Tecnologia

Alunos desenvolvem projeto de aplicativo para diabéticos

Iniciativa vencedora do Experience Senac busca facilitar os cuidados de saúde e manter médico e paciente conectados

Foto: Jô Folha - DP - Proposta de aplicativo começou a ser desenvolvida há seis meses

Por Victoria Fonseca
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(Estagiária sob supervisão de Vinicius Peraça)

Um aplicativo para monitorar o quadro diário de saúde e facilitar a rotina de pessoas que têm diabetes. Esse é o projeto desenvolvido por dois alunos do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Faculdade de Tecnologia Senac Pelotas. A ferramenta tem entre as funções o controle dos níveis de glicose, quantidades de insulina para aplicação e monitoramento alimentar. Denominado Diabetly, ele também terá uma versão de plataforma na web para a utilização de médicos.

Conforme dados da Federação Internacional de Diabetes, no Brasil, uma a cada dez pessoas têm diabetes, sendo mais de 15 milhões de adultos afetados pela patologia. Entre estes pacientes está Verônica Schiller, que convive com a doença há 15 anos. E foi justamente por sentir na pele como são complexos os cuidados diários que ela teve a iniciativa de desenvolver uma ferramenta para ajudar outras pessoas como ela.

A proposta do aplicativo e da versão de web começou a ser desenvolvido há seis meses e foi vencedor do Experience Senac 2022 - onde competiam outras 35 propostas -, levando um prêmio de R$ 5 mil e uma mentoria da Fecomércio RS.

O projeto
O aplicativo ainda está em fase de elaboração e, por isso, a equipe do Diabetly busca auxílio técnico de médicos para aperfeiçoamento dos elementos relacionados à saúde. "Ajuda para validar todas as informações para ano que vem realizar toda a codificação e programação do aplicativo", explica Verônica. Responsável pelo design do produto, o aluno Pedro Lima conta que no momento estão sendo realizadas as prototipagens das telas, tanto do aplicativo quanto da plataforma na web.

Na versão para os médicos, os profissionais terão uma lista de pacientes em que terão acesso a todas as informações diárias registradas no aplicativo pelos usuários. Eles poderão inserir informações da sua rotina, como refeições diárias, dosagens e tipos de insulina, níveis de glicose entre outras. "Vai ser tudo metrificado e disponibilizado em gráficos para que o médico lance observações, que irão para o paciente em forma de bloco", destaca a estudante.

A idealizadora afirma que uma das funções primordiais do aplicativo é desburocratizar para os pacientes a parte do controle de alimentação. Algo importante, já que a aplicação de insulina é mensurada conforme a quantidade de carboidratos ingeridos. "Com o passar dos anos a gente fica desmotivado, tanto é que já vi casos que a pessoa nem calculava mais a insulina, só aplicava e isso começa a negligenciar a saúde", comenta Verônica. A diabetes é uma doença silenciosa que pode ocasionar uma grande incidência de problemas, afetando, por exemplo, o coração, os rins e a visão.

A estudante ressalta ainda que o aplicativo terá informações básicas, mas que são cuidados essenciais, principalmente a contagem de carboidratos, que tem um entendimento mais complicado. "O diário alimentar vai conter essas informações, além do diário glicêmico e o de insulina para armazenar as dosagens", afirma. Mensalmente o aplicativo elaborará um relatório com parâmetros de avaliação da saúde do paciente.

A cultura do aplicativo é incentivar o autocuidado. Assim o médico estipulará os cuidados e a data da próxima consulta, caso o paciente não cumpra com o tratamento e não retorne, o profissional emitirá um aviso e o aplicativo será bloqueado para o usuário. "E ele só terá direito a uma prorrogação da utilização porque nós não queremos substituir o cuidado médico", explica a equipe.

Desenvolvimento e testes
Com o prêmio do Experience Senac, a incubação e a mentoria para o Diabetly será feita pelo Lab Fecomércio RS, "publicidade e desenvolvimento vai ser potencializado pelo lab", comenta o professor dos alunos, Pablo Rosa. A versão beta do aplicativo será testada no Instituto da Criança com Diabetes do Rio Grande do Sul (ICD), por ser um ambiente controlado e com validação médica.

Medicamentos disponíveis na rede pública
Para quem tem diabetes, a retirada de medicamentos e outros itens para o tratamento pode ser feita gratuitamente na Farmácia Municipal de Pelotas e nas Farmácias Distritais. Têm direito à retirada do glicosímetro (medidor do nível de glicose) e das fitas indivíduos com insulinoterapia a pleno (duas ou mais aplicações por dia) e gestantes. São necessários os seguintes documentos:

- Receita médica do SUS atualizada (mínimo de três meses) com o uso de insulina (unidades/diárias)
- Solicitação médica do SUS atualizada, solicitando o uso de aparelho para controle da glicemia com a quantidade de medições diárias
- Cartão SUS
- Carteira de identidade e CPF
- Comprovante de endereço de Pelotas
- Planilha e/ou caderneta para controle da glicemia
- Preencher formulário específico na Farmácia Municipal
- Prescrição via UBS

A liberação é de até cem fitas/mês, que corresponde a três verificações por dia. Para retirada de maior número de fitas reagentes é preciso justificativa na prescrição.​

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