Agro

A qualidade na terra do doce

Pelotas promove concurso municipal para reconhecer e valorizar a produção de mel

Paulo Rossi -

Pelotas e região contam com 286 apicultores, com mais de oito mil colmeias que produzem cerca de 140 toneladas de mel por ano. Dos 22 municípios que têm assistência da Emater/RS-Ascar, 18 possuem atividade de apicultura planejada. Com o intuito de fortalecer essa cadeia produtiva, tão relevante no desenvolvimento de tantas propriedades, a Emater, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), promoveu o 1° Concurso Municipal de Qualidade do Mel de Pelotas. O evento ocorreu nesta quarta-feira (22) no Centro de Eventos de Cerrito Alegre, 3º Distrito, junto ao 4° Concurso Regional de Qualidade do Mel.

A etapa municipal ocorreu durante a manhã, com 21 mostras concorrentes. Já à tarde, foi a vez do concurso regional, com 64 mostras. Sete jurados julgavam os variados tipos de mel, tendo como base três critérios: aparência, aroma e sabor. A assistente técnica regional da Emater, Mara Helena Saalfeld, explica que o produto se divide em duas categorias - claro e escuro - e a premiação foi dada ao primeiro e segundo lugar de cada uma. Dos 18 municípios que possuem atividade de apicultura planejada, 17 estiveram concorrendo.

Qualificar o mel é um dos principais propósitos do concurso. Isso é feito, de acordo com Mara Helena, através da identificação de problemas durante a colheita e a manipulação, já que a produção é inteiramente feita pelas abelhas. "O ser humano não participa em nada", ressalta. O alimento precisa ser colhido com higiene, sem contaminantes externos e passar pela centrifugação. Além disso, é preciso tomar cuidado para que restos de abelha ou cera sejam encontrados no produto. O cheiro também é um dos pontos a serem bem analisados, já que o aroma do mel é bem específico e característico. "O mel é uma preferência subjetiva, é uma questão de gosto", avalia a assistente técnica.

As colheitas são realizadas no outono e na primavera. O processo se dá em dois períodos do ano, tendo em vista que as abelhas também se alimentam do mel que produzem, então os apicultores precisam ser cautelosos na hora de retirar o produto. Ao ser observado qualquer problema com os animais, a Inspetoria Veterinária de cada município deve ser acionada, e todo processo precisa passar pelo Serviço de Inspeção Municipal (SIM) e pela fiscalização federal feita pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa). Através de todo esse trabalho e de iniciativas como a da Emater, é possível apontar como anda a produção de mel na região.

Troca de conhecimentos
O evento, que teve início às 9h30min e se estendeu até o final da tarde, contou com duas palestras. Ronaldo Maciel, da Emater/RS, conversou com os produtores sobre a geração de renda através do investimento na produção de mel. Já o professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Geferson Fischer, explicou um pouco mais sobre a mortandade de abelhas. A prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) e o vice Idemar Barz (PTB) também estiveram presentes, junto ao secretário da SDR, Jair Seidel. Segundo ele, a pasta responsável pelo desenvolvimento rural tem a missão de regularizar a atividade, já que a apicultura tem uma importância social e econômica na região. É essencial, ainda de acordo com Seidel, trabalhar para que a produção seja fiscalizada com qualidade. O debate sobre a apicultura tem muito a avançar, para que mais pessoas entendam o seu valor. "É uma geradora de oportunidades de trabalho", pontua.

Uma troca de conhecimentos foi proporcionada a todos os presentes. Eventos como o desta quarta mostram as novidades que vão surgindo no ramo, na visão de Airton Oliveira, de Rio Grande. Apicultor há cinco anos, ele afirma que o principal objetivo é "passar um produto de qualidade para o consumidor final". As regras variam de município a município, mas a grande luta é conseguir mel legalizado e com certificado, conforme explica Roberto Coimbra, apicultor desde 1992 e ganhador do segundo lugar da competição municipal de Rio Grande. Já Udo Cell considera o concurso estimulante para os produtores, à medida em que divulga as novas tecnologias voltadas à melhoria da produção. Há 15 anos, ele costumava produzir de cinco a sete quilos por colmeia. Hoje, são cerca de 20 quilos.

Frente parlamentar
Também nesta quarta-feira, o deputado estadual Zé Nunes (PT) instalou oficialmente a Frente Parlamentar da Apicultura e Meliponicultura da Assembleia Legislativa. Na sequência, foi realizada a primeira reunião de trabalho do grupo. Entre os encaminhamentos: a produção de um documento público sobre os principais pontos apresentados pelos apicultores, reunião com o Ministério Público para tratar da mortandade das abelhas, reunião com o governo do Estado para tratar sobre Câmara Setorial, a regulamentação da lei estadual do Proamel e medidas sanitárias sobre colmeias migratórias. Também será realizada reunião com o Mapa, para tratar da contaminação do mel e das colmeias migratórias. De acordo com Zé Nunes, coordenador da Frente, a ideia é articular os setores da cadeia produtiva do mel para enfrentar a crise provocada pela mortandade de abelhas nos últimos dois anos, além de tratar do desenvolvimento sustentável da apicultura.

 

Pelotas e região contam com 286 apicultores, com mais de oito mil colmeias que produzem cerca de 140 toneladas de mel por ano. Dos 22 municípios que têm assistência da Emater/RS-Ascar, 18 possuem atividade de apicultura planejada. Com o intuito de fortalecer essa cadeia produtiva, tão relevante no desenvolvimento de tantas propriedades, a Emater, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), promoveu o 1° Concurso Municipal de Qualidade do Mel de Pelotas. O evento ocorreu ontem no Centro de Eventos de Cerrito Alegre, 3º Distrito, junto ao 4° Concurso Regional de Qualidade do Mel.  A etapa municipal ocorreu durante a manhã, com 21 mostras concorrentes. Já à tarde, foi a vez do concurso regional, com 64 mostras. Sete jurados julgavam os variados tipos de mel, tendo como base três critérios: aparência, aroma e sabor. A assistente técnica regional da Emater, Mara Helena Saalfeld, explica que o produto se divide em duas categorias - claro e escuro - e a premiação foi dada ao primeiro e segundo lugar de cada uma. Dos 18 municípios que possuem atividade de apicultura planejada, 17 estiveram concorrendo. Qualificar o mel é um dos principais propósitos do concurso. Isso é feito, de acordo com Mara Helena, através da identificação de problemas durante a colheita e a manipulação, já que a produção é inteiramente feita pelas abelhas. "O ser humano não participa em nada", ressalta. O alimento precisa ser colhido com higiene, sem contaminantes externos e passar pela centrifugação. Além disso, é preciso tomar cuidado para que restos de abelha ou cera sejam encontrados no produto. O cheiro também é um dos pontos a serem bem analisados, já que o aroma do mel é bem específico e característico. "O mel é uma preferência subjetiva, é uma questão de gosto", avalia a assistente técnica. As colheitas são realizadas no outono e na primavera. O processo se dá em dois períodos do ano, tendo em vista que as abelhas também se alimentam do mel que produzem, então os apicultores precisam ser cautelosos na hora de retirar o produto. Ao ser observado qualquer problema com os animais, a Inspetoria Veterinária de cada município deve ser acionada, e todo processo precisa passar pelo Serviço de Inspeção Municipal (SIM) e pela fiscalização federal feita pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa). Através de todo esse trabalho e de iniciativas como a da Emater, é possível apontar como anda a produção de mel na região.
TROCA DE CONHECIMENTOSO evento, que teve início às 9h30min e se estendeu até o final da tarde, contou com duas palestras. Ronaldo Maciel, da Emater/RS, conversou com os produtores sobre a geração de renda através do investimento na produção de mel. Já o professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Geferson Fischer, explicou um pouco mais sobre a mortandade de abelhas. A prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) e o vice Idemar Barz (PTB) também estiveram presentes, junto ao secretário da SDR, Jair Seidel. Segundo ele, a pasta responsável pelo desenvolvimento rural tem a missão de regularizar a atividade, já que a apicultura tem uma importância social e econômica na região. É essencial, ainda de acordo com Seidel, trabalhar para que a produção seja fiscalizada com qualidade. O debate sobre a apicultura tem muito a avançar, para que mais pessoas entendam o seu valor. "É uma geradora de oportunidades de trabalho", pontua. Uma troca de conhecimentos foi proporcionada a todos os presentes. Eventos como o de ontem mostram as novidades que vão surgindo no ramo, na visão de Airton Oliveira, de Rio Grande. Apicultor há cinco anos, ele afirma que o principal objetivo é "passar um produto de qualidade para o consumidor final". As regras variam de município a município, mas a grande luta é conseguir mel legalizado e com certificado, conforme explica Roberto Coimbra, apicultor desde 1992 e ganhador do segundo lugar da competição municipal de Rio Grande. Já Udo Cell considera o concurso estimulante para os produtores, à medida em que divulga as novas tecnologias voltadas à melhoria da produção. Há 15 anos, ele costumava produzir de cinco a sete quilos por colmeia. Hoje, são cerca de 20 quilos.
FRENTE PARLAMENTAROntem, o deputado estadual Zé Nunes (PT) instalou oficialmente a Frente Parlamentar da Apicultura e Meliponicultura da Assembleia Legislativa. Na sequência, foi realizada a primeira reunião de trabalho do grupo. Entre os encaminhamentos: a produção de um documento público sobre os principais pontos apresentados pelos apicultores, reunião com o Ministério Público para tratar da mortandade das abelhas, reunião com o governo do Estado para tratar sobre Câmara Setorial, a regulamentação da lei estadual do Proamel e medidas sanitárias sobre colmeias migratórias. Também será realizada reunião com o Mapa, para tratar da contaminação do mel e das colmeias migratórias. De acordo com Zé Nunes, coordenador da Frente, a ideia é articular os setores da cadeia produtiva do mel para enfrentar a crise provocada pela mortandade de abelhas nos últimos dois anos, além de tratar do desenvolvimento sustentável da apicultura.

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