Serviço essencial

3,3 mil pessoas não têm acesso à água em Pelotas

Dados atualizados pelo Sanep mostram redução no número de pelotenses sem rede tratada

Paulo Rossi -

Menos de 1% da população pelotense não possui água tratada. Conforme o Sanep, atualmente, são 3.398 pessoas sem a rede. O dado apresentado pelo Sanep foi recentemente enviado ao Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Snis), órgão do Ministério de Desenvolvimento Regional que reúne informações sobre o setor. Os dados ainda não são públicos e são referentes a 2018.

Os números divergem dos públicos e oficiais do Snis, que fazem referência a 2017, e integram o mais recente estudo feito pelo instituto Trata Brasil, ligado à saneamento básico. Na série histórica disponível pelo órgão ministerial, o número aumenta para 18.569 pessoas sem água, quando 5,4% da população não dispunha de acesso à água tratada.

Pelos dados disponibilizados pelo Sanep, hoje o acesso à água é considerado universal e supera os 99% da população pelotense. Já nos dados do Snis, não. E porcentagem cai para 94,6% da população atendida.

Sem torneira e sem água
A água na casa de Vanderlei de Moura, 24 anos, chega em galões de cinco litros. Sua casa fica cerca de três quilômetros da Barragem Santa Bárbara, maior manancial e principal fonte de água potável de Pelotas. Vanderlei é morador de uma ocupação irregular no prolongamento da avenida Bento Gonçalves, próximo da rodoviária. Vanderlei habita uma casa com a esposa Brenda e outros três filhos, um deles “especial”, como define.

Trabalhando com uma charrete, quase todos os dias precisa ir até o posto de gasolina se abastecer com água para beber, para fazer comida, para dar banho nas crianças e para o seu cavalo. “Aqui não instalam, mesmo eu tendo um filho especial”, relata o jovem.

O caso de Vanderlei e sua família também é reproduzido em outras ocupações da cidade, como o localizado em frente ao Aeroporto Internacional João Simões Lopes Neto, na avenida Zeferino Costa. Os moradores preferem não se identificar. Porém, confirmam que não possuem água em suas residências. “Cada um ajuda o vizinho como pode”, comentou um morador, em frente a casa recém construída.

Falta de documento impede ligação
Na área urbana, a água encanada está presente em praticamente em todas as residências. Na Zona Rural o caso é diferente e apenas um terço dos moradores da colônia possuem água encanada - o restante é abastecido com caminhões pipa, mediante pedido na autarquia municipal.

Os dados que apontam mais de 18 mil pessoas sem acesso a água estão desatualizados, defende Alexandre Garcia, diretor-presidente do Sanep. Nos últimos dois anos, muitos foram os investimentos em novas redes. O problema está concentrado nas ocupações de moradias irregulares. “Não possuem um documento hábil para que o Sanep faça esta ligação”, indica o administrador. A diferença entre os dados de 2017 e 2018, explica o diretor, estaria relacionada aos novos recursos oriundos da taxa do lixo, que representam um divisor de água no poder de investimento da autarquia. Garcia garante que hoje só não tem acesso a água ocupações irregulares particulares, novas ocupações e áreas onde é proibida a instalação, como diques, por exemplo.

- População com acesso à água
Snis: 325.816 (94,6%)
Sanep: 338.250 (99%)

- População sem acesso à água
Snis: 18.569 (5,4%)
Sanep: 3.398 (0,99%)

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