisão contra o Ypiranga, decisão contra o Avenida, decisão no Maranhão. Não há possibilidade de se pensar nisso”, afirmou. 

A matemática xavante 

Faltando quatro rodadas para o fim da fase classificatória, o Brasil é o sétimo colocado com oito pontos, quatro atrás do Caxias, última equipe entre as classificadas, e quatro à frente do Aimoré, primeiro time na zona de rebaixamento. Com 12 pontos ainda em disputa para o Rubro-Negro, o professor Gilcione Costa, do Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), afirma que o Xavante tem 13,3% de chances de avançar para a semifinal. Porém, a porcentagem para cair é ainda mais baixa: apenas 3,3%.