Gratidão
"Eu tô tão agradecida"
Katíuscia Motta, gestante de gêmeos, será submetida à cirurgia intrauterina no HU/UCPel
Gabriel Huth -
A palavra é esperança. Foi esse sentimento que uniu diferentes instituições de Pelotas em prol da saúde de dois bebês. Gêmeos, meninos que dividem o útero da mãe Katíuscia Motta, 30, grávida de 25 semanas. Eles precisam passar por uma intervenção intrauterina delicada, em que a equipe médica vai dividir, na manhã deste sábado (28), a placenta de modo a tornar os fetos mais independentes.
O procedimento é o único meio de levar a gravidez adiante. Caso contrário, os bebês nasceriam extremamente prematuros e a chance de sobrevivência seria muito baixa. Para isso, foi preciso realizar uma ação conjunta em busca de um médico especialista na cirurgia, que não é feita no Rio Grande do Sul, somente nas capitais Curitiba e São Paulo. Com campanha do Hospital São Francisco de Paula/UCPel e apoio dos departamentos de saúde das duas universidades da cidade, a UCPel e UFPel, Maurício Saito, um dos percussores da medicina fetal no Brasil, virá de São Paulo para realizar a intervenção. Ele era esperado em Pelotas ainda nesta sexta-feira.
O objetivo é protelar a gestação para que não nasçam tão prematuros. Katíuscia não teve que pensar duas vezes. "Eu sei que existem riscos. Mas essa era a única alternativa", reconhece.
"Eu tô tão agradecida. É uma coisa que eu jamais esperava. Depois do primeiro ultrassom que deu essa hipótese já começou toda uma movimentação de me mandarem pro hospital e ter os recursos daqui", disse. O diagnóstico foi feito há somente quatro semanas. Desde então, a estudante de Psicologia tem feito exames todas as semanas. A mãe, que mora em Santa Catarina, veio para Pelotas acompanhar a filha. "Cada um mudou um pouco de sua rotina pra que eu não fique preocupada", conta, agradecida. Sobre a expectativa para o procedimento, Katíuscia resume assim: "Ele vem de lá de São Paulo, ele sabe que vai dar certo".
O especialista contará com a atuação das médicas locais Tatiane Bilhalva Fogaça e Guadalupe Bertoldi Nascimento. "Ele se interessou em vir, até por ser uma questão acadêmica. Isso é importante para o crescimento das universidades. É um grande ganho para a comunidade acadêmica e para o crescimento da região", afirma Tatiane, já que estudantes de medicina também acompanharão o processo.
A cirurgia será realizada na manhã desse sábado. A estimativa é de que a intervenção dure de três a quatro horas, não havendo complicações. Após, a mãe será internada e reavaliada pela equipe médica.
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