Transtorno

Ainda sem energia elétrica, a sexta-feira foi mais um dia de prejuízos no Centro de Pelotas

Sem perspectiva de retorno do serviço, proprietários de lojas e empreendimentos de alimentos se mostravam indignados com as perdas e falta de previsão da normalidade do serviço

Foto: Volmer Perez - DP - Everton Luis Wulff calcula perda de mais de cem quilos do produto

Os prejuízos para o comércio e o segmento de serviços ainda estavam se acumulando na tarde de sexta-feira (22) devido a falta de energia elétrica. Sem abastecimento desde a madrugada de quinta-feira, na quadra da rua 15 de novembro, entre a rua Sete de Setembro e General Neto, lojas e empreendimentos alimentícios enfrentaram mais um dia de impossibilidade de trabalhar. Entre várias portas fechadas, havia ainda proprietários e funcionários na rua aguardando o retorno da eletricidade - até aquele momento sem previsão. O reabastecimento era pedido para que pelo menos as perdas pudessem começar a ser contabilizadas.

A maioria das pessoas se concentravam no entorno do Café Aquarius, mas a aglomeração também se estendia para as calçadas, onde várias pessoas traziam a frase "esperar sentado" à literalidade. Parte dessas pessoas eram de uma tradicional lancheria da cidade. Sem eletricidade, eles não conseguiam nem abrir o portão para acessar o local. O proprietário do estabelecimento conta que diante da situação só queria entrar para contabilizar os prejuízos e descartar os alimentos estragados. "A tendência é que tudo que estava em geladeiras vá fora, sem contar o lucro cessante, funcionários e o estresse todo. O custo vai ser alto", diz César Augusto Pereira.

Ele relata ainda que diariamente vendia entre R$ 4 mil e R$ 5 mil. Com dois dias sem trabalhar, somando as perdas e talvez mais um dia sem abrir, Pereira calcula um prejuízo de cerca de R$ 20 mil. Para o proprietário, além da falta de eletricidade, o descaso também é diante de inúmeras ligações e nenhuma previsão de atendimento. "Para nós termos uma noção e poder liberar os funcionários. Enquanto isso eles ficam aguardando na rua, a gente não sabe se vai ser daqui a dez minutos ou dez horas da noite".

Conforme relatos de trabalhadores que conversaram com funcionários da CEEE Equatorial, o único serviço que precisava ser realizado era o religamento de um disjuntor que havia caído com a queda de energia. Mesmo assim, a equipe que esteve no local não conseguiu resolver a questão pois teriam sidos comunicados que seria outra questão e levado os equipamentos errados.

Mais a frente na rua, uma sorveteria estava apenas com parte da porta entreaberta e dentro o proprietário, sentado na penumbra, aguardava alguma solução. "Perdemos todos os produtos, sorvete, imagina, derreteu tudo. Foram cerca de cem quilos de sorvete, foi tudo fora e mais outras coisas, baldes de suco de uva, leite. É um prejuízo enorme, não temos nem noção porque é muita coisa", relata Everton Luis Wulff.

Mesmo sem previsão, ele esperava um possível retorno da energia para voltar a fabricar os produtos e reabrir a sorveteria. "É um descaso total com a gente, desde a madrugada [de quinta-feira] sem luz. Aí chega a conta de luz e a gente tem que ter dinheiro para pagar. Eu trabalho aqui há mais de 30 anos e nunca aconteceu isso".

Até o final da tarde de ontem e o fechamento desta edição, a energia ainda não havia retornado na área.

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