Prevenção

Ação gratuita atende mais de cem pacientes com suspeita de câncer de pele

Iniciativa que ocorre anualmente faz parte da campanha Dezembro Laranja, mês dedicado ao combate da doença; no Brasil, 33% do total de cânceres é de pele

Foto: Jô Folha - “Eu sou da zona rural, então a gente trabalha praticamente o dia todo no sol”, relata Tânia Rothschild, após ter uma mancha cauterizada no atendimento

Em alusão ao Dezembro Laranja, campanha de prevenção e conscientização sobre o câncer de pele, mais uma tradicional ação de atendimentos gratuitos à população foi realizada na manhã deste sábado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) no Centro de Especialidades. Todas as 180 fichas foram distribuídas aos pacientes, que buscavam verificar alguma lesão ou alteração suspeita na pele. Em sua maioria, a extensa fila era formada por idosos que trabalharam por muitos anos expostos ao sol. No País, anualmente cerca de 185 mil novos casos de câncer de pele são diagnosticados, conforme o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

A extensa fila que se formou para a espera da triagem dobrava na rua Santos Dumont. Com cadeiras de praia e até chimarrão, mais de cem pessoas foram preparadas para aguardar por algumas horas. Mesmo marcado para as 9h o início da distribuição das fichas, vários pacientes chegaram ao local em torno de 7h para não correrem risco de não conseguir acesso ao atendimento médico. O casal Noeci Santos e Antônio dos Santos viu na iniciativa uma oportunidade de cuidar da saúde, já que para ambos as consultas particulares pesam no bolso. “Nós viemos ver umas manchas, aproveitar aqui porque os dermatologistas estão muito caros”, relata a aposentada.

A extensa fila que se formou para a espera da triagem dobrava na rua Santos Dumont. Foto: Jô Folha

Perto de ser a próxima atendida, Elizabeth de Almeida, 57 anos, chegou ao Centro de Especialidades às 6h50min, era a segunda vez que ela participava da ação. “Vim aqui perguntar antes o horário, já fiz outras vezes então eu sempre acompanho quando vai ter”. Desta vez, a aposentada buscava verificar manchas nas costas e no rosto devido a exposição solar. “Antes prevenir do que deixar para depois”. Assim como a paciente, a maioria daqueles que esperavam atendimento eram pessoas idosas que continham lesões na pele por trabalharem décadas expostas aos raios ultravioleta, causadores do câncer de pele.

“Eu sou da zona rural, então a gente trabalha praticamente o dia todo no sol”, relata Tânia Rothschild, após ter uma mancha cauterizada no atendimento. A agricultora conta que sabe da importância da utilização do protetor solar e de outros cuidados para a prevenção do câncer de pele, mas que apenas quando chegou à idade adulta percebeu que deveria se prevenir. “A gente se criou desde criança no sol, estou com 54 anos e desde os dez anos de idade a gente já ajudava o pai e a mãe na lavoura”. Após a consulta, Tânia iria direto para uma farmácia comprar filtro de proteção. Além disso, ela afirma que irá manter os cuidados de rotina em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), assim como indicou a dermatologista.

No atendimento
“É o perfil do paciente que é mais predisposto ao câncer de pele. Aquele que tem pele clara, que trabalhou muitos anos na lavoura ou em outra função com exposição solar”, explica a dermatologista e coordenadora da ação, Dra. Ana Eliza Bonfim Duarte. De acordo com a médica, em todos os atendidos é realizado um exame dermatológico completo em todas as lesões de pele, onde é determinado se as lesões são suspeitas ou já estão em estágio de pré-câncer. Essas são ocorrências cauterizadas no próprio atendimento. Já em outros casos, os dermatologistas encaminham para cirurgias. Do total de tipos de cânceres, no País, em média 33% é de pele.

Um dos pacientes que foi encaminhado para cirurgia foi Rubens Mielke. O aposentado procurou a ação para o exame de uma mancha no braço. Após a análise foi verificado que não se tratava de nenhum tipo de lesão, entretanto, em outro local do corpo, que ele nem imaginava, estava um tipo de câncer de pele. “Com as dúvidas que eu tinha estava tudo bem, o que eu não sabia era que o problema estava nas minhas costas”. O aposentado relata que durante décadas trabalhou sem camisa exposto ao sol no verão.

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