Problemas

Interditada, Escola Monsenhor Queiroz não retornou às aulas em 2024

Diversos alunos já buscaram transferência para outras escolas para evitar mais atrasos nos estudos

Foto: Jô Folha - DP - Escola tem problemas no madeiramento do telhado, que vem sendo denunciados pela equipe há pelo menos cinco anos

O início oficial do ano letivo na rede de educação estadual aconteceu no dia 19 de fevereiro. No entanto, o retorno às salas de aula não é realidade para todos os alunos. Na Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) Monsenhor Queiroz, no Centro de Pelotas, por exemplo, as aulas não foram retomadas e mais de 400 estudantes estão incertos sobre o futuro escolar, já que a instituição onde estudam está interditada por problemas no telhado do prédio. A previsão é de que as aulas retornem na próxima semana, quase um mês depois do início normal.

Muitos desses estudantes, inclusive, já buscaram transferência para outras escolas, como a jovem Marina Rodrigues, 17. No início do 3º ano do Ensino Médio, ela optou por se transferir para não atrasar os estudos. "Estou bem desesperada, eu era muito apegada aos professores. Era um colégio que minha família já tinha passado, tinha toda uma história. A expectativa agora é só me adaptar [à nova escola]", diz ela, que se preocupa com a preparação para o vestibular, que deseja prestar para o curso de Direito.

Já Eduarda Ewald, 15, que está começando o Ensino Médio, nem teve a chance de começar as aulas no Monsenhor, escola que tinha vontade de frequentar. "Eu super ficaria aqui, mas não tem como ficar parada. Consegui a transferência, em questão de ônibus até vou ficar mais perto de casa [na nova escola], mas queria ficar aqui. Nos falaram super bem da escola", conta.

Problema antigo

A diretora, Ledeci Coutinho, explica que, apesar dos problemas no madeiramento do telhado serem antigos, a escola foi interditada dias antes do início do ano letivo, o que impossibilitou qualquer organização da equipe. "Estamos denunciando esse problema desde 2019. O prédio é alugado pelo Estado e a coordenadoria já havia sido notificada. No dia 16 de fevereiro, um engenheiro [contratado pelo dono do prédio] veio aqui e interditou o prédio, sendo que as aulas retornavam no dia 19", conta.

Enquanto lamenta a perda de alunos, Ledeci argumenta que há um descaso com a situação da escola, que já deveria ter sido solucionada. "Uma das possibilidades é utilizar salas que, segundo a coordenadoria, estão ociosas na Escola João XXIII", diz. A diretora conta que aguarda diariamente por uma resposta. "É muito ruim. Estamos aguardando, com as mães desesperadas, os alunos se transferindo. Estamos há duas semanas esperando, é um descaso total", lamenta Ledeci.

Situações semelhantes

Infelizmente, a EEEM Monsenhor Queiroz não é a única da região a conviver com esse tipo de situação. Em Arroio Grande, Jaguarão e Pelotas, outras instituições vivem ou já viveram o mesmo drama. As duas maiores escolas de Arroio Grande, ambas estaduais, foram interditadas no fim de 2023 por problemas elétricos. O retorno foi normalizado em uma delas e na outra, a 20 de Setembro, cinco salas foram improvisadas para receber alunos.

Em Jaguarão, no Colégio Estadual Carlos Alberto Ribas, os alunos continuam tendo aulas em espaços cedidos pela Unipampa e pela EEEF Joaquim Caetano. Em Pelotas, no Ginásio Areal, o início do ano letivo de 2024 chegou a ser adiado, mas voltou ao normal.

O que diz o Estado

No fim da tarde de ontem, a Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul afirmou que a interdição do prédio da Monsenhor Queiroz foi notificada pelo proprietário do imóvel e confirmada pela 5ª Coordenadoria Regional de Obras Públicas (Crop). A resposta informa, ainda, que os 412 estudantes da instituição serão transferidos para a Escola Técnica Estadual Padre João XXIII. A distância entre uma escola e outra é menor que um quilômetro. Já os alunos da noite serão atendidos na EEEF Dom Joaquim Ferreira de Melo. A previsão é de que as aulas presenciais retornem a partir da próxima segunda-feira (11). Não foram estimados prazos para início das intervenções necessárias no telhado do prédio.

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