Campanha mobilizou especialistas para garantir diagnóstico e encaminhar tratamento (Foto: Jô Folha - DP)

Mais uma vez, foi grande o interesse da comunidade pelos exames dermatológicos no Centro de Especialidades de Pelotas durante o mutirão do Dezembro Laranja. Realizado neste sábado (1º), o esforço concentrado para atendimento de 200 pessoas fez com que se formasse uma fila com mais de 100 metros que dobrou a esquina na rua Voluntários da Pátria em direção à Barão de Santa Tecla.

A busca por uma das fichas de atendimento iniciou 12 horas antes do início da distribuição, marcada para às 9h. Em apenas 20 minutos as vagas estavam esgotadas.

Desde a noite de sexta, às 21h, familiares guardavam lugar para que a agricultora aposentada Dilza Rodrigues Borba, 76, pudesse consultar. Curada de um câncer de pele há três anos, procurou agora a campanha promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia para conferir uma pequena mancha no rosto. Saiu com a orientação de marcar a retirada. “Me criei trabalhando para fora, no sol. Nem se falava em protetor solar, o máximo de proteção era um chapéu”, conta.

Embora lesões na pele possam ocorrer tanto em mulheres quanto homens, a procura maior no Centro de Especialidades foi do público feminino. Muitas mobilizaram grupos, como a dona de casa Gilda Priebe, 51, que foi às 3h para a fila com irmã, cunhada e vizinha. “É a primeira vez que vamos fazer esse exame. Estou com manchas e quero saber se há algum risco”, disse, enquanto aguardava ser chamada por um dos seis dermatologistas responsáveis pelo atendimento até às 15h.

Incidência de 10%

Conforme a dermatologista Nora Loréa, desde que o Dezembro Laranja foi iniciado em Pelotas, em 1997, a incidência média de pacientes com lesões diagnosticadas tem sido de 10%. A maior parte - 90% destes com algum tipo de problema - são de menor gravidade. “A campanha é importante porque as pessoas que nos procuram são aquelas que já possuem alguma desconfiança de que têm lesões pré (com potencial de se agravar) ou câncer. Quando confirmado, todas são tratadas aqui com crioterapia (aplicação de nitrogênio) ou encaminhadas para cirurgias”, explica.

Alternativas

Pessoas que não foram atendidas pelo mutirão no Centro de Especialidades e que desejam consultar um dermatologista devem procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para obter o encaminhamento ao especialista. Os atendimentos dermatológicos regulares pelo SUS são feitos no próprio Centro de Especialidades, no campus Dr. Franklin Olivé Leite (UCPel) e no Hospital Escola da UFPel.