O pavimento deveria ter eliminado pó e barro e facilitado o trânsito de veículos. Mas não foi o que ocorreu. Desde que viram a velha areia desaparecer, há cerca de nove meses, os moradores da rua Otávio Peixoto, no bairro Fragata, ganharam outros tipos de transtornos. Primeiro, a fina camada de emulsão asfáltica foi engolida por buracos e precisou ser refeita. Agora, um novo reparo será necessário. Desta vez, porque o piche amoleceu.

E se os sapatos já não ficam empoeirados, como historicamente ocorria, agora os solados colam ao chão. Foi a surpresa dos últimos dias, com as altas temperaturas. Quem exemplifica é o aposentado Valmir Moraes, 71. "Tá saindo tudo no pneu dos carros e nos sapatos", conta, enquanto transita pelo meio da rua e chega a ficar sem um dos chinelos de dedo, preso ao piso.

O secretário de Planejamento, Paulo Morales, garante que a responsável pelo serviço já foi notificada do novo problema. Profissionais das secretarias de Planejamento e de Obras e Pavimentação devem definir, entretanto, que tipo de paliativo deve ser realizado nos próximos dias enquanto a empresa de Santa Maria se organiza para estabelecer a nova frente de trabalho em Pelotas. "Buscaremos um paliativo enquanto não ocorre a solução definitiva. É uma alternativa para os moradores não ficarem esperando", explica.

Entenda melhor
A empresa Continental foi contratada para pavimentação de 26 ruas de quatro localidades de Pelotas: Areal, Navegantes, Fragata e Três Vendas. O investimento total ultrapassou os R$ 2,3 milhões. O chamado Tratamento Superficial Duplo Invertido (TSDI) é preparado no próprio local, onde uma camada de emulsão asfáltica mistura-se a materiais, como brita. Problemas de execução foram identificados, por duas vezes, na rua Otávio Peixoto. Primeiro o TSDI não foi suficiente para resistir ao tráfego de veículos por mais de seis meses. Rápido, surgiram buracos. Agora, o material reaplicado, simplesmente, amoleceu.