Exame
Adiamento do Enem não altera planejamento dos cursos pré-vestibular em Pelotas
Instituições já haviam organizado um calendário flexível, que permite um aproveitamento maior das datas que antecedem a prova
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e o Ministério da Educação (Mec) confirmaram na tarde desta quarta-feira (20) o adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Em decorrência dos impactos da pandemia causada pelo coronavírus, a prova será transferida. A previsão é de que seja adiada de 30 a 60 dias em relação às datas iniciais, marcadas para 1º e 8 de novembro (prova impressa) e 22 e 29 de novembro (edição digital). A alteração traz um tempo a mais para os cursos pré-vestibular, que já haviam estabelecido um calendário flexível, prevendo possíveis mudanças.
O curso Teorema Pré-Vestibular desenvolve o planejamento dos conteúdos programáticos de uma forma maleável. O calendário dos estudantes é projetado de modo que não sofra prejuízos em eventuais alterações de datas, independentemente dos motivos destas mudanças. “Em outros momentos, já aconteceu a suspensão de vestibulares na UFPel. Nosso objetivo é sempre trabalhar todos os conteúdos. A ideia é terminar com antecedência e realizar revisões. O nosso planejamento encerra no dia 15 de outubro. A partir daí, fazemos resgastes pontuais até a prova. Confirmada a mudança para dezembro, por exemplo, teríamos dois meses de retomada, o que nos possibilita fazer uma revisão muito rica”, conta o diretor do curso, Carlos Santo.
Um cronograma semelhante também foi idealizado pelo curso Michigan. O calendário formulado pelos professores da instituição trabalha com a data anterior do Enem, em novembro. Segundo o coordenador do curso, o professor Miquelangelo Barcelos, todos os conteúdos que irão ser cobrados no exame já estarão vencidos. Desta forma, é aberto um leque de possibilidades para novas abordagens e a personalização dos atendimentos aos estudantes. “O adiamento nos permite trabalhar novamente conteúdos mais complexos. Será um tempo importante para acertar detalhes para a realização da prova - idealizar cursos de aprofundamento, pontuar melhor as dúvidas dos alunos e aprimorar a preparação dos alunos”, afirma.
Aulas on-line
Enquanto os governos, nas esferas municipais e estaduais, não oficializam protocolos de segurança que garantam o retorno das atividades presenciais, as plataformas digitais têm sido o suporte dos estudantes na tentativa de obter boas médias. A mudança para dinâmicas não-presenciais exigiu adaptações por parte dos professores. O desafio era encontrar novos caminhos para ministrar aulas de qualidade sem prejudicar a aprendizagem. O educador Guilherme Moraes, coordenador-responsável pela disciplina de matemática no curso Teorema, fez da própria casa uma sala de aula. “Eu comprei um quadro e coloquei na minha casa. Eles têm uma aula idêntica àquela que teriam na sala. É uma matéria que não dá apenas para teorizar, precisa mostrar o desenvolvimento para os alunos. Alguns colegas utilizam outros recursos, como mesas digitais, e todos se adaptaram bem a esta nova rotina”, pontua.
A estudante Cibele Campesato, de 31 anos, faz parte da turma de medicina do mesmo curso. Ela relata que, inicialmente, foram muitas as dificuldades encontradas. “Eu tinha feito todo um planejamento para o ano. Já tínhamos pouco mais de um mês de aula quando paramos as atividades presenciais e precisamos reorganizar a rotina. Eu revisava à tarde e descansava à noite. Por assistir às aulas na mesma peça, agora estudo de noite e dou uma folga à tarde”, destaca.
Já com dois meses de aulas a distância, Cibele vê a adaptação dos professores ao sistema virtual como essencial para a evolução do aprendizado. “Cada um deu seu jeito, as aulas têm a cara deles. Os professores compraram quadros, especialmente os que são de exatas. Outros usam slides que conseguem transmitir melhor o conteúdo, porque há uma concentração maior. A gente tem uma interação muito interessante. O professor faz perguntas, nos chama para participar da aula e isso é bom. Mostra que a gente não está vendo só um vídeo e que tem alguém preocupado com a gente”, afirma.
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