Mudança

Ajustes dos preços dos combustíveis nas refinarias já são visíveis nas bombas

Petrobras reduziu a gasolina em R$ 0,12 o litro e aumentou o diesel em R$ 0,25

Foto: Carlos Queiroz - DP - Mudanças nos valores entraram em vigor no último sábado.

Por João Pedro Goulart
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(Estagiário sob supervisão de Lucas Kurz)

Após a Petrobras anunciar mais uma variação nos preços médios dos combustíveis vendidos às distribuidoras. A nova mudança aponta uma redução de R$ 0,12 no valor de venda do litro da gasolina tipo A, passando a ser vendida aos postos de combustíveis por R$ 2,81. O valor do diesel também sofreu alteração, porém ele ficou mais caro. Com aumento de R$ 0,25, o diesel tipo A passou a ser comercializado pelas refinarias por R$ 4,05 o litro. As mudanças entraram em vigor no último sábado.

Segundo a estatal, no ano, a variação total dos preços médios tanto da gasolina A como do diesel A acumulam diminuição. Desde janeiro, o litro da gasolina sofreu uma redução de R$ 0,27, ao tempo em que o diesel passou por uma diminuição de R$ 0,44 o litro.

Um dos motivos para a redução é o fim da antiga política de fixação de preços. Entretanto, especialistas questionam se a estratégia será viável por muito tempo, baseado na diferença dos preços internacionais e nacionais. "Com a redução de preços recentes, a defasagem do preço do diesel em relação ao mercado internacional já está em torno de 17% e 18%, segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). O preço do petróleo (tipo brent) está rondando o patamar de US$ 90. Se a redução continuar, a defasagem irá aumentar. A diferença entre o preço do diesel cobrado aqui no Brasil e o mercado internacional chega a mais ou menos R$ 0,75 por litro", salientou o economista Marcelo Passos.

Por outro lado, a gasolina não apresenta tanta diferença. "A gasolina tem defasagem em torno de 1% e 2%. Isso dá aproximadamente R$ 0,05 por litro, é uma defasagem menor. Está praticamente alinhado com o mercado externo, praticamente em todas as refinarias aqui do Brasil", explicou. O economista lembra que foram 8 semanas seguidas de queda, o que é quase impraticável em um período de instabilidade no mercado internacional, ocasionado pelos conflitos no Oriente Médio. "É uma política interessante para o consumidor, claro, que quer pagar menos pelo combustível. Mas não sabemos se para a empresa e para o acionista da Petrobras, essa redução é sustentável", completou.

O presidente do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do Estado do RS (Sulpetro), João Carlos Dal'Aqua, lembrou que os valores praticados pela petroleira não são os mesmos dos postos de combustíveis. A Petrobras comunica às distribuidoras quanto vai cobrar referente à parte dela e que não há uma estimativa do valor final em cada posto. "Do diesel, 12% é biodiesel, produto que vem das usinas e não tem a ver com a Petrobras. E mesmo assim, o custo final do produto tem 54% referente ao custo de produção. Depois, temos que agregar tributos, logística, margem, distribuição e margem de revenda", ressaltou o presidente. Na gasolina, o presidente afirma que a redução de R$ 0,12 anunciada pela Petrobras chegaria perto dos R$ 0,08, 'em número frios', pois as distribuidoras precisam adicionar 27% de etanol, que provém de usinas.

O presidente também expôs que existem revendedores revoltados com certas refinarias que ainda não passaram por nenhuma redução na gasolina. Leandro Martin, gerente do Posto da Av. Bento Gonçalves, em Pelotas, afirma que ainda não fez a compra de diesel, mas que o valor da gasolina já sofreu uma redução no posto. "A gasolina seria R$ 0,12 de baixa, mas a refinaria baixou R$ 0,04 até então. Por isso, na bomba, eu baixei R$ 0,10 por enquanto", disse o gerente.


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