Final feliz!
A palavra é gratidão
A pequena Louisy, que nasceu com 770 gramas e ficou 178 dias hospitalizada, completa um aninho; são inúmeras razões para celebrar
... Muitas felicidades, muitos anos de vida. Cantar o Parabéns a você nesta sexta-feira, 12 de junho, na sala especialmente decorada, teve sabor de vitória. De alívio. De gratidão. Há exatamente um ano, Louisy chegava, às pressas, para dar outro significado à palavra superação. Os 770 gramas se transformaram em cerca de 6,10 quilos. Os 33 centímetros pularam para o dobro: a altura, agora, é de 66 centímetros. E o se o tamanho ainda é mignon, a lição não cabe em unidades de medida.
O principal sonho da família se consolida. A cada 24 horas. Desde a alta hospitalar, em 6 de dezembro, após 178 dias de internação, a pequena Louisy não precisou retornar. "Esse é o único medo que ainda não consegui me desprender", admite a mãe Daiane de Oliveira Silveira, de 29 anos.
Por recomendação médica, os cuidados deveriam ser redobrados, nos primeiros meses em casa, até que o sistema imunológico da guerreira estivesse em alta. Em março, quando se preparavam para dar início aos primeiros passeios e visitas, chegou a pandemia do novo coronavírus no Rio Grande do Sul. Os planos, portanto, precisaram ser adiados.
As sapequices da risonha Louisy têm sido acompanhadas por amigos e familiares através de videochamadas; assim como a festinha da tarde deste 12 de junho. Pulos e descobertas em meio aos brinquedos, no cercadinho. As primeiras sílabas que começam a ser arriscadas, como "papá e dadá". Os dentes que passam a romper as gengivas. O sabor de novos legumes e frutas. São muitas razões para alegria. E para registros, claro, com fotos e vídeos para compartilhar.
Uma história para espalhar esperança
A mãe de primeira viagem conversa com o Diário Popular por mais de meia hora. É inevitável: a memória volta à rotina daqueles três meses de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Neonatal. E as conexões com os dias atuais fluem. Até hoje, quando a técnica em Contabilidade repete o hino evangélico Fiel a mim, que cantava com a mão sobre a filha na incubadora, Louisy se tranquiliza. Não raro, sorri.
"Sei que eu só tenho a agradecer a Deus. É um grande testemunho de vida dela, mas o ensinamento é pra todos nós", resume. E, emocionada, torce para a história da pequena Lou - como ficou conhecida no hospital - se transformar em ânimo e coragem para outras famílias que estejam diante do mesmo desafio.
E não foram dias fáceis. Em um misto de medos, batalhas e vitórias correram quase seis meses. Intercorrências, transfusões, cirurgia nos olhos para assegurar a visão. Um longo caminho entre UTI Neonatal, Unidade Semi-intensiva e Pediatria, até Daiane, o marido Maicon Alexandre e Louisy receberem a notícia da alta, naquela sexta-feira ensolarada.
"Muitas vezes precisei ir até o banheiro do hospital, me sentei no chão e saí de lá com a cara inchada, de tanto chorar, até poder voltar e dar a mão de novo pra minha filha", conta. E reforça: "É preciso acreditar que vai dar certo. Hoje sinto minha fé fortalecida".
Relembre
O pré-natal ocorria sem complicações, até que Daiane começou a ter episódios de pressão alta. Para tentar evitar o parto prematuro, a jovem chegou a ficar 18 dias internada na Casa da Gestante, vinculada ao Hospital-Universitário São Francisco de Paula da Universidade Católica de Pelotas (HUSFP-UCPel). Através de exames, constatou-se que a primogênita não estava se alimentando. O nascimento com 27 semanas de gestação - ao menos 12 semanas antes de um bebê a termo - seria inevitável.
Foi, então, o que ocorreu: às 14h56min de 12 de junho de 2019. Uma história que não marca apenas a vida de amigos e familiares de Daiane e Maicon. O exemplo de superação de Louisy entra para a história do próprio Hospital São Francisco, que ficou em festa naquele 6 de dezembro.
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