Alerta

Forças de segurança atuam para evacuar áreas ribeirinhas

Ação conjunta passou por ruas do Porto e na região da Estrada do Engenho com sirene e giroflex ligados

Volmer Perez - DP - Saída das margens do São Gonçalo foi tratada como obrigatória pelo Corpo de Bombeiros

Uma ação conjunta entre as forças de segurança fez uma comitiva de viaturas rodar pelas ruas de Pelotas nesta quinta-feira (16) com giroflex e sirene ligados para reforçar o alerta aos moradores da área de risco a deixarem suas casas.

O percurso iniciou no Quadrado, onde há vazamento no muro de contenção do Canal São Gonçalo, passou por ruas do Porto até ingressar na Estrada do Engenho pela rua Tiradentes e finalizou na rua Mário Meneghetti, considerada de difícil acesso pelo Corpo de Bombeiros para efetuar resgates, em caso de alagamento mais severo.

Funcionou a intenção de alerta que as sirenes pretendiam ter. Durante todo o trajeto, moradores olhavam assustados para as viaturas passando e muitos perguntavam se era para deixar a zona imediatamente.

Em conversa com moradores ainda relutantes em abandonar as áreas de maior risco - aquelas próximas aos cursos de água e dos diques -, o comandante regional do Corpo de Bombeiros, coronel Isandré Antunes, disse que o aviso se tratava de uma "obrigação" e não um convite.

A retirada compulsória, por via judicial, dessas populações chegou a ser ventilada na reunião da Sala de Situação desta quinta-feira. Em live, a prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) fez um anúncio mais brando.

"Precisam sair hoje das suas casas: pessoas acamadas, idosos e crianças. Não podemos correr riscos", disse Paula. "Quem não está nessas condições também deve sair, compreender a importância disso pra cidade e para suas próprias vidas", completou.

Durante a ronda, Antunes alertou que os moradores das margens do São Gonçalo, cujas casas não têm o resguardo dos diques, também têm que abandonar a residência e procurar um abrigo ou casa de amigos e parentes.

"Esse é o trabalho de evacuação ainda em segurança desta área. A remoção é para garantir a segurança das pessoas", disse Antunes.

O comandante falou sobre a importância da comitiva com sirenes e giroflex. "É uma passada ostensiva com os sinais ativados, que têm esse efeito pedagógico de urgência, antes que se torne uma emergência".

Áreas vulneráveis
As respostas dos moradores à ação foram diversas. Um senhor que mora em área extremamente vulnerável se recusou a sair, alegando "conhecer bem o Canal" que passa pelo pátio de sua casa. "Moro aqui há 80 anos", respondeu aos bombeiros. "Quero garantir que o senhor continue morando por muito mais tempo", replicou Antunes.

Izaneti Garcia, 52 anos, estava em uma passada rápida em casa para verificar se estava tudo certo e já iria retornar para a casa da irmã, que reside temporariamente desde quarta-feira da semana passada. "É uma situação terrível que a gente nunca pensou que ia viver", relata.

Já Michele Collares, 42, retornou para a casa após a remissão de alerta no Município na última terça-feira, mas agora se prepara para deixar novamente a residência, na rua Tiradentes. "A gente olha a força das águas lá em cima e mais o que pode chegar para nós, da Lagoa Mirim, e fica preocupado."

O casal de pescadores Hegino Vieira Cavalheiro, 55, e Maria Elena Contreira, 53, em breve deve se separar por alguns dias. Ela vai para a casa da irmã, enquanto ele vai permanecer em casa, de tocaia, e caso a água suba ainda mais no pátio, vai viver temporariamente no barco, junto com os dois cachorros e um gato. "É a maior enchente que a gente já teve", lamenta Cavalheiro.

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