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A favor da educação

Nova manifestação deve acontecer no dia 14 de junho

Paulo Rossi -

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(Fotos: Paulo Rossi - DP)

Com música, performances artísticas e palavras de ordem, a manifestação no final da tarde desta quinta-feira em Pelotas novamente deu o recado que haverá cada vez mais mobilização contra o corte orçamentário na educação e contra a reforma da previdência. Marcado e organizado por estudantes com o apoio de centrais sindicais, do alto do caminhão foram diversos discursos sobre a importância da Universidade Federal de Pelotas e do Instituto Federal Sul-riograndense na cidade e no país. Ao final de cada fala, a expectativa de nova mobilização para o dia 14 de junho, data marcada para a greve geral contra as mudanças na previdência.

Fica a dúvida do número total de pessoas que participaram. Conforme estimativa da Brigada Militar (BM), entre 800 e mil pessoas estiveram no protesto. Já os organizadores do evento contabilizaram cerca de 6 mil manifestantes.

Mesmo com a chuva que não parou do início ao fim do protesto, abaixo de guarda-chuvas, capas e cartazes contra o governo de Jair Bolsonaro (PSL) os manifestantes percorreram algumas das principais ruas do centro da cidade. "A nossa luta unificou, é estudante junto com trabalhador", "não vai ter corte e vai ter luta" e "o Bolsonaro vai cair, vai cair" foram algumas das músicas cantadas.

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À frente, durante a caminhada, alunos da Casa do Estudante fizeram performances com cadernos, lápis. Logo atrás, uma banda formada por professores e estudantes dos cursos de música, além de outros grupos de manifestantes com instrumentos de percussão, davam o ritmo da marcha.

"Idiota é tu"
Ainda durante a concentração no Mercado Central, um dos discursos que mais atraíram a atenção dos manifestantes foi o discurso do reitor Pedro Curi Hallal.

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"Agradecer as pessoas que estão aqui. É impressionante ver esse monte de gente. Hoje eu estou aqui na cidade que tanto se beneficia pela existência da Universidade Federal de Pelotas. O MEC acabou de colocar no site que nós gestores não estamos autorizados a estimular manifestação. Eu quero dizer pro ministro que eu não preciso de autorização dele pra estar aqui. (...) Não vai ter nenhum tipo de censura. E por último eu queria que todo mundo aqui soubesse e tivesse a coragem de dizer 'idiota é tu'", afirmou Hallal.

Outro gestor que se somou à manifestação foi Carlos Corrêa, diretor do Campus Pelotas do IF-Sul. "Não somos idiotas e não somos vagabundos. Oferecemos ensino de qualidade e que muda a vida das pessoas", falou, relacionando com a classificação feita por Bolsonaro nas manifestações do último dia 15, também contra os cortes.

Comunidade mobilizada
Entre os manifestantes estava Rosana Sacco dos Anjos dos Santos, 59 anos, que hoje é estudante de Gestão Pública. Em 1978, estudava direito na UFPel e participou dos movimentos que puseram fim à Ditadura Militar. "Tenho dois filhos que são estudantes. Fomos perseguidos no final dos anos 1970, participei da primeira greve de estudantes contra a ditadura. A gente não pode aceitar isso", disse.

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Representando os servidores, Maria Tereza Fiji, se direcionou à população de Pelotas. "Se hoje causa incômodo a manifestação paralisar o centro, vai ser pior quando fechar o Hospital Escola, o curso de Odontologia, de Medicina. Se a UFPel parar, a cidade e o comércio param", disse.

Também se manifestaram no microfone estudantes da Universidade Católica de Pelotas, do Campus Visconde da Graça do IF-Sul, sindicalistas, vereadores e entidades como a Associação de Amigos, Mães e Pais de Autistas e Relacionados com Enfoque Holístico (AMPARHO), que falou exclusivamente sobre o atendimento a autistas realizado por projetos da UFPel.

MEC se manifesta
O Ministério da Educação (MEC) emitiu uma nota no início da tarde desta quinta-feira afirmando que as instituições estavam proibidas de estimular manifestações. "Com isso, professores, servidores, funcionários, alunos, pais e responsáveis não são autorizados a divulgar e estimular protestos durante o horário escolar".

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Entenda
Desde o início de maio, as instituições federais de educação se mobilizam contra os cortes orçamentários realizados pelo MEC e o ministro Abraham Weintraub. Tanto a UFPel como o IF-Sul estimam não ter mais recursos para pagar contas de água e luz, por exemplo, a partir de setembro, mês que podem fechar as portas no segundo semestre.

Greve no dia 14
As centrais sindicais, trabalhadores e estudantes devem voltar às ruas no dia 14 de junho numa greve geral contra a reforma da previdência e os cortes na educação.

 

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