O Instituto Lar de Jesus comemora nesta terça-feira (14) 58 anos de história. Com atendimentos que priorizam crianças em situação de vulnerabilidade, a instituição encontra dificuldades para angariar fundos destinados à execução de projetos e para continuar o trabalho junto à comunidade. Com o passar dos anos, a receita caiu pela metade. A instituição trava uma batalha diária para continuar com os serviços.

Os trabalhos do instituto são voltados para o público infantil. O Lar de Jesus mantém, com apoio da Secretaria Municipal de Educação e Desporto (Smed), uma escola de Ensino Fundamental do 1º ao 5º ano, que funciona em turno integral. São aproximadamente cem crianças atendidas no colégio mantido pelo instituto, que ainda proporciona acompanhamento psicológico às crianças. O diretor do Lar de Jesus, Roberto Martinez, destaca que, muitas vezes, a ajuda não se restringe aos pequenos e se estende também às famílias. "Nós cuidamos e auxiliamos as crianças, mas não apenas elas. Também damos suporte para as famílias, com doações de vestuário, alimentação e outras necessidades" afirmou Martinez.

São cem crianças que estudam nas turmas da escola mantida pelo Lar de Jesus. No entanto, os serviços do instituto vão além. Aproximadamente 50 estudantes de escolas da comunidade, que não necessariamente estudam no instituto, são atendidas somente no turno inverso, com oficinas ocupacionais. "Os alunos ficam conosco até o 5º ano. A gente sabe que eles têm dificuldade de seguir na rede pública, de seguir estudando. Em função disso, proporcionamos esse suporte, essas atividades extras como reciclagem de papel, oficinas de artesanato e futebol. Ainda que os alunos não sejam mais vinculados com a escola, nós damos esse auxílio" complementa a vice-diretora da instituição, Jane Nunes.

Futuro incerto

Infelizmente, a data dos 58 anos da instituição é celebrada com incertezas. Mesmo com o convênio com a prefeitura, a entidade possui dificuldades de se manter. As adversidades financeiras já causaram redução do número de funcionários, e o pior: do número de crianças atendidas. "Cada ano que passa é mais difícil conseguir recursos. O governo reduziu os repasses e a sociedade fica sobrecarregada com tantas entidades pedindo. Mais de 50% dos recursos são buscados na rua. Isso dificulta as ações do instituto, diminui o número de funcionários e de atendimentos. Nós temos que matar um leão por dia para conseguir manter o instituto" destacou Martinez.

Arrecadação de recursos

Para pagar as contas, o instituto conta com serviço de telemarketing e realiza eventos, como mateadas, rifas e bingos. Além disso, recebe doações de alimentos, calçados, roupas e de valores em dinheiro. Também conta com a venda de materiais recicláveis para cobrir as despesas. Quem quiser contribuir com a instituição deve entrar em contato pelo telefone 3027-0276.