A segunda-feira foi para voltar às salas de aula na Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Em torno de 21 mil estudantes iniciaram o ano letivo, que tem previsão de encerramento em 12 de dezembro, conforme o calendário oficial. Ainda com incertezas sobre o andamento do ano e da relação entre o governo federal e a universidade, o dia serviu para reencontros entre os já estudantes e de conhecer as estruturas da UFPel e de Pelotas entre os que chegam para habitar a cidade. Ao todo, devem ingressar neste início de ano cerca de quatro mil novos estudantes.

Enquanto alguns estudantes aproveitavam para reencontrar os colegas, outros ainda buscavam informações e ainda se adaptavam ao ambiente da universidade. É o caso de Bernardo Castro, 18 anos, que veio cursar Engenharia de Controle e Automação. Já no primeiro dia de aula conheceu as estudantes Michelle Ortiz, 23, e Olívia Vellozo, 22, que auxiliavam o novato com informações básicas: restaurante universitário, transporte de apoio, linhas, atividades da UFPel. Elas, naturais de Guaratinguetá e São Carlos, respectivamente, cidades no interior de São Paulo, enquanto ele vem de Criciúma, em Santa Catarina. Todos cursando agora a graduação no Campus Anglo, no Porto.

Entre as novidades positivas, mais horários para o transporte de apoio da universidade, alternativa gratuita de locomoção para a comunidade acadêmica. Como ponto negativo, comentam, é a incerteza de como será o ano, pela má experiência de 2019. "A gente já escuta o boato da greve no primeiro dia de aula do ano. No meu curso já estão falando nisso", comenta Olívia, que estuda Enfermagem. Ao mesmo tempo em que uma paralisação prejudica o andamento das aulas, alguma espécie de resistência deve ser formada, complementa a estudante.

Quem também pôde se reencontrar no primeiro dia de aula foram os amigos Pedro Roque, 22, Douglas Maliszewski, 24, e Diogo Lima, 28. Enquanto os amigos viajaram para suas cidades para passar as férias, Pedro ficou na cidade. "É bom a volta das aulas porque movimenta tudo. A cidade sem aula fica parada", argumentou.

Guia para se encontrar na UFPel
A Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) lançou, neste início do ano, um guia para estudantes ingressantes. São 66 páginas com informações sobre o funcionamento da instituição, desde refeitórios a horários, bolsas e possibilidades de transferência, além de informações da cidade. Em formato PDF, o arquivo pode ser baixado gratuitamente no portal da universidade (ufpel.edu.br), dentro da aba "estudante".

Possível paralisação em abril
Apesar do dia marcar o início do ano letivo, nos corredores da universidade um dos principais assuntos tratados entre estudantes, servidores e professores é uma possível greve que já poderia começar no próximo mês. A indignação é relativa a cortes de bolsas e redução orçamentária, por exemplo, e estendida à interferência na escolha de reitores e a projetos como o da Reforma Administrativa, que pode permitir a redução de salário de servidores federais.

Para o dia 18 está prevista uma paralisação nas atividades da UFPel por conta da Greve Nacional da Educação. Antes disso, uma assembleia entre os professores está marcada para esta quinta-feira, dia 12, para decidir sobre uma greve docente por tempo indeterminado. "É um momento dramático. É recurso reduzido, é a suspensão das contratações, é um ataque constante", resume Celeste Pereira, presidente da Adufpel, sindicato representante dos professores da instituição. Ainda nesta semana, se reúnem em Brasília representantes de todas as entidades de classes das universidades para definir os próximos passos das prováveis mobilizações contra as medidas do governo federal.

A UFPel
97 cursos de graduação
4 cursos de graduação a distância
22 cursos de especialização
48 cursos de mestrado
31 cursos de doutorado