Pandemia

Anvisa determina recolhimento de máscaras N95

Material distribuído pelo Ministério da Saúde não teria a filtragem necessária para efetivamente proteger os profissionais da saúde do risco de contaminação da Covid-19

Divulgação -

Uma Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) faz disparar o sinal de alerta sobre os profissionais de saúde. A determinação é de que várias marcas de máscaras N95 produzidas na China, distribuídas pelo Ministério da Saúde, sejam recolhidas imediatamente. Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) não possuiriam a eficiência necessária para evitar o risco de contaminação dos trabalhadores no tratamento de pacientes de Covid-19.

As prefeituras das 22 cidades que integram a área de abrangência da 3ª Coordenadoria Regional de Saúde, assim como hospitais da Zona Sul, já foram orientados a recolher os materiais aos seus almoxarifados. "Assim que recebemos a informação, na tarde de quarta-feira, passamos a fazer os contatos e destacamos que não façam uso dessas máscaras sob hipótese nenhuma", afirma a titular da 3ª CRS, Caroline Hoffmann.

Até a tarde desta quinta-feira (14), ainda não existia estimativa de quantos profissionais podem ter feito uso das máscaras nem quantas unidades foram, realmente, utilizadas. A fase é de levantamento. Sabe-se, entretanto, que o material foi entregue aos 22 municípios em duas remessas, nos dias 17 e 28 de abril. O total de EPIS do fabricante chinês Dongguan Huagang Communication Technology C. Ltd não chegou a ser especificado ao DP, já que o material foi liberado à região junto a produtos de outras marcas.

E como ficam os trabalhadores da saúde?
A expectativa é por orientações do Ministério da Saúde, que deverá definir se todos os trabalhadores que fizeram uso desses EPIs passarão por teste para checar se não foram infectados. Em municípios, como Capão do Leão, a Secretaria de Saúde já recolheu as máscaras. Nenhuma das 53 que tinham sido encaminhadas foi utilizada - reforçam o coordenador de Vigilância, Márcio Soares, e o secretário da Saúde, Wolke Rodrigues.

Entenda melhor
A decisão da Anvisa tomou como base dois alertas norte-americanos. Um monitoramento realizado pelo National Institute for Occupational Safety and Health indicou: as máscaras falharam em demonstrar eficiência mínima de filtragem de partículas de 95%. Já a autoridade sanitária Food and Drug Administration - que possui acordo com o Brasil para o compartilhamento de informações de segurança, eficácia e qualidade de artigos regulamentados pela Anvisa - informou que a comercialização ou distribuição do produto está suspensa nos Estados Unidos, com a equivalência de máscara N95; própria para barrar riscos elevados de contágio.

E embora na Resolução 1.480, a medida da Anvisa seja considerada preventiva, a própria embalagem faz a ressalva, em inglês: Não use a máscara em ambientes médicos e cirúrgicos. Ainda assim, o ato de fiscalização pode ser reconsiderado caso o laudo emitido por laboratório autorizado pelo Inmetro ateste a eficiência de filtração dos EPIs - reforça o texto do documento publicado no Diário Oficial da União.

Preocupação estende-se a lote de testes rápidos
A Anvisa também determinou o recolhimento de um lote do teste rápido Med Teste Coronavírus, após análise da Fundação Oswaldo Cruz considerar o resultado insatisfatório no ensaio de sensibilidade. "Neste caso, o risco são os falsos negativos", explica Caroline Hoffmann. A 3ª CRS já disparou contato com laboratórios privados e hospitais que adquiriram o produto e fez a mesma recomendação: interromper o uso dos testes.

Empresas de, pelo menos, dois municípios da Zona Sul haviam adquirido unidades do lote sob suspeita. A titular da 3ª CRS preferiu não revelar as cidades.

 

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