Economia

A qualidade que vem pesando no bolso do consumidor

Quem é adepto do comércio ao ar livre promovido pelas feiras reclama, mas não abre mão da variedade dos produtos

Carlos Queiroz -

O ir e vir despreocupado, que se interrompe vez ou outra para uma conversa informal ou para conferir de perto o colorido das frutas, legumes e verduras dispostas lado a lado indica que, ao longo dos anos, pouco mudou nas feiras livres. É preciso olhar novamente, com um pouco mais de atenção para perceber. Os carrinhos de compras, quase sempre abarrotados, já quase não circulam mais. Em seus lugares, poucas sacolas são carregadas a mão pelos consumidores. É apenas o básico, dizem. Do outro lado das bancas, os olhares são preocupados e resignados. É a crise, dizem. Com a inflação agindo diretamente no preço dos alimentos, tanto vendê-los quanto comprá-los se tornou uma tarefa difícil para a população.

Em uma das feiras mais fortes de Pelotas, que ocorre aos sábados na avenida Bento Gonçalves, não é diferente. Temporariamente realocada para o entorno do Parque Dom Antônio Zattera, enquanto obras de revitalização são realizadas no local, os quase 100 feirantes sentem os reflexos da crise econômica do país. "Até as reclamações pararam. O pessoal, por incrível que pareça acostumou com os preços altos. A sorte é que seguem comprando. Menos, mas seguem", diz a comerciante Elisângela dos Santos. São 20 anos de trabalho ao lado da família, que desde o ano passado começaram a preocupar. "Foi de um mês pra outro, né? Tudo subiu. Tudo. A gente vai tentando contornar, mas não sabe o que vai acontecer amanhã."

A aposentada Marina Campello é um exemplo prático do que relata Elisângela. O tomate e a batata são, para ela, os campeões de preços altos. São apenas destaques, é claro, de uma lista que engloba todos alimentos, já que é difícil encontrar algum que tenha escapado da inflação. Apesar de sentir a diferença no bolso nos últimos meses, abrir mão do comércio ao ar livre não é uma opção. A aposentada se desloca a pé do centro da cidade até a avenida para garantir as verduras e legumes mais frescos que encontrar. "Não tem como abrir mão dessa variedade e qualidade. Até porque tá tudo caro, né? Então a gente paga um pouco mais aqui que pelo menos é sempre bom." A feirante Márcia Martins afirma que, de fato, a origem dos alimentos é muito valorizada e diz que isso vem sendo fundamental para garantir a continuidade dos negócios. "Muitos olham os preços e viram as costas, mas tem gente que sabe que apesar do preço vale o investimento."

Os vilões:
Tomate (Kg): de R$ 3,50 a R$3,99
Batata (Kg): de R$ 2,50 a R$4,00
Cebola (Kg): de R$ 3,00 a R$3,20
Agrião: de R$2,80 a R$3,00


Programe-se
Não é apenas na Bento Gonçalves que é possível encontrar as tradicionais feiras. Na verdade, há comércio ao ar livre de alimentos todos os dias em Pelotas, em pontos diversos da cidade. Confira o calendário:

Segunda-feira
Avenida da Paz - Areal
Duque de Caxias (Sílvia Melo) - Fragata

Terça-feira
Major Francisco Nunes de Souza - Fragata
Rua Anchieta - Centro
Pedro Moacyr - Três Vendas
Hugo Veiga - Centro
Darci Vargas - Navegantes
Visconde da Graça - Simões Lopes
Feira Entardecer Big - Centro (Tarde)
Xavier Ferreira - Centro
Ecológica na Bento - Centro
Cacimba das Nações - Areal

Quarta-feira
Princesa Isabel - Centro
General Osório - Centro
São Luiz - Cohab Lindoia
Doutor Ramiz Galvão - Cohab Tablada
Carlos Bordin - Simões Lopes

Quinta-feira
Vila Leocádia - Areal
Bento Gonçalves - Centro
Cohabpel - Centro
Feyez Habeyche - Cohab Guabiroba
Ecológica Mercado Central - Centro
Duque de Caxias - Fragata (Tarde)

Sexta-feira
Alberto Rosa - Centro
Avenida São Jorge - Santa Teresinha
Gonçalves Ledo - Fragata
Eldorado - Três Vendas

Sábado
Avenida Bento Gonçalves - Centro
Duque de Caxias (Laneira) - Fragata
Artur de Souza Costa - Porto
Felipe dos Santos - Areal
Balneário - Laranjal
Professor Araújo - Centro
Dom Joaquim Ecológica - Três Vendas

Domingo
Nereu Ramos - Simões Lopes
Tomas Flores - Tablada

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