Educação

Projeto para construção de Emeis e escolas de ensino integral são inscritas no PAC 3

Expectativa é construir duas creches que deveriam ter saído do papel há 13 anos e duas novas escolas de Ensino Fundamental; Município aguarda análise do MEC

Foto: Volmer Perez - DP - Obras na Emei Vasco Pires devem ser concluídas neste semestre para receber 188 crianças

Foram cadastradas pela Prefeitura de Pelotas no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 3) a construção de duas Escolas Municipais de Educação Infantil (Emeis) de turno integral, uma na Colônia Z3 e outra na Vila Farroupilha. Cada creche terá capacidade para atender até 94 alunos. Além disso, também estão inscritos projetos para a viabilização de dois novos colégios de ensino integral no Município com a localização no loteamento Darcy Ribeiro e no bairro Sítio Floresta. Os locais foram escolhidos conforme as maiores demandas de vagas reprimidas.

As Escolas também foram definidas de acordo com o cumprimento de exigências do Ministério da Educação (MEC) referentes à dominialidade do terreno para a construção, entre outros. As Emeis fazem parte da lista das 14 creches anunciadas em 2011 pelo programa ProInfância e que ao longo do tempo foram paralisadas ou ficaram inacabadas por falta de recurso. Diante da abertura da seleção de projetos para serem financiados pelo novo PAC, o Município inscreveu as obras prioritárias. Conforme os critérios do Governo Federal, cidades com entre cem e 400 mil habitantes, como Pelotas, têm como teto o cadastro de duas Emeis e duas escolas integrais.

De acordo com o projeto, a creche na Vila Farroupilha será localizada na rua Jornalista Tim Lopes, já a da Colônia Z-3 será na rua Almirante Rafael Brusque. Ambas estavam na lista prioritária do Município como educandários a serem construídos para combater o déficit de vagas no ensino infantil. Além disso, com recursos próprios do Município foram retomadas as obras da Emei Vasco Pires e a expectativa é que as portas estejam abertas para receber as crianças para preencher as 188 vagas ofertadas ainda no primeiro semestre deste ano.

Já as escolas de tempo integral serão destinadas ao Ensino Fundamental. A do Sítio Floresta, na rua Ignácio Teixeira Machado, deverá ter capacidade para 316 vagas e o investimento previsto é de R$ 10,7 milhões. Por último, a escola do Loteamento Darcy Ribeiro, no Corredor do Obelisco, deverá atender 175 alunos e para a construção serão necessários R$ 9,2 milhões.

De acordo com a Secretaria Municipal de Educação (Smed), o processo de seleção do PAC está em análise e dessa forma, no momento, não há previsão de início das obras. O Município também aguarda a análise do FNDE/MEC para a retomada das EMEIs Laranjal, Dunas e Eucalipto.

Demanda social

No último ano, após a conclusão do período de matrículas, mais de mil crianças ficaram fora das Emeis devido a falta de vagas. A situação atinge de maneira mais profunda principalmente as mães que não têm condições de custear uma escola particular, diante disso, muitas têm as finanças já escassas prejudicadas pela impossibilidade de trabalhar. Realidade que é comum na Vila Farroupilha e Colônia Z-3, localidades em que uma grande parcela de mulheres em vulnerabilidade social habitam.

Mãe de três crianças, Alexandra Cordeiro, trabalha em "salga", peixarias da Colônia Z-3, e com faxinas, nos dois locais ela leva a filha de um ano junto. Mas no ano passado, para cumprir as tarefas, ela tinha que carregar junto todos os filhos, cenário que mudou pois dois deles ingressaram no Ensino Fundamental. "É difícil porque tu tem que estar largando as coisas para dar atenção ou eles estão na beira da praia e tu tem que largar para ver o que eles estão fazendo. É uma sobrecarga porque tem que trabalhar e cuidar deles", relata.

Longe de outras localidades para que as crianças fossem matriculadas em outras Emeis, Alexandra conta que a rotina que leva é a mesma que a de inúmeras mães na Colônia Z-3. "Eu convivo com outras mães, que também precisam levar os filhos para a salga, era bom ter uma escola na faixa dos dois aos quatro anos. Até porque eles estão na fase de aprendizado, de aprender a falar, de se comunicar com outras crianças", afirma.

De acordo com a autônoma, o Cedrinho é o local da Colônia mais vulnerável socialmente e onde há o maior número de crianças. Com a necessidade de trabalhar para ter renda em casa, as mulheres acabam contratando adolescentes para ficarem com os filhos. "Aqui ninguém quer ser babá por menos de R$ 600 por mês. Aí acaba que fica criança cuidando de outras crianças porque as que cuidam e aceitam na base de R$ 25 o dia estão na fase dos 12, 13 anos", conta. Para Alexandra, a construção de uma Emei no bairro ajudará a mudar a realidade de muitas pessoas.

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