Educação
Ainda longe de uma definição
Escolas pelotenses atravessam pandemia com aulas a distância e aguardam as definições do Poder Público para um retorno presencial
Jô Folha -
A realidade da pandemia impôs aos estudantes pelotenses a aprendizagem a distância. As escolas particulares iniciaram as atividades no modelo não-presencial mais cedo e, durante a quarentena, os colégios estaduais e municipais também passaram a desenvolver suas aulas no ambiente virtual. Um cenário que deve perdurar por mais tempo. Os protocolos ainda estão em análise pelo governo do estado, que discute questões importantes dentro destas determinações e não há uma perspectiva de retorno.
Desde 1º de junho, a Secretaria Estadual da Educação (Seduc) trabalha na implantação do sistema das aulas remotas na rede estadual de ensino. O modelo híbrido conta com as atividades presenciais, cuja suspensão não tem prazo para encerrar, e com as aprendizagens a distância, que tem sido a alternativa dos docentes. O modelo estadual acontece por meio do Google Classroom, que possibilitou criação de mais de 37 mil turmas e de mais de 300 mil ambientes virtuais.
Na plataforma, a Seduc já ultrapassou mais de meio milhão de contas cadastradas, entre alunos e professores, e segue em ritmo intenso com milhares de novos acessos diários por meio de busca ativa em todas as 30 Coordenadorias Regionais de Educação (CREs). Até o momento, dos 815 mil alunos da rede, mais de 580 mil já fizeram a ativação de sua conta educacional. Já entre os professores, de cerca de 38 mil regentes de classe, 37 mil já ativaram sua conta educacional.
Alunos que não estão cadastrados, mas que possuem acesso à internet para acompanhar as aulas, estão recebendo os materiais didáticos digitalizados por redes sociais e aplicativos de comunicação, e-mail, entre outras alternativas. Estudantes que não possuem dispositivos para acesso à plataforma ou internet, têm utilizado a estrutura das escolas mediante agendamento prévio e respeitando todas as medidas de prevenção ao contágio pela Covid-19. Para aqueles estudantes sem nenhum acesso à tecnologia, os materiais impressos podem ser retirados nas escolas mediante agendamento prévio.
Rede municipal
Em Pelotas, a rede municipal também passou a contar com as atividades on-line. Pelas realidades diversas dos alunos, a Secretaria de Educação optou por evitar iniciar conteúdos novos. Medida que foi revista neste mês, quando novas abordagens passaram a ser repassadas para os estudantes. "30% dos nossos alunos não têm acesso à internet, o que é uma preocupação imensa. Tivemos que suspender a entrega de materiais impressos pela confirmação da bandeira vermelha", explica o secretário da pasta, Arthur Corrêa. Ele ainda destaca que já foram planejadas medidas para tentar reduzir estas desigualdades. "Nós vamos investir em aulas em contra-turno, trabalhar mais os estudantes neste retorno. Dedicaremos mais tempo e materiais para esses alunos que estão com este acesso suspenso. Vamos buscar recuperar este tempo quando for possível retornar na modalidade presencial", explica.
Ainda não há previsão de retorno para as atividades municipais. Entretanto, o corpo diretivo das instituições já elaborou um currículo de referência para 2020 e 2021, com a previsão da continuidade da abordagem de conteúdos que não serão vencidos este ano. Neste planejamento, há as definições do que seria essencial para ser desenvolvido, cujas determinações passaram a nortear as atividades desde o começo deste mês. "Investimos em trabalhos sócio-emocionais com os alunos, precisamos encontrar novas alternativas. Não estamos vinculando nossas atividades com a frequência. Nós queremos que os alunos realizem todas as atividades, mas aquele que não conseguir, não vai ficar para trás. Ele terá a oportunidade de recuperar conteúdos, nós vamos proporcionar um atendimento diferenciado para não perdê-lo. Temos nos atentado ainda mais com estas atividades formativas", aponta a diretora municipal, Loreni Silva.
Protocolos prontos, mas sem previsão de retorno
As escolas particulares, cada uma em uma plataforma, também consolidaram as atividades no formato a distancia. O colégio Gonzaga já elaborou os protocolos de segurança para um eventual retorno ao espaço físico da instituição. As medidas aguardam a aprovação da prefeitura. Equipamentos, como computadores e alto-falantes, foram adquiridos para possibilitar a segurança dos alunos. Pelas condições estruturais e pelo fator do distanciamento social, as turmas serão divididas entre aqueles que assistirão aula presencialmente e outros que farão o acompanhamento de forma remota. 'Nós estamos preparados. Instalamos computadores nas salas e com os equipamentos necessários para a implantação do protocolo também já estão presentes no colégio. Entregamos o protocolo junto à prefeitura para aprovação das nossas medidas de segurança", explica o diretor da instituição, Carlo Santo.
A escola Santa Mônica, que conta com duas unidades na cidade, foi uma das pioneiras no formato de ensino a distância. Após meses no ambiente virtual, a postura é cautelosa. O colégio encaminhará os protocolos de segurança, que já foram finalizados, para a prefeitura no começo de agosto. Entretanto, em comunhão com a comunidade escolar, a instituição já definiu há mais de 30 dias que só avaliaria um retorno presencial após quatro semanas consecutivas de bandeiras amarelas, que sinalizariam um controle maior do avanço do vírus. "Nós consultamos os pais e a grande maioria optou por aguardar. Entenderam que devemos permanecer com o ensino remoto e, quando for possível, retornar com a máxima segurança. Nosso protocolo está pronto e vamos entregar no começo de agosto para a prefeitura. Elaboramos medidas que estão mais exigentes do que o que foi proposto nos parâmetros do governo estadual. Procuramos ser rígidos para garantir a segurança dos alunos", afirmou o diretor da escola, Ênio Ferreira.
Carregando matéria
Conteúdo exclusivo!
Somente assinantes podem visualizar este conteúdo
clique aqui para verificar os planos disponíveis
Já sou assinante
Deixe seu comentário