Um dos adversários do Pelotas no grupo B da primeira fase da Divisão de Acesso terá, na casamata, um conhecido dos áureo-cerúleos. Aos 37 anos, Bruno Coutinho é o novo treinador do Monsoon. Anunciado nesta semana, o ex-meia, de passagem curta mas marcante pelo Lobo em 2013, diz que nutre carinho pelo clube da Avenida. 

“Me tornei um torcedor do Pelotas, deixei isso sempre claro. Gosto muito da cidade e do clube. Vai ser diferente. Prezo pelo futebol. Que o Pelotas seja feliz. Tenho um carinho muito grande e quem sabe em um futuro próximo, em breve, a gente volte a trabalhar juntos”, comentou o agora técnico em entrevista ao Diário Popular nesta quinta-feira. 

Enfrentar o Lobo não será novidade para Coutinho. Em 2022, ele foi auxiliar técnico de Marcelo Caranhato no Passo Fundo. O Galo do Planalto encarou o Pelotas quatro vezes, em dois mata-matas de ida e volta, e eliminou o Áureo-Cerúleo da Série A-2 e da Copa Tarciso Flecha Negra. “Foi um pouco estranho”, admite o ex-atleta.

Carreira

A experiência no Monsoon será a terceira de Bruno Coutinho como principal figura de uma comissão técnica. Na temporada passada, ele dirigiu o Passo Fundo na Divisão de Acesso, eliminado nas quartas de final, e em parte do Troféu Rei Pelé. Em novembro, foi anunciado como treinador do Monte Azul para Série A-2 do Campeonato Paulista. 

No clube do interior de São Paulo, que é uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) com influências do pai de Neymar e do ex-atacante Emerson Sheik, Coutinho acabou demitido depois dos quatro primeiros jogos. Agora, espera final diferente no novato clube de Porto Alegre. “É uma gestão nova, de pouca gente, fácil de ter um controle. Objetivos simples, com uma gestão prática”, elogia.

Adequação ao contexto

Para o treinador, a segunda divisão do futebol gaúcho apresenta peculiaridades que exigem adaptação. “A gente não pode sonhar. Lógico que tem que trazer alguns exemplos do mais alto nível do futebol para nossa realidade, mas não dá para sonhar em viver isso. Nos bastidores do Monsoon, eles são muito conscientes do que o clube e as contratações podem entregar”, afirma o ex-meia. 

Perguntado a respeito de preferências táticas, Bruno Coutinho cita o nível dos gramados como fator que influencia as decisões. “Entregar um jogo de propor, de estar com a bola, é um pouco relativo nessa divisão. Pouquíssimos campos oferecem essa possibilidade, então a gente tem que se adaptar. Infelizmente, em função dos campos, o nível técnico fica muito abaixo em comparação com outros estados”, lamenta.

Passagem rápida 

Em 2013, Bruno Coutinho disputou oito partidas pelo Pelotas. Marcou seis gols, dois deles em clássico Bra-Pel no Bento Freitas, quando o Lobo bateu o Xavante por 3 a 0 e conquistou o primeiro turno da Copa Sul-Fronteira. O ex-meia deixou o clube em novembro daquele ano, no mesmo dia em que concedeu entrevista polêmica criticando o técnico rival, Rogério Zimmermann. 

Conforme a direção áureo-cerúlea à época, a manifestação de Coutinho não teria sido a causa da saída, definida em comum acordo. Dias depois, já sem o então camisa 10, o Pelotas garantiu a taça da Sul-Fronteira em nova sequência de clássicos contra o Brasil, que foi campeão do segundo turno. 

“A passagem foi rápida por aí, eu tinha um pré-contrato já assinado com o futebol chinês. Tinha que me encaixar em equipes que não disputariam uma liga nacional. Apareceu o Pelotas, culminou naqueles clássicos com toda a repercussão que deu, e naturalmente gerou a comoção na cidade”, relembra o agora treinador.

Divisão de Acesso 2024

Grupo A: Passo Fundo, Gaúcho, Cruzeiro, Veranópolis, Glória, Brasil-FAR, Esportivo e União Frederiquense
Grupo B: Pelotas, Bagé, Inter-SM, São Gabriel, Lajeadense, Monsoon, Aimoré e Futebol com Vida

Início: 14 de abril
Fim: 28 de agosto