Ajuda
A vontade é voltar para a casa
Em Pelotas há quatro meses, Rogério Oliveira Fernandes busca soluções para retornar a São Paulo, seu município de origem
Jô Folha -
Em meio a pandemia do coronavírus, ele tem o desejo de voltar para a casa. Natural de São Paulo, Rogério Oliveira Fernandes tem 38 anos e está em Pelotas há cerca de quatro meses. Chegou ao município no final de fevereiro, depois de ter viajado ao Uruguai para encontrar uma irmã. Sem possuir família na cidade, ele dorme no Albergue de Pelotas, onde recebe todos os cuidados dos funcionários do local.
Formado em análise e desenvolvimento de sistemas, é filho de José Geraldo Fernandes de Oliveira e Geralda de Oliveira. Ele recorda alguns pontos em específico, principalmente no que se refere ao tempo anterior de sua vinda para a cidade. "Cheguei a Pelotas no finzinho de fevereiro. Lembro de ter sido ungido por um pastor em uma igreja de São Paulo. Viajei até o Uruguai para encontrar uma irmã minha e depois acabei parando em Pelotas. Tentei fazer exames aqui, pedi auxílio em alguns lugares e fiz algumas ligações para conhecidos de lá, mas não tive retorno", conta Rogério. Apesar das tentativas, ele não mantém contato com ninguém em São Paulo. A única fonte de contato dele é via e-mail, através do endereço eletrônico [email protected].
No tempo que está na cidade, ele pediu ajuda no Albergue de Pelotas, que o acolheu. Ele utiliza o local também como uma referência caso o encontrem. "Quando as pessoas nos pedem ajuda, a gente faz uma ficha de identificação, vê se a pessoa não é procurada e nem usa drogas. Como não é o caso, a gente abrigou ele. Sempre comenta com a gente que deseja voltar para casa. Ele nos diz que quer falar com a mãe pra retornar, mas não consegue contato", afirma a assistente social do Albergue, Sônia Monteiro.
Segundo os funcionários do local, ele se mostrou uma pessoa sociável e é bastante querido na instituição. "Ele está conosco há três meses. Educado, não bebe, não fuma, não usa droga. Ele é muito tranquilo, gente boa e bastante respeitoso com a gente e nós sempre buscamos ajudá-lo. É mais na dele, mas a gente conversa muito. Eu sou formado em informática e falamos sempre nossas áreas, ele é bem avançado.", conta Roberto Vagner Corrêa, que atua no local. Ele também destaca outras questões relacionadas a Rogério. "A única dificuldade dele é a questão da memória. Ele tem alguns apagões e não se lembra de algumas coisas. Mas a gente tenta ajudar ele a lembrar de mais coisas sobre a vida dele antes da chegada a Pelotas. Ele ficou aqui porque foi acolhido, mas tem vontade de voltar pra casa assim que tiver a oportunidade", pontua.
Em situações como a de Rogério, a Secretaria de Assistência Social (SAS) adota alguns procedimentos e tem prerrogativas para o serviço. Pela legislação, a instituição não pode encaminhá-lo diretamente para São Paulo ou qualquer outra pessoa para fora do estado. De acordo com o órgão, a secretaria só possui liberação de passagens para municípios dentro do Rio Grande do Sul. Ele seria deslocado até a capital para depois ir até o estado paulista.
Os mecanismos de liberação de passagem iniciam em um contato com assistentes sociais da instituição, que atuam entre 8h e 16h30min. Após o atendimento e o entendimento da situação, há a solicitação para a liberação dos recursos das passagens para a concretização do encaminhamento para outros municípios. Até o momento, Rogério não havia buscado esse auxílio. Quem tiver informações sobre familiares dele pode entrar em contato com o Albergue pelo telefone 3222-7395, ou direto no local, na rua Padre Felício, 320,
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