Números

Pelotas fecha 2023 com 576 empregos a mais

Último balanço do ano mostra saldo positivo no País; Rio Grande com aumento de 1.441 vagas

Foto: Marcelo Camargo - Agência Brasil - Duas maiores cidades da região mostraram saldos positivos de desenvolvimento de empregos

Os dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) foram divulgados e pintam um retrato do que foi o ano de 2023 quanto ao fluxo de empregos no País. Conforme estes dados, no ano passado, o Brasil criou 1.483.598 novos empregos com carteira assinada. Na Zona Sul, as duas maiores cidades da região mostraram saldos positivos de desenvolvimento de empregos. Em Pelotas, a geração de cargos com carteira assinada bateu o saldo positivo de 576 vagas, resultado de 29.971 admissões e 29.395 desligamentos durante o ano. Em Rio Grande, por sua vez,o cenário apresentado foi ainda melhor. A cidade portuária atingiu um saldo de 1.441 contratações a mais em relação ao número de demissões, visto que teve 19.095 admissões e 17.654 desocupações.

Seguindo a linha nacional e estadual, o setor de serviços foi o que mais cresceu nos dois municípios, mas em Rio Grande, o saldo atingiu quase o dobro de Pelotas, com 1.022 novas vagas apenas em serviços. Os demais, no entanto, destoam. Enquanto Pelotas teve a área do comércio em segundo lugar no saldo de empregos (179 cargos), em Rio Grande o segundo maior crescimento foi na indústria (303 cargos). A área de construções, que em Rio Grande ficou em terceiro lugar com 59 vagas de emprego geradas, teve o pior cenário em Pelotas, onde houveram 435 desligamentos do setor.

Para o economista Prof. Dr. Eduardo Tillmann, do curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), os dados da construção em Pelotas, de fato, chamam a atenção por estarem bastante negativos. "A justificativa é a geral mesmo. O setor da construção no Brasil, apesar de crescer, sofreu mais, e Pelotas está nesse bolo", afirma, considerando Pelotas com uma perda significativa. O professor enfatiza que os dados do Caged se referem a empregos formais, e no setor de construção, por exemplo, há muita informalidade que não se encaixa nos dados. "O setor de serviços cresceu bastante e é, há muito anos, o principal setor que compõem o PIB do Brasil e dos municípios em geral, então é natural que ele esteja em primeiro, em Pelotas, Rio Grande do Sul e Brasil. Em relação a Rio Grande, o setor de serviços que tem mais destaque".

Cenário nacional

Ao longo do ano, foram 23.257.812 contratações e 21.774.214 demissões no País, com destaque para o setor de serviços, responsável por 886.256 destes cargos. No Rio Grande do Sul, houve a criação de 47.395 empregos, com 1.423.819 admissões e 1.376.424 demissões, e o setor líder também foi de serviços, com 43.534 carteiras assinadas a mais. O setor de serviços contratou mais durante o ano de 2023. Em seguida, na ordem decrescente em relação ao saldo de empregos, há semelhança na segunda posição entre o país e a unidade federativa, que indicam o comércio em crescimento. A seguir, a agropecuária, setor com menor desenvolvimento no âmbito nacional, foi o terceiro no RS, com 1.001 vagas novas. O que chama a atenção na tabela estadual e vai na contrapartida do País, são os saldos negativos nos último setores, de construção (-1.538) e indústria (-7.501). No Brasil, os saldos nessas áreas foram positivos.

O professor explica que a queda expressiva no setor da indústria e da construção no Rio Grande do Sul é relativa. "Se olhar outros anos no setor da construção e também o da indústria, na verdade cresceu menos em 2021 e 2022", lembrou o professor. "Primeiro, o setor da construção é muito ligado à questão da taxa de juros da Selic. Como ela está bastante alta neste ano, isso dificulta tanto o financiamento por parte das construtoras como o financiamento por parte de quem vai comprar imóvel". Isso fez com que o setor da construção sofresse mais. Já em relação à indústria, Tillmann ressalta que o setor sofreu principalmente na área de fabricação de máquinas e equipamentos e artigos de vestuários, que sentiram mais no Estado em 2023.

Dados de empregos em 2023, em ordem de saldo decrescente:

Pelotas

Setor Contratações Demissões Saldo
Serviços 12.102 11.505 597
Comércio 9.389 9.210 179
Indústria 4.352 4.176 176
Agropecuária 252 193 59
Construção 3.876 4.311 -435

Rio Grande

Setor Contratações Demissões Saldo
Serviços 8.625 7.603 1.022
Indústria 3.004 2.701 303
Construção 1.616 1.537 79
Comércio 5.242 5.184 58
Agropecuária 608 629 -21

Brasil

Setor Contratações Demissões Saldo
Serviços 10.034.347 8.967.129 1.067.218
Comércio 5.030.4219 4.746.249 284.170
Indústria 3.302.950 3.064.573 238.377
Construção 2.180.065 1.944.090 235.975
Agropecuária 1.098.677 1.098.677 88.756
Não identificado 12 41 -29

Rio Grande do Sul

Setor Contratações Demissões Saldo
Serviços 547.834 504.300 43.534
Comércio 374.160 362.261 11.899
Agropecuária 71.863 70.862 1.001
Construção 95.542 97.080 -1.538
Indústria 334.420 341.921 -7.501


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