Acolhimento

Campanha busca amparar famílias atípicas atingidas pelas cheias

Projeto TchêAcolhe propõe um espaço exclusivo para o acompanhamento de autistas e auxílio na emissão de laudos

Foto: Volmer Perez - DP - Projeto TchêAcolhe propõe um espaço exclusivo para o acompanhamento de autistas e auxílio na emissão de laudos; atualmente famílias atípicas são acolhidas no Cenáculo

A tragédia climática no Estado colocou em vulnerabilidade pessoas que em situações normais já enfrentam desafios para o acolhimento da sociedade e acesso a atendimentos necessários. Em Pelotas, as famílias atípicas têm contado com um abrigo exclusivo, no Cenáculo, para acomodar melhor crianças e jovens com condições especiais. A partir disso, o Instituto Deco Austista voltou seu olhar para os autistas do Município e lançou uma campanha para criar um espaço destinado ao apoio multiprofissional e emissão de laudos aos pacientes. O local será cedido pela prefeitura, mas para prestação da assistência é necessária a contribuição de voluntários, principalmente profissionais da saúde e educação.

Devido a grande procura e o déficit de profissionais como neuropediatras, a fila de pacientes aguardando o laudo atestando o autismo é grande. Dentre os que aguardam, há os moradores de áreas de risco que foram atingidos pelas cheias ou que tiveram que deixar suas casas. Diante disso, o projeto TchêAcolhe, que já foi implantado em abrigos de Porto Alegre, tem o propósito de garantir, por meio dos diagnósticos o acesso aos tratamentos adequados e a recursos como os de benefícios sociais para garantir mais dignidade aos autistas e auxílio às famílias para o recomeço em seus lares. “Vamos precisar de recursos do zero para o acolhimento, como colchões e essas coisas, recursos terapêuticos e profissionais e de mão de obra, voluntários em geral”, diz Keiny Goularte, idealizadora do Instituto Deco Autista.

Acompanhando a reunião com mães engajadas na construção do espaço, a prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) afirmou que o local será cedido pelo Município e que lá também será destinado ao acolhimento de famílias atípicas desalojadas, caso seja necessário. Os atendimentos contaram com o apoio do neuropediatra, uma das referências no tratamento de autistas, Dr. Carlos Gadia. “Vamos montar um plano para entender qual o período que será necessário de prestação desse atendimento e contamos com o apoio da própria família de ter o compromisso de levar os filhos”, explica Keiny.

Foto: Volmer Perez - DP

Uma das idealizadoras do projeto TchêAcolhe em Pelotas, a advogada e mãe atípica, Nathália Trentin, conta que o filho não faz o acompanhamento de neuropediatria no Município devido a falta de profissionais. “O Henrique foi diagnosticado em março de 2019 e para uma consulta particular a espera pela consulta era até outubro”.

A realidade do desalojamento atípico

Com um filho autista de três anos, ao sair de casa, Jéssica Falcão foi se hospedar na casa da irmã. No entanto, devido a rotina e as condições do ambiente diferentes ao que a criança se sentia confortável, mesmo sendo um local familiar, ela precisou sair e ir para o abrigo do Cenáculo. “Meu filho tinha crises, por causa dos horários deles e também por causa do cachorro dela, que é muito grande. Decidimos vir para o abrigo justamente porque ficamos sabendo que aqui possui esse acolhimento”, conta.

A mãe ressalta ainda que desde o primeiro dia no local, Luis Fernando ficou bem adaptado e não teve mais crises, eles estão há uma semana no abrigo. “Aqui também tem uma equipe preparada para atender, está sendo bem melhor”. O menino já possui o diagnóstico de autismo, porém ainda não conseguiu ter acesso às terapias necessárias em razão da grande lista de espera. Ele é um exemplo do quadro de famílias que precisam de um acolhimento adequado durante a vida toda, mas principalmente diante da situação de desalojamento.

No Cenáculo, são várias as famílias com crianças atípicas que precisam de algum tipo de tratamento ou auxílio e convivem com a longa espera. Para se candidatar como voluntário profissional da saúde e educação ou comum, assim como para contribuir com doações, basta entrar em contato pelo fone: (53) 98130-1748.

 

 

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