Solidariedade
A arte de minimizar a dor
Quartos e corredores do Hospital de Beneficência Portuguesa ficaram repletos de sorrisos com a visita do projeto Tholl Alegria
Paulo Rossi -
Abraços distribuídos, músicas cantadas e sorrisos cheios de felicidade. Foi num cenário com estas características que os quartos do Hospital de Beneficência Portuguesa, em Pelotas, se transformou. O Projeto Tholl Alegria, que estimula artistas do grupo circense a realizarem visitas aos enfermos, retomou as atividades na tarde desta sexta-feira (29). O projeto recebeu da Secretaria de Cultura o Prêmio Movimento, no ano passado. Mas, em função da intensa rotina de ensaios, aulas e apresentações, a proposta teve que ser interrompida. A ideia é realizar este tipo de ação quinzenalmente.
Segundo Fábio Marques, coordenador do Tholl Alegria, a intenção é levar a principal característica do grupo para o ambiente, que costuma ter caráter mais recolhido. "O nosso trabalho tem uma alegria que contagia. Assim como muitos, nós também temos parentes que um dia precisaram ser internados, então conhecemos o momento de vulnerabilidade dos pacientes". Por enquanto, os integrantes do Tholl farão as visitas apenas na Beneficência, em trios e revezando-se entre eles. "Além de ser um exercício de relação com o público, é uma grande escola para a vida pessoal. Como eu sempre falo, fazer o bem faz bem", explicou Marques.
Para a paciente Maria Tânia da Silva, esta iniciativa é fundamental para alegrar o ambiente. "Eu estou hospitalizada aqui há 27 dias. Não aguentando mais. Não que o atendimento seja ruim, muito pelo contrário, é excelente. Mas eu tava ficando depressiva de não sair da cama. Daí eu me deparo com pessoas assim, que vem só para nos fazer rir. Amei eles!", contou. Para os funcionários, a mudança no cotidiano interfere positivamente em todos os setores. "É bem legal esse momento de descontração, traz um alívio para o nosso stress do trabalho porque nos divertimos junto com eles", disse a psicóloga Carla Soares. Segundo a nutricionista Ângela da Cruz, situações assim aumentam a disposição dos enfermos em seus tratamentos. "É muito bom porque, ao menos naquele instante, eles param de se preocupar com a doença. Voltam a sorrir", afirmou.
Fantasiada de enfermeira, Isis Vasconcelos era a artista mais experiente da visitação. Ela faz parte do Tholl há mais de 15 anos e esteve acompanhada de dois estreantes. "Quando eu tive filho, precisei me afastar dos espetáculos, mas segui fazendo este tipo de trabalho no Tholl Alegria. A importância dessa invasão dos palhaços ao hospital se resume nesses sorrisos que vocês tão vendo", falou.
Busca por apoio
Desenvolvido de maneira voluntária, o Tholl Alegria necessita de parceiros para contribuir financeiramente. Os gastos do Grupo são com transporte dos artistas até o local, maquiagem e cuidados com os figurinos. Os interessados devem entrar em contato com Fábio Marques, pelo telefone (53) 8134-4274 ou e-mail [email protected].
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